Entrevista: Motel 11-11

por Marcos Paulino

Quando questionado por que deixou o Detonautas, o baixista e fundador da banda carioca, Tchello, é bastante sucinto, como se constata nesta entrevista ao PLUG, parceiro do Scream & Yell. Agora, ele quer mesmo é saber de sua nova paixão, a Motel 11-11, que tem em sua formação, além do baixista, Tomaz Lenz (voz, violão e bateria), Áureo Gandur e Marcelo Magalhães (guitarra) e Rick De La Torre (bateria).

De um início sem maiores pretensões, no qual Tchello, Tomaz e Áureo, este dois integrantes do movimento Varandistas, encontravam-se para fazer mashups de suas músicas favoritas, o tal projeto despertou interesse e eles acabaram aparecendo em alguns programas, inclusive no de Jô Soares. Aí veio a vontade de transforma-lo numa banda de verdade, que acabou participando do reality “SuperStar”, da Globo, do qual foi eliminada.

A banda está lançando o seu primeiro EP, “O Plano A e o Plano Bom”, um trabalho no formato work in progress. Nesse esquema, as músicas vêm sendo postadas aos poucos no site da Motel e nas redes sociais. O EP (já disponível para download no www.motel11-11.com.br) não terá um número definido de faixas. A ideia é que todo o processo criativo dos músicos seja continuamente compartilhado com seus fãs. Tchello fala mais sobre a banda abaixo.

Pergunta inevitável: por que você deixou o Detonautas?
Por divergências pessoais e artísticas.

Muitos dos fãs do Detonautas acabam conhecendo a Motel por sua causa. Você acha que há um estranhamento deles em relação à nova banda, pela diferença de estilo entre uma e outra?
Olha, a princípio sim, mas aos poucos vão se permitindo degustar uma nova sonoridade que com o tempo passam a amar, assim como tenho percebido em pessoas que chegam de outros estilos e nos descobrem pela internet.

De acordo com a própria banda, a Motel começou como um projeto despretensioso e foi “aos poucos descoberta pela mídia”. Como aconteceu essa história?
Em junho de 2006, quando perdi o Rodrigo Netto (ex-guitarrista do Detonautas, morto em um assalto), deixei escapar junto a vontade de compor, de criar, de me envolver com a arte. Afinal, ele era de fato a única pessoa que estava sempre próximo em tudo que envolvia música ou qualquer outro tipo de expressão artística. Depois da sua partida, passei um bom tempo questionando a vida e suas regras, até que um dia descobri em um evento a voz de Tomaz Lenz e a guitarra de Áureo Gandur. A partir dali, diversos encontros musicais despretensiosos aconteceram e nasceu o que chamávamos de Projeto 11-11. Foram muitas horas de estúdio e muita diversão, com profunda liberdade de criação. Isso, de fato, fez toda a diferença para que o envolvimento de todos se tornasse cada vez mais assíduo, até tocarmos em alguns festivais no Circo Voador e pararmos no “Programa do Jô”, da Rede Globo.

Quando vocês chegaram à conclusão de que a Motel passaria a ser a atividade principal de todos os seus integrantes?
Com a minha saída do Detonautas, em 2013, retomamos o projeto como Motel 11-11, bem mais organizados, com parceiros nos apoiando, entre eles o produtor musical Clemente Magalhães, dono do estúdio Corredor 5; o Alberto Picharillo, diretor de cinema da AP Filmes; a Rosangela Almeida, da Noar Produções, entre outros tão importantes. Assim, encaramos como a banda principal daqueles caras do projeto. Nos fechamos, compusemos, gravamos um disco bastante rico em letras e arranjos, gravamos tudo em vídeo , editamos simultaneamente e já fomos postando nas redes sociais. Isso fez toda a diferença pra começar a chamar a atenção de antigos e novos fãs.

Por que a decisão de lançar um EP aberto, sem um número definido de faixas?
Olha, sinceramente não sei responder essa pergunta [Risos]. Mas acho que foi em comum acordo entre banda, produtor, empresário, equipe… As músicas foram chegando e fomos decidindo juntos.

Há a intenção de transformar esse EP virtual num álbum físico?
Há!

Como vocês encararam a eliminação do “SuperStar”?
A princípio, uma frustração, mas depois você sente um fortalecimento e uma determinação fora do normal para continuar e evoluir. Assim estamos mais unidos e cada vez mais acreditando que estamos no caminho certo com a nossa música.

– Marcos Paulino é jornalista e editor do caderno Plug, do jornal Gazeta de Limeira.

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