21h25, Saturday Nigth
Ia começar falando que as coisas estão corridas, que o trabalho está insano, mas bastante instigante (muuuitas novidades, a grande maioria boa), e me desculpar pela ausência culpando a correria. Mas quando eu não estive correndo? Entre os apelidos carinhosos dos quais Lili me chama, um é bem sintomático: 220. Ela diz que sou ligado no 220. Bem, eu tento fazer o máximo de coisas no mínimo de tempo que temos. A vida passa rápido demais, e quando vemos, já era. Eu só tento aproveitar. Então, não vamos culpar a correria. Se ando faltando aqui (apesar de ser um layout novo e tal) é porque estou trabalhando demais, mas também porque estou tentando aproveitar a vida. Não me culpe.
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Ando viciado na Piauí (mas lendo de duas a três reportagens por edição), comprando a Rolling Stone todo mês, mas não lendo nada (Lili lê e me conta), e é só isso em termos de revistas. Neste mês, no entanto, vou comprar a Bravo Especial Cinema. Tem dedo do amigo Jonas Lopes lá (e não são poucos dedos, e sim as duas mãos inteiras), então é garantia de boa leitura e boas dicas. Aliás, Jonas e Juliana são os responsáveis por um dos presentes mais bacanas que ganhei nesse aniversário: “Cruze Esta Linha”, uma coletânea de ensaios e artigos de Salman Rushdie, um dos escritores que admiro pelo dom de fazer rir após um longo trecho discursivo. O André foi responsável por um presente não menos especial: dois DVDr com mais de 11 horas de raridades de Bob Dylan. Começa em 1963, com uma apresentação no programa Folk Songs and More Folk Songs, da WBC TV, e termina em 2002, com a apresentação no Grammy. Presentaços.
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No cinema as coisas até que estão engatinhando. Vi “Saneamento Básico” dia desses (não viu? Vá ver, AGORA) e revi “Ratatouille” no fim de semana passado, com a sobrinha Gabriela. Havia visto em Valparaiso, no Chile, dublado em espanhol, e este foi um dos momentos em que nos desligamos completamente do lugar em que estávamos, do frio fora do cinema, de hostels, aviões e tudo mais. Só voltamos ao Planeta Terra quando o filme acabou, e fomos despertados do transe pelos aplausos do público (os chilenos aplaudem o filme quando gostam). Nem a dublagem em espanhol (e a falta de conhecimento da língua) atrapalhou no entendimento e encanto dessa maravilhosa saga de gerações sobre um rato que deseja ser chef de restaurante em Paris. Além de ser uma criança (com 37 anos, mas uma criança), me senti tocado pela parte do crítico, profissão que finjo exercer de vez em quando. O trecho final do filme é simplesmente clássico.
Fora isso, tem os DVDs. Andei fazendo uma rapa nas Lojas Americanas. Comprei “Amores Brutos”, “O Grande Lebowski”, “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?”, “Je Vous Salue, Marie” e “Z”. Acabei de assistir a este último, e fiquei absurdamente embasbacado com a sensacional visão do cineasta grego Contantin Costa-Gavras sobre o universo político. “Z” é considerado a obra-prima do cinema político, e foi o primeiro filme a romper a barreira da língua e ganhar, em 1969, uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. Ficou com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, e recebeu o prêmio do júri e o prêmio de Melhor Ator em Cannes. O filme denuncia a violência da ditadura na Grécia, instalada na década de 1960, e a forma como traduz política, manipulação da mídia, e o poder da força sobre a inteligência é de corar céticos. Foi proibido no Brasil durante a nossa ditadura militar. E é tão fresco, tão forte, tão impressionantemente atual. E custou apenas R$ 9,90 nas Lojas Americanas, pouco mais do que uma locação para um filme que deve ser visto várias vezes.
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E música… bem, neste momento ouço “Make Another World”, do Idlewild, que acabou de ganhar edição nacional. Bom, mas ainda não sei se é mais do que isso. Tenho ouvido bastante Ash (”Twilight Of The Innocents”) e Josh Rouse (”Country Mouse City House”), um pouco de Kula Shaker (”Strange Folk”) e acho que a ficha caiu em relação ao último álbum do Pato Fu, “Daqui Pro Futuro”, mas ainda não sei dizer se gostei. Tem também Lucy and The Popsonics (”A Fábula Ou a Farsa de Dois Eletropandas”), que adorei a primeira metade do álbum (o que dizer de “Garota Rock Inglês” e os singelos versos “Garota rock inglês não maltrate dessa vez / o meu coração que só fala português…/ Eu não leio Byron nem escuto Coldplay”), mas não achei tão boa a metade final. E também Orquestra Imperial (”Carnaval Só Ano Que Vem”) e Fino Coletivo (”Fino Coletivo”), mas desses dois eu não quero falar, porque ainda ouvi pouco o primeiro e já ouvi demais o segundo (eles iam pintar em primeiro lugar no meu Top 5 de 2007 na segunda-feira, mas quero ouvir melhor e ver se não é só uma chapação imediata ou se o disco sobrevive três semanas de extensa audição). E por fim, não gostei da música nova do Foo Fighters…
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Bem, Lili chegou… e é hora de preparar o jantar (nada especial hoje, mas se você algum dia topar com o livro “Guia Para a Sobrevivência do Homem na Cozinha”, de Alessandra Porro, leve pra casa, duas cópias se for possível. Uma pra você e outro pra me emprestar caso alguém leve o meu – que eu ganhei da Helena, já te agradeci, He? – e não devolva. Está frio na Selva de Pedra. Eu tinha mais coisas pra contar, mas… esqueci. Deixo vocês com Mr. Wander Wildner e o trailer da fotonovela O Infiel. Divirta-se.
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