Disco do Ano: José Flávio Júnior

Disco do ano #11
Estado De Nuvem: vote nele!
Por José Flávio Júnior

Artista – Bruno Souto
Álbum – Estado De Nuvem
Lançamento – 29/08/2013
Selo – independente

Até aqui, 2013 tem sido para mim um ano de faixas isoladas, não de álbuns. “Let The Groove Get In”, do Justin Timberlake. “I Sat By The Ocean”, do Queens Of The Stone Age. “Ugabuga Feelings”, da Bárbara Eugênia. “Husbands”, do Savages. “Quebra Tudo” e “Belém Não Para”, do Gabriel Muzak. “Zóião”, do Emicida. “Wenu Wenu” e “Warni Warni”, do Omar Souleyman. “Undum”, do Do Amor, “Ooh La La”, do Robin Thicke. “Lucifernandis”, do Boogarins. “Problema Seu”, do Felipe Cordeiro. “Te Ví”, da Julieta Venegas. “Na So We See Am”, do Femi Kuti. “Raça Desunida”, da Catarina Dee Jah. Podia gastar linhas e linhas nomeando meus singles particulares. Já quando penso em discos cheios…

Há um que tenho certeza de que gosto do começo ao fim. Do primeiro som de baixo ao último acorde de guitarra. Pela lógica, é meu disco do ano. E fico muito feliz em apontar “Estado De Nuvem” nessa brincadeira do Scream & Yell. Sempre gostei dos discos da Volver. Nos três anos em que interferi na Oi FM, fiz o que pude para que as composições do grupo chegassem ao dial. E lamento que hoje não exista mais nenhuma emissora em São Paulo para tocar as composições de Bruno Souto, agora com esse belíssimo disco solo. Nordeste 70, Roberto e Erasmo, soul music, power pop, a gama de estilos contemplados é vasta. E o pernambucano vai bem em todas as encarnações, com seu romantismo desbragado e sua voz sempre segura e para fora.

Há um cúmplice bastante audível no disco, que é o produtor Regis Damasceno (Cidadão Instigado, Marcelo Jeneci, Chankas), o cearense que mais entende de Beatles, costumo brincar. Mas aproveito a oportunidade para citar o baterista Thiago Nistal, que conheci na faculdade como estudante de comunicação e integrante da banda Oito – depois, ele tocaria com Wado e Volver. Thiago não apenas cuidou das baquetas em nove das dez faixas de “Estado De Nuvem”, como investiu na gravação, imagino que a fundo perdido. O que não quer dizer que ele não será recompensado. Sendo franco, esse texto aqui serve para influenciar você que votará nos melhores do ano do Scream & Yell. Já queria ter dado uma forcinha para o álbum em outra eleição de melhores de 2013 que coordenei (sabe aquela revista lá? Vai voltar. De novo), mas me contive. Sonorizo essa boca de urna com algumas das minhas favoritas do repertório (que pena que “Dance” e “Por Quê?” não estejam no YouTube), além de uma releitura do hit pop do pacote.

(Se a campanha der certo, vou lamentar muito não ter feito o mesmo pelo disco de Saulo Duarte E A Unidade, o meu predileto em 2012 – e que insiste em permanecer na vitrola.)

– José Flávio Júnior é jornalista e edita a Billboard Brasil. “Estado de Nuvem”, de Bruno Souto, foi liberado gratuitamente digitalmente. Baixe o disco no site oficial: http://www.brunosouto.com/

Semanalmente teremos um convidado no Scream & Yell escrevendo sobre o disco do ano

Especial Melhores de 2013:
– Disco do Ano #1: “Fade”, do Yo La Tengo, por Cristiano Castilho (aqui)
– Disco do Ano #2: “Random Access Memories”, do Daft Punk, por Rodrigo Levino (aqui)
– Disco do Ano #3: “…Like Clockwork”, do QOTSA, por Mariana Tramontina (aqui)
– Disco do Ano #4: “Shaking the Habitual”, do The Knife, por Tiago Ferreira (aqui)
– Disco do Ano #5: “The Next Day”, de David Bowie, por Carol Nogueira (aqui)
– Disco do Ano #6: “Nocturama”, de Nick Cave & The Bad Seeds, por Gabriel Innocentini (aqui)
– Disco do Ano #7: “Dream River”, de Bill Callahan, por João Vitor Medeiros (aqui)
– Disco do Ano #8: “Foi no Mês Que Vem”, de Vitor Ramil, por Thiago Pereira (aqui)
– Disco do Ano #9: “Tooth & Nail”, de Billy Bragg, por Giancarlo Rufatto (aqui)
– Disco do Ano #10: “13”, do Black Sabbath , por Marcos Bragatto (aqui)

3 thoughts on “Disco do Ano: José Flávio Júnior

  1. Cara, sem dúvida uma das melhores dicas do Scream & Yell do ano. O disco é muito bom, cativante e agradável. Bruno mistura os ritmos com competência e fluidez, como em Cansaço, que é bem anos 70, com baixo reggae e swingada. Uma das melhores do disco. Obrigado

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