“Um cara bom de serviço”
Foto: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta/)
Um casal de franceses (falando muito bem o português) conversa com um guia mineiro dentro da Igreja de São Francisco de Assis, a obra mais famosa de Ouro Preto, simbolo máximo do barroco mineiro. “Esse Aleijadinho era muito bom”, comentam os franceses. “Ele era um cara bom de serviço, né mesmo”, responde comicamente o guia. Realmente, o homem era muito bom de serviço. Um gênio, na verdade.
A Igreja de São Francisco é a obra maior de Aleijadinho em Ouro Preto, embora encontre-se coisas suas em dezenas de monumentos da cidade. Aqui ele desenhou o prédio na função de arquiteto, a portada, tribuna do altar-mor, altares laterais e capela-mor. São também suas as esculturas da portada e dos púlpitos. Mestre Ataíde conferiu excelência artística ao teto, representando a assunção de Nossa Senhora.
Paga-se R$ 6 para visita-la ganhando-se o direito de visitar o Museu Aleijadinho, na Matriz N. Sra. da Conceição, que além de obras do artista ganha destaque por sua bela construção. Ainda falta visitarmos – dentre tantas – a Matriz de Nossa Senhora do Pilar (a igreja mais rica da cidade) e a Nossa Senhora do Rosário (que se destaca por sua rara fachada circular) e beber mais algumas cachaças.
Por enquanto, tenho seis cachaças anotadas no caderninho. Na parte da tarde deste domingo fomos comer no Bené da Flauta, um restaurante bacana que fica na descida da Igreja de São Francisco. O garçom ofereceu algumas cachaças, entre elas a Milagre de Minas, que eu havia bebido na noite anterior. “Achei muito forte”, comentei. “É mesmo? Ela é curtida em especiarias e ervas”, explicou. E eu tinha anotado na noite anterior: “forte gosto de pimenta do reino”. (risos)
Vou comentar todas as cachaças em um post à parte, ok. Agora vamos de trem para Mariana. Se você está planejando uma viagem pelas cidades históricas, coloque Ouro Preto e Mariana num fim de semana, tá. O Trem da Vale só funciona para passeios de sexta a domingo (mais feriados) em dois horários diários. As viagens (R$ 18 – aceita-se meia entrada) são de uma hora e valem a pena.
Em Mariana, pela primeira vez, pegamos um guia local para nos explicar as belezas da Igreja de São Francisco de Assis. O Renildo mostrou conhecimento do local, e valorizou o passeio com ótimas observações. No entanto, perdemos o concerto na Basílica da Sé, marcado para às 12h15 (todos os domingos). É um concerto em um orgão alemão do século 18 com 7 metros de altura, 5 de comprimento e 964 tubos, doação de Dom João V.
Voltamos de ônibus – com mais franceses e espanhóis – e fomos passear na feirinha de artesanato. Quase comprei um jogo de xadrez em pedra (R$ 20) para fazer par com o meu “incas vs espanhóis” adquirido no Atacama, mas ainda estamos no meio da viagem, e carregar pedras não é um bom negócio. Amanhã devemos embarcar para Congonhas em um bate e volta de um dia. Se eu não estiver bêbado demais, apareço. hehe
Foto: Liliane Callegari (http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari)
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