O rádio acaba de avisar: 35 graus
Vou te contar: não é mole não. Descemos em Pisa, na Itália, ontem com um senhor sol às 14h. Não perdemos tempo. Deixamos nossas mochilas (a minha já está pesando 19 kilos) no guarda-volumes da Estação Central da cidade e fomos caminhando até a Torre Pendente, mundialmente conhecida como Torre de Pisa. E ela é uma graça. Mesmo.
A Torre começou a ser construída em 1174 para abrigar o sino da catedral da cidade, mas terminado o terceiro andar, notou-se uma leve inclinação em razão de um afundamento do terreno. Tentou-se compensar a falha fazendo os outros andares maiores do lado mais baixo, só que a estrutura afundou ainda mais pelo excesso de peso.
A torre acabou de ser erguida, inclinada, em 1350, atingindo 56 metros de altura, e permaneceu fechada durante toda a década de 90 para que arquitetos tentassem recuperá-la. Houve uma estabilização na inclinação, e ela foi reaberta ao público em 2001, que pode subir até o topo em pequenos grupos e observar a cidade (como na foto acima).
Não subimos por falta de tempo (embora duvido que Lili fosse topar subir os 294 degraus), mas aproveitamos a sombra da torre, tomamos um gelato e curtimos a visão da praça dos milagres (do século 12), local em que fica a belíssima catedral, a torre pendente (leia mais sobre ela aqui) e um cemitério que compreendem o complexo arquitetônico da Escola Toscana.
Falando em Toscana. A região é uma bagunça, mas é bela. Já em Florença, sofremos para nos localizar mesmo com várias informações detalhadas do Hostel que avisou por email em letras garrafais: FECHAMOS ÀS 19h30. Com muito sufoco conseguimos chegar às 19h27 (culpa do trem, que atrasou quase 20 minutos, do trânsito absurdo e da falta de placas de informações).
Florença é uma cidade linda. Ok, estou sendo um pouco condescendente, pois eu e Lili discutimos muito a noite passada sobre modos de ver o mundo. Florença, em um primeiro momento, não me seduziu. Achei a cidade toscana… tosca (com o perdão do trocadilho infame). Mas depois de subir para a Piazzale Michelangelo, onde se tem uma vista absurdamente linda da cidade, não tem como endurecer o coração sem perder a ternura.
E hoje, caminhando, pelo centro histórico, belíssimo, entendo a paixão do mundo por esta cidade, que já ditou moda e arte para o mundo (função que Londres e Nova York são responsáveis hoje em dia), e permite olhar obras magníficas em seus museus. Ainda não fomos ao principal museu da cidade, mas já passamos pelo Museu del Bargello, que tem o “Davi”, de Donatello e o sensacional e junkaço “Baco“, de Michelangelo (mais aqui).
Uma das grandes atrações de Florença é a impressionante Catedral Di Santa Maria Del Fiore, com uma fachada de deixar a alma sem ar, e um interior mais modesto, que perde em pompa e acabamento para igrejas britânicas e francesas. Em frente há o Batistério di San Giovanni, construido entre os séculos 5 e 9, local em que Dante Alighieri foi batizado e que inspirou detalhes de sua “Divina Comédia”.
Bem, não sei pq, mas os sinais que estavam todos funcionando no teclado, começaram a dar pau (estou voltando ao control c control v). A felicidade durou pouco (hehe), mas já comemos uma pasta, uma bruschetta e tiramos esse tempo de internet para descansarmos. Queremos ver o grande museu da cidade na parte da tarde, e espero ter forças para ir ao Mogwai, que toca aqui hoje à noite. Espero conseguir. Agora, ao sol.
Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/
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