Três perguntas: TAMASHIRAN, o projeto solo de Lucas Tamashiro

entrevista por Renan Guerra

Lucas Tamashiro já passou pelas bandas Raça, Ombu e Gumes e depois dessas trocas decidiu se aventurar em suas próprias composições. Sob o nome TAMASHIRAN e com produção de Vivian Kuczynski, ele lançou seu primeiro single, “Mundo”, pelo selo Balaclava Records, como parte do projeto Radar Balaclava, iniciativa dedicada à projeção de artistas independentes do país.

TAMASHIRAN é basicamente uma firula gramatical com o sobrenome Tamashiro, que significa castelo de diamantes e foi herdado de sua mãe, que é filha de japoneses. É um interessante jogo linguístico quando se pensa na simbologia de um castelo de diamantes e como essa construção precisa passar pela escolha de pedras brutas e pela lapidação. Uma espécie de metáfora para o processo interno do próprio artista até se entender pronto para a carreira solo.

“Mundo” traz o universo indie no qual Tamashiro habitava, mas também busca conversas com a sonoridade pop. Para completar, a canção ganhou um videoclipe criado por Lucas e Carolina Luz, todo gravado em meio à quarentena, em que a dupla registra um passeio por São Paulo, com mergulhos pelo universo interno (e quase subaquático) de TAMASHIRAN.

Para entender mais sobre esse lançamento, Lucas respondeu três perguntas para o Scream & Yell. Confira abaixo:

Depois de todos esses processos e trabalhos coletivos, qual foi o start para se decidir pelo projeto solo? E você sente que aqui consegue explorar outros lados que ainda não haviam sido mostrados antes?
Eu gosto de pensar que a vida é uma constante evolução então nesse sentido só foi um desdobramento do que veio antes. Pensando nisso o start deve ter sido quando eu vim pro mundo. Mas de uma maneira mais pragmática, foi uma possibilidade de explorar sonoridades novas que eram limitadas quando você trabalha em conjunto com outra pessoas e existe uma certa democracia na dinâmica coletiva, e de me aprofundar em interesses individuais meus como me aproximar do pop, ainda que de uma forma meio estranha e esquisita.

Como foi esse processo de produção desse primeiro single e como você se conectou com a Vivian Kuczynski? Como foi essa troca?
Eu já conhecia o trabalho autoral da Vivian e achava incrível tanto artisticamente como nos aspectos de produção. Aí eu tava precisando de interlocutores pra me entender como artista solo, e o Dotta fez a ponte pra gente trocar uma idéia como produtores. Ela desde então foi tão maneira e prestativa e modesta que senti de deixar parte do trabalho na mão dela, e isso pra mim foi um baita acerto. Traçando uma analogia, ela só deixou tudo o que eu queria dizer mil vezes mais claro.

A partir daqui, quais as intenções e ideias para o futuro do TAMASHIRAN? Podemos esperar um disco cheio?
Como pessoa, ganhar dinheiro e ser feliz, rs, e continuar produzindo algo criativo, mas como artista eu vou trabalhar junto a Vivian em mais um punhado de sons. Com a Carolina Luz, em mais alguns vídeos, porque eu gostei muito dessa parte também.

– Renan Guerra é jornalista e escreve para o Scream & Yell desde 2014. Também colabora com o Monkeybuzz.

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