Bye, bye, Barcelona
Eu sei, é de partir o coracao, mas está chegando a hora de ir (“venho aqui me despedir e dizer que o meu coracao vou deixar nao ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus”… ahhh, o Rei Roberto). Bem, amanha de manha acordo e vou para a estacao Barcelona Sans para pegar um trem em direcao a Castellon, onde na praia vizinha, Benicassim, acontece o badalado Fiber nos próximos quatro dias. Este último dia útil em Barcelona foi o mais calmo e mais gostoso de toda a viagem, com cara de férias mesmo, e banco de praca, sorvete e caminhada de chinelo.
Acordei cedo para ir conhecer a Casa Milà, de Gaudi, popularmente chamada de La Pedrera, que fica aqui ao lado do hostel. Era para eu ser um dos primeiros a entrar, mas eis que chega junto comigo uma excursao de escola. Pô, bem legal levarem os estudantes franceses para conhecer Gaudi, mas tinha que ser no meu horário (risos). A Casa Milà è… putz, sem palavras. Meu queixo caiu várias vezes. Gaudi a construiu entre 1906 e 1910, e só um louco poderia construir uma casa bizarra dessas naquele tempo… e deslumbrante.
Na verdade, a Casa Milà eram vários apartamentos e hoje em dia é um centro cultural que abriga histórias das obras do arquiteto e o visual sensacional da casa. E, ainda, tem o “jardim” mais descolado de todos os tempos, no terraco, que você pode ter visto em “Profissao: Repórter¨, do Antonioni (valeu, meu querido Carlos Freitas), mas que nem mil fotos vao impedir que você deixe o queixo estatelado no chao. Bati muuuitas fotos. Esta, com o casal sentado sobre um dos arcos do terraco olhando a Sagrada Familia, demorou um tempo. Eu queria bater só dos arcos e da igreja, mas o casal sentou ali… (risos)
Na seqüência fui encarar o Parque Güell, que Gaudi fez entre 1910 e 1914, a pedido do dono da propriedade, Eusebi Güell. Conta a história que o resultado final do parque ficou muito aquém do ambicioso projeto original, mas olha, se ficou aquém, meu deus, o que deveria ser o projeto original! O Parque é uma pequena obra de arte. Assim que desci na estacao de metrô, e fui olhar o mapa, uma senhora perguntou: “Parque Güell? Siga reto”. Fomos conversando até o fim da escada rolante, quando ela disse que eu amaria o parque. “Me gusta mucho”, ela disse antes de ir.
Caminhei por horas pelo parque, deslumbrado com todos os seus detalhes, e lamentando nao estar com Lili para fazermos um piquinique (fica para o ano que vem). Subi e desci mais de 500 degraus (quando parei de contar), bati uma centena de fotos (mas fiz uma selecao para o flickr) e fiquei pensando o quao genial era esse homem, que fazia coisas realmente diferentes e inovadoras. É completamente chapante, completamente. Andei tanto que acabei com um tênis leve que eu tinha comprado em Parati, meses atrás, e que nao devia esperar tanto trabalho.
Voltei pro hostel de havaianas genéricas, tomei um banho e fui cortar as unhas na praca. E por lá fiquei sentado observando o movimento, descansando as pernas, acalmando a mente e sentindo o cheiro da cidade. Depois sai, olhei a Casa Battló, fui tomar um sorvete na sorveteria que fica embaixo da Casa Milà, e fiquei pensando no quanto essa cidade é encantadora. No hostel, novamente, arrumei as malas e deixei tudo pronto para amanha de manha acordar e partir, mas precisava registrar esse adeus. Nao sei como vao ser as coisas em Benicassim, mas se houver uma internet por perto (o que tem acontecido bastante nessa viagem), apareco para falar dos shows, ok.
Fotos da viagem e dos shows: http://www.flickr.com/photos/maccosta
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