Nada como um fim de semana para colocar as coisas em seu devido lugar. Teve orkontro da comunidade da Bizz e festa de aniversário da Capitu e da Carla no Copan. Assumi as pick-ups nesta última e como a festa foi à fantasia, tirei a capa preta do armário e me vesti de Zorro. Lili foi de espanhola (na verdade, ela parecia a menina do azeite, mas estava linda demais). Não sei dizer quem estava mais estiloso na festa. As aniversariantes, uma de Cleópata e outra de Joaninha, estavam ótimas. Teve Emília, diabinhas, garis, tiozão do rock, Branca de Neve, várias mortes, Jason, serial killers, Nietzsche, Harry Potter, árabes, sambistas, romanos e até um Marcelo Costa…
O set list, essencialmente de samba, foi esse:
Mamãe Natureza, Caetano Veloso Samba a Dois, Los Hermanos Que Pena, Gal Costa Mas Que Nada, Jorge Ben Diz Que Fui Por Ai, Nara Leão Eu Canto Samba, Paulinho da Viola Vou Deitar e Rolar, Elis Regina Samba do Grande Amor, Paulinho da Viola Tiro ao Alvaro, Elis e Adoniran Kid Cavaquinho, Maria Alcina Orora Analfabeta, Jards Macalé Pecado Capital, Paulinho da Viola Não Vou Ficar, Roberto Carlos Minha Menina, Os Mutantes Chocolate, Tim Maia 16 Toneladas, Funk Como Le Gusta Ereção, Orquestra Imperial Quero Te Encontrar, Claudinho e Buchecha O Que Que Nego Quer, De Leve Dark and Lovely, Beck Crazy, Gnars Barkley Down By The Water, PJ Harvey John, I’m Only Dancing, David Bowie Rocks (Remix), Primal Scream
“Nunca me ensinaram a arte da solidão, tive de aprendê-la sozinho. Ela se tornou tão necessária para mim quanto Beatles, tanto quanto beijos na nuca e carinho”.
Intimidade, de Hanif Kureishi
Acho foda demais essa frase, essa comparação (o livro também é sensacional). A solidão é algo que me atrai em fases da minha vida, e principalmente nestes dias em que estou, como dizia uma amiga, “conchinha”. É dolorido ter que falar quando não se quer falar. Não é maldade. É, simplesmente, vontade de ficar… quieto.
Quanto mais tempo passamos nesta bolotinha azul, mais percebemos os movimentos ciclicos do mundo (e das pessoas que vivem nele). Muitas vezes, afundado num poço sem fim de melancolia, rio de mim mesmo por ainda não estar vacinado em relação as agruras do mundo moderno. Como diria Raul, “pena eu não ser burro, não sofreria tanto”. Vivendo e não aprendendo…
Por fim, acho tão estranho que a imagem principal que o mundo tem de mim seja a de um cara falante, expansivo, extremamente sociável. Se o mundo soubesse o quanto sou tímido…
Sou apaixonado desde sempre por Ingrid Bergman (já comentei que vejo “Casablanca” ao menos uma vez por ano desde os meus 15 anos?). Audrey Hepburn é algo mais recente, de uns dez anos pra cá, depois que assisti “Quando Paris Alucina”. A loirinha Jean Seberg, que invadiu meu coração na semana passada, é totalmente novata em meus romances cinéfilos. Essa garota da foto, no entanto, caminha sobre a minha alma já faz uns quinze anos. Fui matar saudade hoje. Ahhhh, as francesas…
Novas datas da turnê européia de Leonard Cohen ousam bagunçar meu itinerário de viagem. Como você já leu por aqui, Radiohead em Berlim já era, mas Lou Reed em Madrid ainda está em aberto, já que os ingressos só começam a serem vendidos em abril.
No entanto, dia 16 de julho, três dias após o T In The Park, na Escócia (que embora eu tenha comprado os ingressos, eu vá tentar vender), tem Leonard Cohen fazendo show no Castelo de Edimburgo. Dá uma clicada na foto e imagina o que seria ver Cohen num lugar desses!!!!!
