entrevista por Homero Pivotto Jr.
“The soul is always in the south” (a alma está sempre no sul, em tradução livre). É o que pensa o vocalista e guitarrista Charlie Starr, do Blackberry Smoke, que com seis discos lançados — sendo o mais recente “Find A Light”, de 2018 — conseguiu reconhecimento para além dos limites fronteiriços do southern rock. E é, atualmente, um dos grandes representantes do gênero popularizado por nomes como Lynyrd Skynyrd, com quem o Blackberry Smoke fez alguns shows.
Surgido no Sul dos Estados Unidos numa derivação do rock and roll, do country e do blues, o southern rock ainda tem como símbolos, além do Lynyrd, nomes como The Allman Brothers Band e The Black Crowes, e viu o Blackberry Smoke crescer logo após o terceiro disco, “The Whippoorwill” (2012), que colocou a banda no Top 40 da Billboard. “O que é legal, porque foi produzido por nós mesmos e alguns amigos. E foi lançado por uma gravadora independente”, pontua Charlie Starr na conversa abaixo.
Os álbuns “Holding All the Roses” (2015) e “Like an Arrow” (2016) foram além (29ª e 12ª respectivamente), sedimentando o nome da banda no cenário, fato que “Find A Light”, o registro mais recente (lançado em abril de 2018), apenas corroborou. Na entrevista a seguir, o músico estadunidense fala sobre o estilo musical pelo qual seu conjunto é rotulado, o bom trânsito entre os formatos acústico e plugado, as conquistas do BBS e a expectativa sobre a primeira gira no Brasil.
O Blackberry Smoke alcançou muitas conquistas desde que foi criado, em 2000. Foi de artista promissor até tornar-se um nome em destaque no cenário southern rock da atualidade. O que fez isso ser possível?
Não sei exatamente a razão. O que eu posso dizer é que sempre permanecemos verdadeiros com nós mesmos, e isso pode ter tocado as pessoas.
Sobre o rótulo de southern rock: o que caracteriza o estilo, musicalmente falando? Para você, o gênero hoje em dia mantém os elementos do passado, quando tocado por bandas clássicas?
É difícil definir esse tipo de som. Sempre pensei que bandas de southern rock exercitavam a liberdade musical. Elas soam diferentes, mas o espírito é o mesmo. E tem os longos solos de guitarra… haha.
O BBS tocou em alguns shows na turnê de despedida do Lynyrd Skynyrd. Como foi essa experiência?
Fantástica e não tão doce.
O quanto o Lynyrd Skynyrd influenciou o BBS, considerando-se que eles são apontados como pioneiros do southern rock?
Claro que amamos a música deles. Estava por toda a parte enquanto crescíamos.
Qual momento na carreira do Blackberry Smoke acredita ter sido decisivo para o sucesso? Aquele em que as coisas mudaram e a banda começou a crescer cada vez mais.
Pra mim, creio que o disco “The Whippoorwill” (2012). O que é legal, porque foi produzido por nós mesmos e alguns amigos. E foi lançado por uma gravadora independente.
O BBS funciona também em formato acústico, não apenas plugado. Tem alguma preferência entre esses tipos de apresentação? Por quê?
Amo os dois. As performances acústicas são legais pelos espaços vazios, musicalmente. Elétrico é bacana pelo volume e poder.
E sobre o show que rolam em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, devem ser todo elétrico ou com momentos acústicos? Como é definido qual jeito vai ser tocado em uma apresentação?
Devemos ter momentos acústicos. Vai depender do público, na verdade.
O disco mais recente da banda chama-se “Find a Light” (2018). Isso leva a pergunta: como a música pode ajudar as pessoas a encontrar brilho em um mundo cada vez mais obscuro?
Música é remédio para a mente e para o corpo. É definitivamente uma luz.
Como é a primeira vez do BBS no Brasil, quais expectativas?
Estamos bem ansiosos sobre o país e a cultura. Pessoas do Brasil que conhecemos parecem ser verdadeiros amantes da música.
Como Porto Alegre fica no sul do país, acredita que possa haver similaridades com o sul dos Estados Unidos?
The SOUL is always in the South (A alma sempre está no sul, em tradução livre).
– Homero Pivotto Jr. é jornalista e responsável pelo videocast O Ben Para Todo Mal. Entrevista cedida pela Abstratti Produtora.
O Som me tocou de primeira, e achei boa a entrevista mas discordo sobre o Sul do Brasil ter alguma similaridade com o estilo do sul dos USA