Ao vivo: Kiss destrói tudo em (mais uma) noite histórica na capital paulista

Texto por Raphael Rodrigues
Fotos por Fernando Yokota

Depois de quase cinco décadas de carreira e em sua sétima passagem pelo Brasil (as seis anteriores forem em 1983/1994/1998/2009/2012/2015), o Kiss finalmente retornou à São Paulo com a sua derradeira “End of the Road World Tour” (após passar por Porto Alegre – você leu aqui – e Curitiba, e antes de encerrar sua história com o Brasil em Ribeirão Preto) e tocou para um público de 45 mil pessoas, segundo assessoria de imprensa do estádio.

Fato é que o Allianz Parque estava lotado, com um público que estava sedento para ouvir e cantar clássicos como “Heavens’s on Fire”, “Lick it Up”, “I Love it Loud” e “I Was Made For Loving You”, entre outras. Em comparação com a turnê de 2009 (primeiro e até então único show do Kiss deste resenhista) a magia estava igual. Quem foi ao estádio de Palmeiras viu a história do rock ali de perto acontecendo, sem exageros! O Kiss sabe como ninguém apresentar um excelente espetáculo visual e sonoro.

O clima de festa já podia ser percebido antes do show começar, e fora do estádio! Foi surreal ver nas ruas e já nas dependências do Alianz uma quantidade enorme de pessoas com o rosto pintado e cantando alto alguns refrões históricos da banda, lembrando muito o clima do filme “Detroit Rock City”. E foi exatamente com essa música que Paul Stanley, Gene Simmons, Tommy Thayer e Eric Singer começaram sua artilharia (após adentrarem o palco ao som de “Rock and Roll”, do Led Zeppelin)! Na sequência vieram “Shout it Out Loud”, “Deuce”, “War Machine” e “Heaven’s on Fire”, repetindo o set list da turnê.

“I Love it Loud” fez muitos fãs antigos lembrarem da sua infância ou adolescência, assistindo o vídeoclipe em casa – diz aí se não aconteceu com você também? A faixa “Say Yeah”, do álbum “Sonic Boom” (2009), não empolgou muito o público, mesmo com Paul tentando ensinar como era fácil o refrão. Talvez tenha sido um respiro antes dos clássicos “Cold Gin” e “Lick It Up”, uma das mais celebradas pelo público. No fim da música, um gafanhoto pousou no microfone de Paul Stanley, quebrando o script, o que tornou a noite mais especial ainda.

Incrível perceber como o Kiss, que durante décadas foi considerado por algumas pessoas um marketing da indústria musical, consegue fazer um set tão intenso e coeso. A sequência “Calling Dr. Love (1976)”, Tears Are Falling (1985)” e Psycho Circus (1998), mostram essas diferentes fases de uma banda praticamente perfeita dentro do cenário hard rock.

Não faltaram outros clássicos como “100.000 Years”, “God Of Thunder”, “Love Gun” e também uma das faixas mais ouvidas em aplicativos de streaming de música no Brasil, “I Was Made For Loving You”, com Paul Stanley no palco B, depois de sobrevoar o estádio. Para finalizar o set, “Black Diamond” foi executada com perfeição, para delírio dos fãs mais antigos da banda.

Pausa para o bis e tempo suficiente para o piano ser colocado no centro do palco, momento para Eric Singer cantar a balada “Beth”. Ainda teve tempo para uma das preferidas do Kiss para muita gente, “Do You Love Me”, e o gran finale com “Rock and Roll All Night”. Foi insano, como sempre, com o Kiss sendo Kiss e apresentando um show muito profissional e potente.

Particularmente faixas como “Parasite”, “C’mon and Love Me”, “Strutter”, “Domino” e “Creatures of The Night” fizeram falta, mas se a banda fosse atender aos pedidos de todos os fãs, a noite não acabaria nunca, afinal cada fã tem sua lista particular. Quem sabe numa próxima, não é mesmo? Pois por mais que “End of the Road World Tour” seja “vendida” como a última turnê da banda, se eles mudarem de ideia e decidirem voltar, o Kiss Army estará de volta, lotando e cantando junto! Você tem dúvidas?

– Raphael Rodrigues (@allbeers) é jornalista e editor do All Beers.
– Fernando Yokota é fotógrafo de shows e de rua. Conheça seu trabalho: http://fernandoyokota.com.br/

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