Na pré-agenda eu havia planejado ver Bruce Springsteen em San Sebastian no dia 15 (embora também não tenha comprado o ingresso ainda, e esse está á venda), mas juro que fiquei balançado. O que acalma é que Cohen faz show em Benicàssim, na Espanha, no dia 20. E esse festival está nos planos.
Agora, imagina como está a cabeça dos portugueses: Lou Reed e Leonard Cohen tocam em Lisboa no mesmo dia, 19 de julho. Em qual dos dois shows você iria?
Billy Bragg nasceu na época errada. Só pode ser. Com cinqüenta anos completados em dezembro último, o roqueiro britânico que ousa misturar Clash com Bob Dylan chega ao seu décimo segundo disco falando de coisas que estão fora de moda na nova ordem mundial. Em uma época em que o pop celebra muito mais os barracos de seus principais artistas (Britney e Amy na dianteira) do que a música propriamente dita, qual espaço para um cara que fala de amor, política e justiça?
“Mr. Love and Justice” sucede o brilhante “English, Half, English” (2002), e vem sendo saudado com tiros de canhão pela imprensa inglesa. “Antes do Arctic Monkeys escrever dolorosas canções de amor; antes de Mike Skinner destilar noites bêbadas em dramas de três minutos; antes do Radiohead descobrir a política; Billy Bragg já tinha feito tudo isso”, cravou a NME. “O Bob Dylan de Essex”, comparou a Q. “Uma das vozes de protesto mais importantes do pop britânico”, bradou a Uncut. “A British icon”, resumiu a Mojo.
Em um mundo cada vez mais dominado por grandes conglomerados, afundado em religiões fakes que prometem a vida eterna em troca de dinheiro, atolado de livros de auto-ajuda que prometem desvendar o grande segredo, e repleto de amizades virtuais (igual a solidão real), Billy Bragg aparece carregando sua guitarra, seu texto afiado e interrogando o Sr. Amor e Justiça. Em “Some Days I See The Point”, do álbum anterior, ele dizia que queria fazer do mundo um lugar melhor, mas que não conseguia fazer isso sozinho. Nem parece que se passaram só quatro anos. Quantas pessoas estão dispostas a fazer do mundo um lugar melhor? É possível contar nos dedos de uma das mãos.
No entanto, apesar do cenário catastrófico em que vive a sociedade atual, Billy Bragg abre “Mr. Love and Justice” bradando, no refrão: “Eu mantenho a fé em você”. Soa até inocente, eu sei, mas quem está cantando isso já passou dos 50 anos, é um ativista político que luta pelos direitos da classe trabalhadora inglesa e que defende a multiculturalidade britânica. E que, sobretudo, ainda acredita no amor e na justiça. “I Keep Faith” é singela, conta com a participação de Robert Wyatt e é uma daquelas canções que podem ser ouvidas por dias e dias a fio.
Com clima flamenco, “I Almost Killed You” surge movida por gaita e violões. “Você vê um arco-íris / Eu vejo uma nuvem escura / Você vê novos amigos / Eu vejo uma multidão má / Eu quase lhe matei com meu amor”, diz a letra. Na tocante “M For Me” ele propõe: “Seus problemas agora são nossos”. No rockão “The Beach is Free” ele explica: “Os campos pertencem aos fazendeiros / As florestas pertencem ao rei / Hoje em dia nossos prazeres estão cercados / Temos que pagar por tudo / Mas a praia está livre”. Na suave “You Make Me Brave” ele se recusa a se esconder no passado. Em “Something Happened” ele compara amor e luxuria.
