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Pato Fu num dia, Jards Macalé no outro

No palco do charmoso teatro do Sesc Vila Mariana, o Pato Fu fez na sexta-feira mais uma apresentação memorável, desta vez focando-se no repertório do recém lançado “Daqui Pro Futuro”, mas sem abrir mão do passado. Nas minhas contas, foi o décimo show do Pato Fu que assisti nos 15 anos de vida da banda, e foi o melhor show de todos (até agora).

O show começou com “Mamã Papá” do novo disco (a pequena Nina, filha de Fernanda e John, estava na primeira fila acompanhada da avó), emendou com uma bonita versão de “Perdendo Os Dentes” e virou barulho com “Gimme 30?, do álbum de estréia, “Rotomusic de Liquidificapum” (1993). Esse trio de abertura se repetiu no show: canções novas, hits e umas “velharias” escolhidas a dedo.

Entre os hits destaque para “Sobre o Tempo”, com intensa participação do público. Das canções novas, “Tudo Vai Ficar Bem” e “Vagalume” chamaram a atenção (a última com um momento “bateria de moedinhas” tocada por Ricardo Koctus). Das raridades no repertório, “Um Ponto Oito” e “Vivo num Morro” mantiveram o clima em alta. Ao contrário do álbum, que é bem lento, o show do Pato Fu continua acelerado. E divertido. E praticamente perfeito nos detalhes. Ao final, só uma certeza: eles são a melhor banda do País.

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No palco do teatro do Sesc Santana (na verdade, quase todos os novos teatros do Sesc em São Paulo são charmosos), Jards Macalé, sozinho com seu violão, fez mais uma vez um grande show. Foi diferente do show do Theatro Municipal (melhor show nacional que assisti em 2007 até agora – e um dos melhores que vi na década até aqui), mas mesmo assim foi bem especial.

Macalé brindou o público com pequenos sets homenageando amigos. Waly Salomão foi relembrado em versões matadoras de “Mal Secreto”, “Anjo Exterminado” e “Vapor Barato”. O mestre Moreira da Silva foi relembrado com “Acertei no Milhar”, o divertidíssimo samba de Gordurinha “Orora Analfabeta”, e a parceria “Tira os Óculos e Recolhe o Homem” (com direito a história que rendeu a parceria na época da ditadura), com direito a citação do samba “Olha o Padilha” (e mais história).

O Brasil foi outro homenageado. Na verdade, os políticos brasileiros foram lembrados com sambas magníficos de Noel Rosa: “Onde Esta a Honestidade”, “Com Que Roupa” e “Positivismo” (dos versos que citam o lema da bandeira brasileira: “o amor vem por principio, a ordem por base, e o progresso é que deve vir por fim, desprezaste esta lei de Augusto Comte, e fostes ser feliz longe de mim”). Os pontos altos foram as arrepiantes versões para “Consolação” (de Baden e Vinicius) e “Contraste” (de Ismael Silva), com os versos:

“Existe muita tristeza na rua da Alegria
Existe muita desordem na rua da Harmonia
Analisando essa história
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaços”

O show terminou com “Gotham City” e a promessa de “Movimento dos Barcos” para o show de domingo… até estou pensando em ver de novo…

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