Cenas da vida em São Paulo – No cabeleireiro
Em São Paulo é possível encontrar todo o tipo de barbearia que você quiser. Tem algumas, tipo a Barbearia 9 de Julho, que oferecem aos clientes máquina de chope, garrafas de uísque e revistas masculinas. Nessa reportagem aqui você lê um pouco mais, porém é fato que nunca topei pagar mais do que R$ 10 para cortar o cabelo (talvez seja trauma do exército, em que se pagava R$ 2 e o cara passava a máquina sem se importar muito com o resultado – e até ficava ok).
Até entendo as mulheres que vão a salões de cabeleireiros super chiques e tal, mas meu cabelo não é a coisa mais difícil de cortar, então nem me preocupo tanto. Aliás, a única vez que cortei em um cabeleireiro chique, influenciado pela namorada que estava ali cortando, o cara conseguiu errar o corte. Dito isto, já faz uns dez anos que, em São Paulo, corto cabelo em uma cabeleireira em uma das galerias do centro da cidade. Comecei pagando R$ 6. Hoje pago R$ 10. E as histórias…
Um cara está sentado com uma senhora fazendo a sua unha. Ele puxa papo com a cabeleireira.
– E a Wanda, como está?
– Ela passou aqui ontem. Que peitão, viu – comenta a cabeleireira.
– Eu soube. Parece que ela vai colocar silicone na bunda também.
– Essa vai se dar bem na vida.
– Com certeza. Uma hora dessas ela arranja um italianão que vai pagar tudo pra ela.
– Ela está comprando um apartamento no Copan, mas não é kit não.
– Ai, falando em apartamento, sabe que eu me mudei, né – muda de assunto o rapaz
– De bairro?
– Não, continuo no mesmo bairro, mas mudei de prédio. Lembra que eu tinha contado que eu morava numa cobertura…
– Que chique…
– Nada. Era pequeno, um quarto, sala e cozinha, mas com uma sacada de 7 metros. Só que acredita que todo o domingo, às 8h da manhã, a vizinha debaixo ligava o som com axé no último volume…
– Axé? – diz a cabeleireira com jeito desgostoso.
– Pois é. Todo santo domingo era a mesma coisa, até que não agüentei e me mudei para um outro prédio, um apartamento enorme, 80 metros, mas no segundo andar. E não é que estou dormindo no domingo de manhã no novo apartamento e a vizinha começa a ouvir pagode no último volume…
– Eu tinha uma amiga, emenda a cabeleireira, que se mudou de apartamento por causa do Amado Batista.
– Ahn?
– A vizinha dela ouvia Amado Batista todo o santo dia. E a minha amiga falava: “Ou eu me mudo, ou eu mato essa mulher”. Ela se mudou, mas até hoje não pode sequer ouvir falar no nome do Amado Batista… (risos)
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