Na faixa título, Billy Bragg interroga o senhor amor e justiça; em “If You Ever Leave”, fala de solidão e abandono; “O’Freedom” versa sobre democracia e liberdade, temas caros; em “The Johnny Carcinogenic Show”, praticamente adapta para o formato canção pop a temática do filme “Obrigado Por Fumar”: “Vi um garoto na televisão ontem / Ele estava vendendo uma tonelada de veneno / Uma mulher perguntou: Como você pode fazer isso? / Ele respondeu: o segredo é agarrar os jovens / Eu não posso ser responsabilizado pelo que as crianças aprendem / Sou responsável apenas em dar algum retorno aos meus investidores”. Lá pelo meio, ainda crava: “A pobreza é tóxica, todos sabem”.
Entre rocks, folks e ballads, “Mr. Love and Justice” soa muito mais um álbum de amor do que política. Seu clima (entre anos 40 e 50), no entanto, não alcança a sobriedade de “English, Half, English” nem a grandiosidade de álbuns clássicos do cantor, como “Talking With The Taxman About Poetry” (lançado em vinil no Brasil nos anos 80) ou os dois discos em parceria com o Wilco tendo por base canções inacabadas de Woody Guthrie. Mesmo assim, ele chega a tocar a alma em alguns momentos. É um disco que não tem relação nenhuma com a melancolia pueril dos emo punks, com a rebeldia sem causa do novo rock, com a diversão sem limites do electro. Talvez, por isso, soe fora do tempo. Billy Bragg nasceu na época errada. Ainda bem.
Ps. O álbum também foi lançado em uma edição dupla luxuosa, que traz no CD bônus as doze canções originais em versões caseiras, a maioria voz e guitarra.
“Third”, terceiro disco do Portishead, acaba de cair na web; um dos discos mais bacanas do ano é o novo do American Music Club, “Golden Age”; o segundo álbum do Tapes ‘n Tapes, “Walk it Off”, não me convenceu, mas preciso ouvir melhor. Estes três discos você encontra no excelente Jornal Berbequim. Já o segundo do Long Blondes (pra mim, outra decepção), está no Una Piel de Astràcan. Fora isso, tem um show da Cat Power, no excelente programa francês Black Sessions, rolando por ai. Vá atrás.
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Novidades da viagem: segundo a tickets.de, já era o Radiohead em Berlim. Convites sold out. Mesmo assim, estou pensando em dar as caras na cidade, andar ali “perto do muro” e tal. Mas o show mesmo, já estou passando. Vou me contentar com o do Rock Werchter. Lou Reed em Madri, nenhuma novidade. Estou ansioso. Fora isso, chegou a minha carteirinha de alberguista e na segunda-feira, se tudo der certo, passagens em mãos. Dedos cruzados.
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Eu não tenho a mínima idéia, mas o Danilo, do Smoke com Bloquinho, diz que descobriu o que Mallu Magalhães levava na sua caixinha para Bob Dylan. Veja aqui.
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O Matias publicou num Trabalho Sujo um texto do Ivan Finotti, editor do Folhateen, explicando todo o episódio. Leia: “O Homem Que Fez Mallu Magalhães Chorar” aqui.
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A Wonkavision disponibilizou a segunda música do disco novo para download no My Space e Last.FM; Para quem não soube, a ideia dos gaúchos é lançar uma música por mês até o fim do ano, todas disponiveis para download gratuito. Em janeiro eles disponibilizaram “O Impar Perfeito”. Agora é a vez de “Double Dealing”. Ouça aqui.
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A Mojo Books, um dos projetos mais bacanas nascidos na blogosfera nacional dos últimos anos, estréia novo site e novos caminhos. Agora, além do tradicional Mojo Book sobre um álbum (como o meu do “Doolittle”, download ao lado), existem também o Mojo Single, o Mojo Remix e o Mojo Comix. O primeiro é um texto mais curto, direto, sobre um single (até o fim de semana espero entregar um aos editores); o segundo, uma versão de outra pessoa sobre um Mojo Single já escrito; e o terceiro, bem, esse é melhor você olhar com os próprios olhos aqui.
