Preguiça e boa comida
Enfim estamos chegando ao trecho final de nossa viagem. Como era de se esperar, comecei a sentir dores fortes nos joelhos baleados ainda no último dia de Ouro Preto, então as caminhadas em Tiradentes foram entremeadas com pausas em buteco para uma cerveja e momentos de contemplação do ambiente. E o cansaço bateu, então ontem, pela primeira vez, fizemos uma “siesta” depois do belo almoço mineiro cancelando toda programação da tarde.
Assim, a visita ao alambique de Coronel Xavier Chaves ficará para uma próxima visita a região, que esperamos não demore tanto. Aliás, nosso plano no almoço de ontem era prestigiar um dos cinco restaurantes citados no Guia Quatro Rodas. Chegamos a entrar em um deles, mas o preço nos intimidou. Acabamos perdendo a chance de termos como companhia na mesa ao lado o casal Willian Bonner e Fátima Bernardes (acompanhados dos trigêmeos), que entraram lá minutos depois que saímos.
A tal “siesta” durou mais do que planejávamos, e acabamos acordando quase às 19h. Perdemos, desta forma, o passeio de Jardineira indicado pela Camila, mas ganhamos um belíssimo por-do-sol na Serra de São José. E acabamos fazendo a excelente besteira de entrarmos no Theatro da Villa, outro dos restaurantes indicados pelo Guia Quatro Rodas. Gastamos o triplo do que teríamos gasto no outro, no almoço, mas cartão de crédito está ai para isso mesmo, e a vida é para ser apreciada. A gente merece um agradim de vez em quando.
O restaurante é comandado por dois irmãos, gêmeos, Carlos Fernando (que se ocupa da cozinha) e Carlos Eduardo (que administra a casa) e o local abriga um anfiteatro com espetáculos de música nos moldes dos antigos teatros romanos. A especialidade da casa é cozinha contemporânea inventiva e tanto eu quanto Lili nos deleitamos. Toda hora que um dos donos vinha perguntar, ou mesmo o simpático Cristiano, que nos atendeu, a resposta era: “estou derretendo de prazer”.
Lili comeu um negócio muito complicado, na verdade, o prato que venceu uma das categorias do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes no ano passado. Era perdiz ao molho de redução de vinho do porto com mostarda de frutas e mais algumas coisas. O meu foi tranças de filé-mignon de cordeiro acompanhadas de um ravioli de batata com nozes e mais algumas coisas que não consigo descrever. A entrada (um molho de tomate com maça e ervas e outro al pesto com nozes) é foda. E a sobremesa, indescritível.
Saímos de lá balançando pelas ruas de pedra da cidade apaixonados pela noite, com o gosto do Pinot Noir africano nos lábios e a alma radiante. Ainda vimos, antes de dormir, mais um capítulo da comédia breguíssima “Maysa – Quando Fala o Coração”, e apagamos em um sono leve e bom. Hoje é dia de partida. Vamos de Maria Fumaça para São João Del Rey e, de lá de ônibus, para Belo Horizonte. Amanhã tem Inhotim, em Brumadinho, e cachaças à noite. Acho que ainda volto para papear.
Fotos: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta)
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