Festival Rock Werchter, Bélgica, Day 2
Sol, sorvete de chocolate belga e duas horas de Neil Young. O segundo dia do Werchter começou com uma ótima noticia: sai a chuva, volta o sol. A área de fora do segundo palco parecia uma praia sem mar nem areia: belgas de biquíni, Stela gelada e Ben Folds (com a tenda absolutamente lotada) na versão trio para animar a festa com direito ao maestro Ben comandando um coro de vozes em “Annie Waits” e arrasando em “Army” e “Bastard”. No outro palco, o Slayer quebrava tudo com o riff clássico de “Angel of Death”.
O dia prometia muito, e uma das principais promessas se cumpriu: o Tim Maia britânico deu cano no Werchter. Foi o terceiro show consecutivo que Pete Doherty deixou passar batido. Pena, eu queria muito ver o Babyshambles. No palco secundário, o pessoal do My Morning Jacket pagava tributo aos anos 70. Eu sempre relutei em dizer isso, ainda mais depois que o mundo babou os caras após o bom álbum “Z”, mas eles são chatinhos. Um Wilco que não deu certo… vi três músicas e me mandei para o palco principal.
Jay-Z foi recebido com festa por lá. Encontrei a comitiva brasileira e como eu havia decidido sair da frente do palco, onde estávamos, para comprar cerveja e só voltar quando o rap acabasse, fiquei encarregado de trazer cerveja pra todos no retorno. O show acabou, peguei cinco cervejas e fui atrás dos caras. Quem disse que os achei? Alemães, ingleses, holandeses e até belgas de olho na bandeja de ouro, ops, cerveja, e não resolvi desperdiçar: encostei num canto e quando um dos brasileiros me achou eu já estava terminando o terceiro copo…
The Verve no palco. Richard Ashcroft comanda a galera em um coro que canta os hinos urbanos da banda: “Sonnet”, “The Drugs Dont Work”, “Lucky Man” e “Bitter Sweet Symphony”, que me fez derrubar uma lágrima de emocao. Fechando a noite, duas horas com o mestre Neil Young e seu show de guitarradas e clássicos como “Love and Only Love”, “Hey Hey, My My”, “Everybody Knows This Is Nowhere”, “The Needle & The Damage Done”, “Unknown Legend” e “Heart of Gold”.
Num total de 17 canções emblemáticas, Neil Young transcendeu mesmo em duas covers: uma para a sua já famosa versão para “All Along The Whatchtower”, de Bob Dylan, tão tempestuosa quanto a imortalizada por Hendrix, e a outra no bis, surpreendendo com “A Day In The Life”, dos Beatles, em versão consagradora. No palco principal ainda havia Moby DJ Set, mas melhor guardar energias comendo sorvete de chocolate belga, afinal, neste sábado, Radiohead. Preciso me preparar espiritualmente…
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