Texto por Marcelo Costa
Fotos por Liliane Callegari
Última música. George Receli, o baterista, dá duas marteladas no bumbo e a banda entra jogando no colo da audiência “Like a Rolling Stone”, a canção que tirou Bob Dylan de vez da ala folk e o transformou em ícone pop em 1965. O homem não está olhando a plateia. O teclado (em que Bob passa 80% do show) fica posicionado na lateral do palco, para que ele comande com olhares as baquetadas de Receli e coordene – junto ao baixista Tony Garnier – os improvisos da banda. No lado direito da plateia, uma garota de estatura mediana consegue – numa falha da segurança – escalar o palco e parte correndo em direção ao homem.
Bob Dylan está imerso na canção, buscando na memória a letra que vai saindo pelos lábios em fiapos desgastados de voz. A menina corre, para em frente a ele e abre os braços. Assim que vê a garota, Dylan toma um susto e faz um gesto automático de “pare” com a mão esquerda estirada e o braço retraído, enquanto a mão direita continua intercalando teclas pretas e brancas. A menina fica petrificada até ser agarrada por um segurança brutamontes que, ao invés de portar uma cara de poucos amigos, ri de toda a cena enquanto a retira do palco. O público vai ao delírio e deixa as cadeiras – de R$ 250 até R$ 900 – para ficar em pé.
Um princípio de desordem se instala no recinto com berros, gritos e urros saldando a invasora, o homem e aquela canção. Dylan não se perde na melodia, olha para Garnier, que aproximou-se para “protege-lo”, e retorna ao andamento do refrão buscando a garota com o olhar. O público vai junto e canta “How does it feel / How does it feel / To be without a home / Like a complete unknown / Like a rolling stone?” a plenos pulmões sem o acompanhamento de Bob, que volta a cantar o refrão na seqüência e encaminha a música – e o show – para o final com um olhar em direção a Receli e Garnier. A música acaba. Ele se curva em direção a platéia, vira de costas e caminha para o backstage. Parece pensar, atônito, num lapso de deja vu: “Isso foi tão anos 60?.
Até este momento o show alternava clássicos interpretados de forma incompreensível (“Masters Of War”, “I’ll Be Your Baby Tonight”, “It Ain’t Me, Babe”) com versões bem distinguíveis de “Leopard-Skin Pill-Box Hat” e “Highway 61 Revisited” (metalizada, um dos grandes números da noite), sem contar canções mais recentes (o repertório trouxe nove músicas pós anos 2000 e oito dos anos 60), como a versão poderosa de “High Water (For Charlie Patton)” (com o grisalho Denny Freeman atacando com fúria sua Fender Stratocaster) e as bem recebidas (seis) canções do álbum “Modern Times” (com destaque para “Spirit On The Water”, com Dylan introduzindo a canção com uma gaita; e “Thunder On The Mountain”). Decepção mesmo só “Stuck Inside Of Mobile With The Memphis Blues Again”, um mero rascunho da original.
A Turnê Que Nunca Termina chegou a São Paulo precedida de muita expectativa. O alto preço dos ingressos, a fama de difícil do compositor e sua (falta de) voz castigada por anos e anos de excessos dividiam o público. Na hora do show, no entanto, 90% da casa estava tomada. Bob não falou uma palavra sequer com a platéia (a não ser quando apresentou incompreensivelmente sua banda – um quinteto – ao final do show), mas está muito longe de ser a pessoa difícil que tantos pintam.
De calça preta com uma listra branca, terno prateado (que parece ser duas vezes maior do que ele) e chapéu de cowboy com uma pena colorida, no Via Funchal, em São Paulo, Bob Dylan, 67 anos, fez com que duas garotas invadissem o palco (a primeira tentou subir pelo lado esquerdo da platéia, no início da apresentação), e com que o ícone teen do momento, Mallu Magalhães, 15 anos, fosse conversar com os seguranças antes do show pedindo-lhes permissão para entregar ao músico algo que ela carregava em uma caixa. Isso diz muito sobre a música deste homem, sua influência e seu carisma.
