Um litro de cerveja
Ok, estou bêbado. É bom dizer isso antes de escrever, assim vocês relevem qualquer erro ortográfico ou filosófico, ok. (hehe). Bem, estou em Benicassim, fervendo sob um sol de sei lá quantos graus. A viagem de Barcelona pra cá foi tranquilissima, com cerveja Mahou (uma das top 5 da viagem) e a costa da Espanha pela janela. Cheguei em Castellon, e eu tinha certeza que o hotel duas estrelas que reservei em cima da hora seria tosco, mas… grande engano.
Estou pagando, em média, 20 euros por noite em albergue. Este hotel em Castellon, cidade vizinha a Benicassim, está me custando 40 euros o dia, mas nada como chegar de doze dias em albergue e tomar um banho decente de uma hora em uma banheira. O hotel é fofo, mas é bem longe de Benicassim. Precisei tomar dois ônibus até chegar aqui, e foi um tempao. Minha preocupacao era pegar logo a pulseira do festival, e entao relaxar.
No caminho da entrada do FIB havia uma barraca vendendo cerveja, copos de 300 ml ou 1 litro. Optei pelo segundo, e se estou bêbado agora, nao foi só por essa opcao. É que, também, para estar escrevendo isso aqui, tive que esperar mais ou menos três horas. Nesse tempo, almocei (omelete de batatas e salada), bebi mais três Estrellas e tentei procurar uma amiga, que estava em alguma praia perto do festival, mas nem sequer na praia eu consegui chegar.
O FIB, hoje, comeca as 19h. Neste momento, 18h23. Nada Surf toca às 22h, Sigur Ros às 23h, Mates of State à 1h e… lembra aquela banda que eu tinha dito umas semanas atrás que estava pronta pra sair da sombra do White Stripes… Black Keys às 2 da manha (bêbado é uma m****! Nao era o Black Keys e sim o Black Lips). Ainda tem Battles às 3h e o festival segue até as 6h. O que me deixou puto, no entanto, foi o fato de colocarem My Bloody Valentine e Spiritualized no MESMO HORÁRIO. Tremenda sacanagem. ://// Bem, vou lá beber mais algo. Descobri uma internet do lado do hotel em Castellon, entao deve rolar atualizacao. Só depende da minha ressaca… a gente se vê.
julho 17, 2008 No Comments
Bye, bye, Barcelona
Eu sei, é de partir o coracao, mas está chegando a hora de ir (“venho aqui me despedir e dizer que o meu coracao vou deixar nao ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus”… ahhh, o Rei Roberto). Bem, amanha de manha acordo e vou para a estacao Barcelona Sans para pegar um trem em direcao a Castellon, onde na praia vizinha, Benicassim, acontece o badalado Fiber nos próximos quatro dias. Este último dia útil em Barcelona foi o mais calmo e mais gostoso de toda a viagem, com cara de férias mesmo, e banco de praca, sorvete e caminhada de chinelo.
Acordei cedo para ir conhecer a Casa Milà, de Gaudi, popularmente chamada de La Pedrera, que fica aqui ao lado do hostel. Era para eu ser um dos primeiros a entrar, mas eis que chega junto comigo uma excursao de escola. Pô, bem legal levarem os estudantes franceses para conhecer Gaudi, mas tinha que ser no meu horário (risos). A Casa Milà è… putz, sem palavras. Meu queixo caiu várias vezes. Gaudi a construiu entre 1906 e 1910, e só um louco poderia construir uma casa bizarra dessas naquele tempo… e deslumbrante.
Na verdade, a Casa Milà eram vários apartamentos e hoje em dia é um centro cultural que abriga histórias das obras do arquiteto e o visual sensacional da casa. E, ainda, tem o “jardim” mais descolado de todos os tempos, no terraco, que você pode ter visto em “Profissao: Repórter¨, do Antonioni (valeu, meu querido Carlos Freitas), mas que nem mil fotos vao impedir que você deixe o queixo estatelado no chao. Bati muuuitas fotos. Esta, com o casal sentado sobre um dos arcos do terraco olhando a Sagrada Familia, demorou um tempo. Eu queria bater só dos arcos e da igreja, mas o casal sentou ali… (risos)
Na seqüência fui encarar o Parque Güell, que Gaudi fez entre 1910 e 1914, a pedido do dono da propriedade, Eusebi Güell. Conta a história que o resultado final do parque ficou muito aquém do ambicioso projeto original, mas olha, se ficou aquém, meu deus, o que deveria ser o projeto original! O Parque é uma pequena obra de arte. Assim que desci na estacao de metrô, e fui olhar o mapa, uma senhora perguntou: “Parque Güell? Siga reto”. Fomos conversando até o fim da escada rolante, quando ela disse que eu amaria o parque. “Me gusta mucho”, ela disse antes de ir.
Caminhei por horas pelo parque, deslumbrado com todos os seus detalhes, e lamentando nao estar com Lili para fazermos um piquinique (fica para o ano que vem). Subi e desci mais de 500 degraus (quando parei de contar), bati uma centena de fotos (mas fiz uma selecao para o flickr) e fiquei pensando o quao genial era esse homem, que fazia coisas realmente diferentes e inovadoras. É completamente chapante, completamente. Andei tanto que acabei com um tênis leve que eu tinha comprado em Parati, meses atrás, e que nao devia esperar tanto trabalho.
Voltei pro hostel de havaianas genéricas, tomei um banho e fui cortar as unhas na praca. E por lá fiquei sentado observando o movimento, descansando as pernas, acalmando a mente e sentindo o cheiro da cidade. Depois sai, olhei a Casa Battló, fui tomar um sorvete na sorveteria que fica embaixo da Casa Milà, e fiquei pensando no quanto essa cidade é encantadora. No hostel, novamente, arrumei as malas e deixei tudo pronto para amanha de manha acordar e partir, mas precisava registrar esse adeus. Nao sei como vao ser as coisas em Benicassim, mas se houver uma internet por perto (o que tem acontecido bastante nessa viagem), apareco para falar dos shows, ok.
Fotos da viagem e dos shows: http://www.flickr.com/photos/maccosta
julho 17, 2008 No Comments