Música: “The Best of The Rykodisc Years”, Josh Rouse
Entre 2001 e 2005, Josh Rouse era contratado da gravadora Rykodisc tendo lançado pelo selo norte-americano três álbuns e um EP. A Ryko ainda distribuiu seus dois primeiros álbuns e o EP “Chester”, em parceria com o grande Kurt Wagner, líder do Lambchop. Afundado em copos de bebida, ao final do contrato com a Ryko, Josh Rouse decidiu começar vida nova longe do álcool em um vilarejo espanhol passando a lançar seus álbuns de forma independente (e dali surgiram preciosidades como “Subtitulo” e “Country Mouse City House”).
“The Best of The Rykodisc Years”, coletânea dupla recém-lançada, deixa de lado esses últimos três anos felizes do compositor (que além dos álbuns citados ainda incluem-se alguns EPs, um deles dividido com a namorada espanhola Paz Suay) e centra-se no que o próprio Josh Rouse define como sua “primeira fase”, período que o levou a ser apontado por algumas publicações com uma mistura bem azeitada do ex-lider dos Replacements, Paul Westerberg, com a fase jovem de Tom Petty e, ainda, Morrissey.
Entre as faixas de “The Best of The Rykodisc Years” está o “crème de la crème” dos belíssimos álbuns “Dressed Up Like Nebraska”(1998), “Home” (2000), “Under Cold Blue Stars” (2002), “1972? (2004) e “Nashville” (2005). A seleção feita pelo próprio músico foi rigorosa e matemática. São três faixas de cada um dos dois primeiros álbuns mais quatro de cada um dos três discos seguintes e, ainda, “65?, do EP com Kurt Wagner. No total, o CD 1 compreende 19 faixas que resumem a primeira fase de Josh Rouse.
Da estréia surgem a acelerada “Late Night Conversation” e a balada “Invisible”. De “Home” marca presença o pungente hit “Directions”, que até embalou cena de amor entre Tom Cruise e Penélope Cruz no filme “Vanilla Sky”. Já “Feeling No Pain”, de “Under Cold Blue Stars”, traz até microfonia na abertura enquanto o ponto álbum do primeiro CD (e da primeira fase do cantor) se concentra nas oito faixas maravilhosas retiradas da dobradinha “1972?/”Nashville” (o verso de abertura de “Streetlights”, que fecha o CD 1, é de arrepiar).
A segunda parte de “The Best of The Rykodisc Years” é composta totalmente por raridades, entre elas seis versões nunca lançadas oficialmente. As primeiras seis faixas deste segundo CD foram lançadas em 2001 no EP de edição limitada e fora de catálogo “Bedroom Classics Vol. 1? e destaca, entre outras, a primeira versão de “Sad Eyes”, de uma crueza que emociona muito mais do que a versão original lançada no álbum “Nashville”, e o altcountry “A Song to Help You Sleep”.
Aparecem em versão demo “Suburban Sweetheart” (cuja versão final abre o álbum de estréia do cantor), “Flair”, “Christmans With Jesus”, “Be On The Lookout” (que viria a ser “Little Know It All”, do álbum “Home”) e “Camping in Copenhagen” (demo de “Summer Kitchen Ballad”). Dois outtakes inéditos marcam presença na coletânea: “Cannot Talk”, gravada nas sessões de “Dressed Up Like Nebraska” e a lírica “Princess on the Porch”, das sessões do álbum “1972?.
Num total de 32 canções, “The Best of The Rykodisc Years” lança luz sobre uma belíssima obra cuja estréia completou 10 anos em 2008. Apesar de todo esse tempo, Josh Rouse não se transformou em um astro pop, o que pode dizer muito sobre a incompetência da indústria tanto quanto sobre a personalidade fechada desse compositor que aposta na força das boas canções. Um bom número delas está presente nesse disquinho que pode tirar a alma de muita gente da lama. Ou como diria o próprio: “Canções especiais para pessoas especiais”. Ele fez a parte dele. Agora cabe a você fazer sua: ouvir.
“The Best of The Rykodisc Years”, Josh Rouse (Ryko)
Preço em media: R$ 55 (importado)
Nota: 9,5
Leia também:
– Josh Rouse ao vivo em São Paulo, por Marcelo Costa (aqui)
– “Country Mouse, City House”, de Josh Rouse, por Marcelo Costa (aqui)
setembro 22, 2008 No Comments
Jim Morrison vai ressucitar…
… para dar umas bifas no Noel Gallagher. A introdução de “Waiting For The Rapture”, faixa três do novo disco do Oasis, é descaradamente chupada de “Five To One”… ou será uma citação com crédito para os Doors? Duvido, mas vamos ver o que vem pela frente.
setembro 22, 2008 No Comments