TOP SEVEN 2015 SCREAM YELL

Demorou um pouco mais do que o normal, mas saiu: cá estão o especial de Melhores do Ano Scream & Yell 2015, que conta com a participação de 102 votantes elencando os destaques em nove categorias – a categoria surpresa deste ano é a de videoclipe, já que a produção anda tão que decidimos parar para olhar um pouco com mais calma para os melhores vídeos do ano. A categoria Cinema volta a ser dividia em Nacional e Internacional, e as demais são as categorias tradicionais da votação.

O recorde de votos ficou com dois representantes nacionais: tanto o Melhor Disco quanto o Melhor Filme quase alcançaram 50% dos votos: eles receberam 49 votos de 102 possíveis. As categorias de Melhor Disco Internacional e Shows (nacional e gringo) se mostraram bastante equilibradas enquanto os vencedores das categorias Melhor Livro, Melhor Filme Internacional, O Melhor da TV tiveram uma vitória um pouco mais sossegada.

Há um interessante mapa cultural por entre estas 102 listas. Você, leitor curioso, poderá fazer um recorte particular e pessoal fuçando cada uma delas (como, exemplo, mídia impressa e mídia online, por regiões, o melhor para os Brunos – são sete votantes!) e, através deste recorte, criar pequenos núcleos de ideias que o ajude a entender o que se passa na cabeça do pessoal que trabalha com cultura nesse mundo velho sem porteira chamado Brasil. Há várias listas dentro desta lista. Arrisque uma combinação.

As “cédulas” seguiram o padrão das votações anteriores: nenhuma pré-lista, nenhuma regra. Cada votante teve liberdade para fazer seu recorte pessoal do que foi o melhor de 2015. Não deixa de soar interessante que entre os 25 discos nacionais mais votados apenas 1 (um!) seja de uma grande gravadora (e 13 deles estejam liberados para download gratuito). No listão gringo, as majors aparecem com seis dos vinte e cinco discos – nenhum selo conseguiu cravar mais do que dois álbuns entre os 25. Vale uma pensata?

Para finalizar, a mesma ladainha anual. Juntando 102 votos de uns aqui e outros acolá apontamos os 7 Melhores de 2015 em diversas categorias. Por que 7? Curtimos essa coisa meio cabalística do número, mas também gostamos de posar de diferentes. No mais, assim como de praxe, optamos por manter os votos de músicos que votaram na própria banda, mas eles não foram computados. Os vencedores estão ai embaixo, divirta-se.

Comentários breves:

– Entre os 25 discos nacionais mais votados apenas um, “Estratosférica”, da Gal, foi lançado por uma das antigamente conhecidas “grandes gravadoras”. A Balaclava Records colocou três, a Natura Musical emplacou quatro na lista e, dos 25 álbuns, 13 estão disponíveis para download gratuito;

– Em 13 votações de melhores do ano do Scream & Yell, essa é a primeira vez que um disco de hip hop gringo aparece em primeiro lugar;

– O Lollapalooza fez 3 a 1 no Rock in Rio na categoria shows;

– Na categoria “TV”, o Netflix ampliou a força que tinha mostrado em 2014, ainda que novamente tenha perdido o primeiro lugar. Em 2014 eles cravaram “House of Cards” em segundo lugar. Em 2015, das sete posições, quatro são de séries do Netflix.

– Como praxe, a lista de votantes inclui votos pessoais bastante interessantes de pontos distantes: Eduardo Palandi, por exemplo, fez sua tradicional lista com o melhor do sertanejo (Wesley Safadão no topo) enquanto Jonas Lopes listou dois Top 5, um de discos de Jazz e outro de Erudito (com a Budapest Festival Orchestra tocando a Symphony no. 9, de Mahler, no topo). Isso mostra que as listas pessoais trazem muitas curiosidades. Fuçe.

– Einstürzende Neubauten recebeu quatro votos na lista de Show Internacional de 2015 – e não tocou no Brasil – batendo bandas famosas que fizeram turnê por aqui como Foo Fighters (tb 4 votos), System of a Down (3) e Elton John (2)

– Na categoria Melhor Filme Internacional, dois filmes que foram lançados em janeiro de 2015 no Brasil e fizeram barulho no Oscar do ano passado sobreviveram até dezembro: “Birdman” e “Whiplash”. Um dos filmes esquecidos, “Vício Inerente” também ficou na memória dos votantes. Na categoria Disco Internacional, o Alabama Shakes conseguiu cravar seu “Sound & Colours”, que vazou em fevereiro.

– Particularmente gostei muito da lista de filmes nacionais. E a de livros tem umas boa surpresas… musicais (eu não sabia que o livro do Peter Hook tinha ganhado edição nacional!).

– Esse ano decidimos incluir, junto aos dados de cada votante, a cidade em que ele atua profissionalmente, porque isso aprofunda o olhar sobre as cenas locais. Preste atenção.

Marcelo Costa
Editor Scream & Yell – Ano 16

3 thoughts on “TOP SEVEN 2015 SCREAM YELL

  1. Como a minha lista de melhores discos é no geral bem diferente do que apresentado aqui, então lá vai minhas sugestões:

    Ben Lee – Love Is The Great Rebellion
    Benjamin Clementine – At Least For Now
    Calexico – Edge Of The Sun
    Chris Isaak – First Comes The Night
    Chvrches – Every Open Eye
    Dave Gahan & Soulsavers – Angels And Ghosts
    Deerhunter – Fading Frontier
    Grooms – Comb The Feelings Through Your Hair
    Jean-Michel Jarre – Electronica 1 The Time Machine
    Jimmy Sommerville – Homage
    Joseph Arthur – Days Of Surrender
    K-Os – Can’t Fly Without Gravity
    Mercury Rev – The Light In You
    New Order – Music Complete
    Noel Gallagher’s High Flying Birds – Chasing Yesterday
    Peter Buck – Warzone Earth
    Telekinesis – Ad Infinitum
    The Minus 5 – Dungeon Golds
    The White Buffalo – Love And The Death Of Damnation
    Waters – What’s Real

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