Fãs de primeira e última hora (que só conhecem “Blowin’ in The Wind” e não ouviram os recentes “Love and Theft” e “Modern Times”) e artistas globais (como Bruna Lombardi, que perguntada sobre qual música de Dylan ela mais gostava, respondeu: “Aquela que o Caetano canta”) se assustaram com a voz deteriorada do compositor. Nos anos 60, quando começou sua carreira, Dylan já não tinha a melhor voz da música pop. Esse nunca foi o seu cartão de visitas. Natural que em 2008, sabem-se lá quantas vidas depois, sua voz esteja esganiçada, pequena e ardida. Pela idade e pelo descuido. Dylan envelheceu, e sua voz também.
O show é um retrato borrado da era de ouro do rock and roll, algo fora de moda, distante dos tempos modernos. Porém, ao contrário de muitos outros mártires daquele verão do amor, Dylan foi ao inferno, sobreviveu a si mesmo, e voltou para contar/cantar. Sua voz enrugada é perfeitamente aceitável. O show é um passeio sombrio entre passado, presente e futuro. Por mais que aquele momento da garota petrificada frente ao ídolo tenha sido muito anos 60, não há nada mais 2008 que recusar o amargo, o ardido, o esganiçado, aquilo que não soa limpo (até o punk e o metal soam melodiosos hoje em dia).
Quase cinquenta anos se passaram, e Dylan continua na contramão da música pop, caminhando sozinho em uma estrada longa e solitária. Na plateia, menos afortunados tentam capturar um fragmento de um tempo que se foi, sem perceber que Dylan está muito mais preocupado com o que virá. Neste desencontro entre plateia e artista encontra-se o crème de la crème da arte moderna. Poucos shows no mundo podem simbolizar tanto sem serem explicitamente históricos. E foi isso que aconteceu. Dylan fez uma apresentação histórica em São Paulo, mas pouca gente percebeu.
O senhor Lou Reed acaba de anunciar uma turnê pela Europa em junho e julho… tocando o álbum “Berlin” na integra. De todas as datas que vocês conferem abaixo, a do dia 22 de julho em Madri parece que foi agendada pensando neste pobre homem que escreve estas linhas (e que está ficando cada vez mais pobre). Lá embaixo, no post do Rock Werchter 2008, falando sobre os planos da viagem, eu havia agendado o dia 22 para… Valência, na Espanha. Acho que terei uma mudança de rota em território espanhol… lá vou correr atrás do ticket… e eu nem consegui comprar o do Radiohead em Berlim ainda…
Cork Marquee (June 23)
Belfast Waterfront (24)
Edinburgh Playhouse (25)
Nottingham Royal Centre (26)
Paris Salle Pleyel (28)
London Royal Albert Hall (30)
Munich Philharmonie (July 3)
Hamburg CCH Congress Centrum (6)
Copenhagen Opera House (7)
Stockholm Annexet (9)
Warsaw Sala Kongresowa (14)
Brussels Bozar (16)
Loule Monumento Duarte Pacheco (20)
Madrid Conde Duque (22)
Girona Portaferrada Festival (25)
Benidorm Bullring (26)
“Simple Twist of Fate” com Jeff Tweedy
Música: Bob Dylan
They sat together in the park
As the evening sky grew dark.
She looked at him and he felt a spark
Tingle to his bones.
It was then he felt alone
And wished that he’d gone straight
And watched out for a simple twist of fate.
They walked alone by the old canal.
A little confused, I remember well,
And stopped into a strange hotel with a neon burning bright.
He felt the heat of the night hit him like a freight train
Moving with a simple twist of fate.
A saxophone someplace far off played
As she was walking on by the arcade
As the light bust through a beat up shade
Where he was waking up.
She dropped a coin into the cup of a blind man at the gate
And forgot about a simple twist of fate.
He woke up; the room was bare.
He didn’t see her anywhere.
