Uma noite de vinho e de sangria ibérica
A festa do vinho: no total, 19 pessoas, 14 garrafas de vinho Concha Y Toro (eu devia ter pedido patrocínio para os chilenos) de uvas variadas (Carmenere, Merlot e Cabernet Sauvignon Tinto e Branco). Cinco litros de sangria com receita portuguesa (a gente chega lá) mais seis pacotes de amendoim sem pele, quatro de bolinhas de amendoim, nove pacotinhos de Pingo D’oro e oito pacotes de torradinhas com diversos patês. Deu tudo certo. Ufa.
A segunda festinha do projeto Inverse My Fridge (a primeira foi essa aqui) visava festejar a chegada da geladeira antiga, que virou um quadro com espaço para fotos. Ou seja, a nossa pequena geladeira branca agora está pendurada na parede da sala (ok, ok, apenas uma parte dela). Lili colocou diversas fotos da viagem a Europa que fizemos em julho e improvisei um local para o quadro da Fernanda Guedes ficar até eu conseguir colocá-lo na parede.
Já a festinha, bem… levamos a sério o conceito de vernissage, afinal, a idéia era reunir os amigos e apresentar a arte feita pela Fernanda. Então resisti bravamente e não coloquei cerveja na geladeira (e bebi as que eu tinha durante a semana – fiz esse esforço). A noite seria de vinho, e decidimos aproveitar o excelente preço dos Concha Y Toro para fazer uma noitada especial. E, pelo jeito, os amigos aprovaram.
Aproveitando o dia quente, e pensando ainda nas pessoas que não são tão simpáticas ao vinho, como eu, que até bebo mas preferiria outra coisa, decidimos arriscar uma receita de sangria, a original, inspirados na lembrança daquela que bebemos na Plaza Mayor, em Madri, e que eu bebi no calçadão de Málaga, que além de ser (aparentemente) mais leve serviria para dar uma refrescada no calorão.
No fim das contas acabei chocando duas receitas. Uma descritiva do JC, um aventureiro português na cozinha, que conta a história da sangria no começo de seu post e passa excelentes recomendações. Tipo usar a massa da receita (as suas frutas eleitas – no nosso caso, abacaxi, maça, limão e laranja – curtidas na cachaça e no açúcar mascavo) Para o JC não se deve colocar nem água nem soda ou o quer que seja na sangria pura.
“A sangria deve servir-se em copos grandes, só com gelo, para os mais aventureiros e afoitos e “cortada” com refrigerantes, na quantidade que se desejar, para as crianças, os condutores e os que têm outras coisas – que não dormir – para fazer depois do repasto. Para as crianças costumo “tingir” o copo com um pouco de sangria e atestar com 7UP ou outro tipo de gasosa.” Leia o post todo (vale, vale, vale) aqui.
O post do JC tem várias dicas ótimas, mas não tem quantidades de doses nem de frutas, por isso decidimos juntar a receita dele com uma que encontramos no Panelinha (aqui), que tem pouco a ver com a sangria original, mas serviu como base dos ingredientes. Assim, da junção das duas criamos a nossa sangria, a Sangria Scream & Yell (vou registrar a marca), que me lembrou muito a sangria deliciosa que bebi em Málaga (essa aqui).
Primeiramente fizemos duas receitas, que renderam quase quatro litros de sangria. E após terminada a primeira leva, aprovada por todos os presentes (que, sinal de acerto, queriam mais), aproveitamos para juntar a massa curtida das duas primeiras receitas em uma mesma jarra, e misturar novamente vinho, cachaça e açúcar mascavo para mais uma jarra de sangria. Se eu não tivesse bêbado cravaria que ficou melhor.
Abaixo a receita:
750 ml de vinho tinto seco
3 laranjas
2 limões
1/2 abacaxi
2 colheres (sopa) de açúcar (se for mascavo, melhor)
1 dose de cachaça
1 dose / 60 ml de contreau (ou conhaque)
1 dose / 60 ml de gim
Hortelã
Modo de Preparo
1. Prepare as frutas: descasque o abacaxi e a maçã e os corte em cubinhos pequenos. Jogue os cubos no fundo de uma jarra. Pegue uma laranja e um limão e os corte em rodelas. Jogue-as na jarra também.
2. Pegue as duas laranjas e um limão e esprema o caldo na jarra.
3. Coloque as 2 colheres (sopa) de açúcar sobre a mistura, e acrescente a dose de cachaça.
4. Com uma colher de pau, um rolo da massa ou outro instrumento, amasse todo o conteúdo até formar uma papa indistinta (ou até você cansar).
5. Despeje uma garrafa de vinho tinto seco na jarra. Aqui, vale a lembrança: vinho ruim, sangria ruim. Vinho bom, sangria boa.
6. Junte à mistura uma dose de contreau e uma dose de gim. Mexa bem. Prove a sangria ainda quente, sem gelo. Se estiver muito doce acrescente limão, se estiver muito forte, acrescente vinho. Quando estiver perfeitamente equilibrada, tapa-se com um pano limpo e vai para a geladeira durante – pelo menos – 24 horas acrescida de pequenas folhas de hortelã.
7. No dia seguinte, acrescente folhas de hortelã como rodelas inteiras de maçã e laranja, para enfeitar. Sua sangria está pronta.
Ainda não acabou, ou melhor, quando acabar, a “massa” que fica no fundo da jarra rende novas sangria durante cinco dias bastando adicionando-se metade dos ingredientes, mais açúcar e vinho. Uma delícia.
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Ps. Queria agradecer ao pessoal da Live AD pelo convite para participar do projeto Inverse My Fridge, à queridíssima Fernanda Guedes pelo lindo quadro, e a presença de todos os amigos queridos que, com sua alegria e histórias, transformaram esse apartamento da rua Bela Cintra em um dos lugares mais legais do mundo por algumas horas. Todas as fotos aqui.
Ps2. Não acordei de ressaca. \o/
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