Três perguntas: João Erbetta

por Marcelo Costa

João Erbetta é daqueles músicos tão prolíficos que não dá conta de liberar tudo que cria musicalmente. Seja como integrante do power trio Los Piratas (que entre 2003 e 2010 lançou três discos obrigatórios – todos disponíveis para download aqui), guitarrista bizarro (no projeto Guitar Bizarre) que acompanha Marcelo Jeneci, divide um álbum (“Mad Flux“) com o norte-americano Adam Levy (da banda de Norah Jones), monta um novo projeto musical em Los Angeles (The Panamericans) e grava uma versão delicada de um clássico de Belchior, Erbetta parece dormir abraçado com a guitarra.

Após dois anos morando nos Estados Unidos (tempo que obrigou o Los Pirata a dar uma pausa, mas ele avisa: “Tenho tido vontade de fazer uns shows com os caras e relembrar os bons tempos”), Erbetta retornou no ano passado ao Brasil e se estabeleceu no Rio de Janeiro. Neste momento está na pré-produção de sua estreia solo cantada, prepara o lançamento de “Music for Drama and Cloudy Skies” (2014) em vinil, segue tocando com Jeneci, produzindo Marcelo Perdido e planeja escrever uma “Suite” para um octeto com clarone, trombone, piano, baixo, violino, bateria, guitarra e sax. “O céu é o limite”, avisa.

Na última vez que a gente conversou por e-mail você estava morando nos EUA, tinha gravado um disco com o Adam Levy e engatilhado o projeto The Panamericans. Dai logo depois saiu seu disco solo, “Music for Drama and Cloudy Skies” (2014). Esqueci alguma coisa? (risos) Quando você voltou ao Brasil?
Eu passei dois anos na Califórnia e, com isso, estreitei os laços com o Adam Levy e com os Panamericans, já que todos estão baseados em Los Angeles. Gravei esse disco com o Adam (“Mad Flux”) e saí fazendo shows com ele e com os Panamericans. Nesse meio tempo gravei o “Music for Drama and Cloudy Skies”, que vai virar vinil em breve. Deixei gravado um disco de inéditas do Panamericans e outro disco com o Scott Kettner e com o Pete Curry. A agenda apertada não me permitiu finalizar nenhum deles ainda. Voltei para o Brasil em junho de 2014 e fui chamado de volta para acompanhar o Marcelo Jeneci na tour do “De Graça” e estamos na estrada até agora. Me mudei para o Rio em janeiro de 2015 e ainda estou desbravando a cidade, mas já sendo muito bem recebido pelos músicos legais locais. Tenho me aproximado do pessoal da Audio Rebel, que é um oásis de criatividade aqui no Rio. Sinto uma boa onda generalizada (e em São Paulo também!).

Assim como o amigo Lúcio Ribeiro, sou um grande admirador do Los Pirata! A banda acabou em 2012 (diz um artigo da Wikipedia), mas acabou, acabou mesmo? (risos) Vocês não pensam em tocar juntos? E o Guitar Bizarre, em que pé anda?:)
A banda não “acabou mesmo”, não… : ) Em 2012, também em função da minha ida para a Califórnia, eu pedi um tempo para o Loco e para o Jesus. Eu tenho tido vontade de fazer uns shows com os caras e relembrar os bons tempos. Outro dia eu me peguei ouvindo o “Les Show” (2010 e tinha me esquecido o quão bom é esse disco. Hoje eu canto melhor e toco melhor. Seria legal reatar essa energia e fazer alguns shows pontuais em 2015/2016, quem sabe gravar um single… Vou falar com os caras e ver onde isso vai dar. Nós três temos agendas apertadas e não é fácil coordenar tudo isso. Há um documentário sobre a banda em andamento. Temos muito material inédito também e tenho muito orgulho de tudo o que fizemos. Vamos ver pra onde o vento sopra.

E o Guitar Bizarre, em que pé anda?:)
O “Guitar Bizarre” é parte de tudo o que eu faço no universo instrumental. Eu tenho feito shows solo assim como em duo, trio, quarteto… Dependendo do projeto eu monto o time, o repertório e a formação. Tenho também muita coisa inédita da época do “Guitar Bizarre Vol1 e Vol2” que eu já poderia editar num disco novo. Falta tempo! Quero gravar um disco de jazz com o Du Moreira e ainda estou no processo de pré produção de meu primeiro disco solo cantado, ou seja, a agenda aqui tá bombando. No ano que vem eu quero começar a escrever uma “Suite” para um octeto com clarone, trombone, piano, baixo, violino, bateria, guitarra e sax. Vai ser lindo. O céu é o limite. : )

– Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne.

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