Entrevista: Girlie Hell


por Marcelo Costa

Formada em 2008 em Goiânia, a Girlie Hell é um grupo feminino de hard rock que chega agora ao seu segundo disco, “Till The End”, lançado pela mesma Monstro Discos que investiu no álbum de estreia, “Get Hard” (2012), e também colocou nas lojas “Hit and Run” (2014), um belo compacto em vinil vermelho produzido por Heros Trench e Marcelo Pompeu (Korzus) e masterizado por Alan Douches, da West WestSide Music, nos EUA, o mesmo trio que assina “Till The End”, álbum que reúne singles e novas faixas do quarteto.

“Nós ficamos extremamente satisfeitas com o resultado final do disco”, conta Carol Pasquali, baterista e única integrante da primeira formação do Girlie Hell, de 2008. As guitarristas Júlia Stoppa e Bullas Attekita entraram na banda logo depois, com Bullas assumindo os vocais em 2010, após a saída da primeira vocalista, e se firmando na posição. Na entressafra entre o disco de estreia e “Till The End”, a baixista Joyce Guerra entrou na banda, substituindo Fernanda Simmonds. Essa formação é uma das atrações do 22º Goiânia Noise.

“Goiânia é uma ótima e péssima cidade pra se ter uma banda (risos)”, observa Carol, que no rápido bate papo abaixo ainda fala sobre a parceria da banda com a Monstro Discos, a tour Rock na Estrada (“Foi extremamente divertido, nos rendeu grandes amizades, nos mostrou a importância de “fazer o corre” pra divulgar o trabalho”), os excelentes clipes do Girlie Hell (“Nós somos todas muito ligadas com a questão visual”) e o novo projeto, o DVD “Get Low”, que deve chegar ás lojas ainda em 2016. Confira!

Vocês estão lançando “Till The End”, o segundo disco, e ele me soou mais melódico do que o “Get Hard”, mas sem abdicar do peso. O que vocês buscavam de sonoridade quando entraram em estúdio e como vocês veem o resultado final?
Podemos dizer que, naturalmente, o “Till The End” é um disco mais maduro que o “Get Hard!” e essa nossa maturidade nos permitiu ir mais fundo ao misturar nossas referências musicais, nossas ideias e nossos sentimentos. Isso foi percebido pelos próprios produtores (Marcelo Pompeu e Heros Trench) logo no começo das gravações, criando uma sintonia muito legal pra poder registrar as músicas. Nós ficamos extremamente satisfeitas com o resultado final do disco que, apesar de ter unido singles e inéditas, ficou coeso e representa bem a história da banda.

Goiânia é uma das cenas de rock mais ativas do país. Como é ter uma banda de mulheres na cidade?
Goiânia é uma ótima e péssima cidade pra se ter uma banda (risos). As inspirações aqui vêm de todos os lados e a cidade tem uma estrutura ótima pra quem gosta de curtir e tocar rock (muitos estúdios de ensaio, diversos espaços de show e até bares que promovem o encontro dessa galera). Ao mesmo tempo em que tudo colabora, o nível dos músicos e das bandas é altíssimo e as “bandas de garagem” não têm vez por aqui. Não dá pra parar no tempo, pra não atualizar produtos da banda e pra não lançar coisas novas (e de boa qualidade) de tempos em tempos. É um mercado extremamente exigente. Eu creio que por estarmos a oito anos nesse cenário, nós conseguimos suprir a necessidade e expectativa desse público. O preconceito sempre existiu e ainda persiste, mas nós ainda estamos aqui pra bater de frente com ele. “We will fight till the end”, já dizia a música que dá nome ao novo disco.

Vocês já lançaram os dois álbuns pela Monstro Discos e fizeram parte do Rock na Estrada. Como é pra vocês trabalhar com a Monstro e como foi a experiência dessa viagem com outras três bandas tocando em várias cidades?
A Monstro Discos é parte importante na história do rock nacional e é muito importante pra nós fazer parte disso, assim como foi fazer parte do Rock Na Estrada, um evento único, nunca feito antes no Brasil. Colocar um bando de doido num ônibus e sair por aí tocando é o sonho de todo moleque que quer ter banda! Foi extremamente divertido, nos rendeu grandes amizades, nos mostrou a importância de “fazer o corre” pra divulgar o trabalho e, principalmente, nos ensinou que a bandas precisam se fortalecer, estarem juntas, se unir em prol de melhorar a cena do rock independente, sem frescurinha ou competição.

“My Best”, “Gunpowder” e faixa título, “Till The End”, já ganharam clipes de altíssima qualidade. Como foram a produção desses vídeos e como vocês veem essa união de música e imagem?
Nós somos todas muito ligadas com a questão visual – inclusive em nossas profissões – o que nos faz ter um carinho muito grande na hora de produzir um vídeo clipe. Nós acreditamos que eles precisam completar o sentimento e o significado da música. A produção desses clipes é sempre um momento divertido, apesar de muitas vezes ser extremamente trabalhoso e cansativo. E tem mais clipe por vir! Estamos na pré-produção de três novos!

Do que se trata o DVD “Get Low”? Assisti alguns vídeos acústicos e achei bem legal!
“Get Low” é um projeto em comemoração aos 4 anos do lançamento do “Get Hard!”, onde fizemos versões acústicas de algumas músicas do disco. Ficou bem intimista, com depoimentos de histórias da banda e de amigos e fãs! Ainda não temos uma data oficial para o lançamento, mas será ainda esse ano!


– Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne

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