He told himself he didn’t care ;pushed the window open wide;
Felt an emptiness inside to which he just could not relate
Brought on by a simple twist of fate.
He hears the ticking of the clocks
And walks along with a parrot that talks.
Hunts her down by the waterfront docks
Where the sailers all come in.
Maybe she’ll pick him out again. How long must he wait
One more time for a simple twist of fate.
People tell me it’s a sin
To know and feel too much within.
I still believe she was my twin, but I lost the ring.
She was born in spring, but I was born too late.
Blame it on a simple twist of fate.
Bem, eu tinha prometido a mim mesmo na semana passada descobrir um prato novo, certo. E não fiz. Assim que passei neste domingo no supermercado e olhei a bandejinha de picanha, não resisti e trouxe pra casa. Mas como fazer uma picanha em casa? Fui atrás de receitas e descobri o Cartochio de Picanha. A rigor, este Cartochio é embalado por ervas a provance, que Lili lembrou depois que havia experimentado um prato de Cordeiro a Provance no Atacama. Optei por esse.
Assim, faltou sal, mas o tempero ficou foda. A receita segue abaixo, mas o preparo é super simples. A gente compra os bifes de picanha, e prepara o tempero, que é uma mistureba de cabeças de alho, ervas finas (provance, tem uma da Kitano muito boa), salsinha, manteiga e sal. Você tritura o alho junto as ervas e a manteiga. Bate tudo em uma vasilha até virar uma pasta uniforme. Essa pasta você irá passar sobre os bifes. E enrola-los (devidamente empastelados) no papel alumínio. O tempo no forno é bem curto, coisa de cinco minutos para cada face da picanha. Fica foda.
Abaixo, a receita. Lili preparou um arroz integral, salada (alface, rúcula, palmito e vinagrete) e, para acompanhar, um Concha Y Toro Carmenere (minha uva predileta). Aliás, os Concha Y Toro estão bem baratos. Paguei R$ 17,90 na garrafa.
Ingredientes
1 bife de picanha de 200 gramas
1 (sopa) de manteiga
Salsinha a gosto
3 dentes de alho
Ervas provance
1 pitada de sal
Modo de preparar
Triturar as ervas provance com a salsinha e o alho. Acrescentar o sal e a manteiga formando uma pasta. Envolver o bife nesta pasta e embrulhar em papel alumínio deixando o lado do papel mais laminado para dentro. Assar sobre a grelha na churrasqueira, alternando os lados do bife. Pronta, exalará um aroma inconfundível. Servir com o arroz branco para poder apreciar o sabor das ervas com maior clareza.
Marcelo Costa é um leonino do segundo decanato com ascendente em touro apaixonado por cervejas artesanais, cachaças mineiras, picanha ao ponto (mal passada) e misto quente com salada e bacon. Editor do Scream & Yell, Beer Sommelier, DJ eventual, cozinheiro de fim de semana e centroavante nos moldes do grande Geraldão, Marcelo escreve bobagens sobre viagens, romances e cultura pop.
Email:
screamyell@gmail.com
Twitter:
https://twitter.com/screamyell
Outros Textos
Baixe o meu Mojo Book sobre o "Doolittle", dos Pixies, aqui
SHOW NACIONAL 2023
1) Juçara Marçal no Sesc Pompeia, novembro
2) Luiza Lian no Sesc Pompeia, agosto
3) Russo Passapusso, Antonio Carlos & Jocafi no Sesc Pinheiros, em março
4) Emicida no Morro da Urca, outubro
5) Karnak no Sesc Pompeia, julho
Menção: Egberto Gismonti no Sesc 14 Bis
SHOW INTERNACIONAL
1) Mars Volta no MITA Festival, em junho
2) Lianne La Havas no Cine Joia, em fevereiro
3) Dry Cleaning no C6 Fest, em maio
4) Black Country, New Road no C6 Fest, em maio
5) Los Espiritus na Associação Cecília, em outubro