Lollapalooza Brasil 2014 em Interlagos

Texto e fotos por Marcelo Costa

O Lollapalooza Brasil deu a largada para a edição 2014 nesta quinta-feira (10/10) oficializando o Autódromo de Interlagos como casa do festival e com Perry Farrell andando de trem da CPTM para mostrar à imprensa como era fácil se deslocar até o local e prometendo aproximar o Lolla Brasil da experiência do Lolla Chicago, o que, segundo a produção, pesou na escolha pelo autódromo, um local cinco vezes maior que o Jockey Club de São Paulo, e que permitirá ampliar as ações do Lollapalooza.

Perry Farrell e representantes da Time 4 Fun Brasil confirmaram que o festival volta a ter dois dias de shows (como em 2011) e que irá acontecer nos dias 05 e 06 de abril (uma semana antes do Coachella, nos Estados Unidos, o que evita choque de atrações importantes). A expectativa da produção é de receber um público de até 140 mil pessoas (70 mil pessoas por dia) que irão conferir cerca de 80 atrações. Segundo informação da coletiva, o line up será divulgado nos dias 23 e 30 de outubro, pois, segundo o diretor de shows da empresa, Alexandre Faria Fernandes, alguns artistas ainda não assinaram o contrato.

O desejo de recriar a experiência do Lollapalooza Chicago em São Paulo foi o grande ponto de destaque da coletiva, e tanto Perry quanto Alexandre reforçaram a ideia de que o maior espaço do autódromo permitirá criar muito mais áreas de alimentação (com cadeiras disponíveis), áreas de descanso distante dos shows (para quem quiser relaxar entre um apresentação e outra) e disponibilizar os três principais palcos em posições que um não afete o outro, pois haverão muitos shows simultâneos, inclusive de atrações de público semelhante.

Uma das principais características dos grandes festivais internacionais, o encavalamento de horários de shows busca dividir a plateia entre determinados palcos com o intuito de criar melhores condições para que o público assista aos shows sem tumulto. Ou seja, prepare-se para ter que escolher entre bandas que você admira, porque vai acontecer – e é bom que aconteça. E você terá que andar bastante entre um palco e outro, pois o festival sai de 120 mil metros quadrados no Jockey para 600 mil metros no Autódromo.

Outro dos pontos da coletiva foi a preocupação com o transporte público. Nos dois dias, o festival irá começar às 11h da manhã e terminar às 23h no sábado e 22h no domingo. Quem preferir ir de metrô poderá utilizar a linha Esmeralda da CPTM (ligação com a Linha Amarela do Metrô), descendo na estação Autódromo, e caminhar cerca de 700 metrôs até o local do festival. No sábado, as linhas da CPTM e metrô operam até a 1h da manhã. No domingo, as operações da CPTM e metrô se encerraram às 00h. A produção também criará um bicicletário (são 20 quilômetros do centro até o autódromo) e informará sobre as 29 linhas de ônibus que levam ao festival.

Quanto a carros, haverá um estacionamento para 4 mil veículos no próprio autódromo (os tickets serão vendidos antecipadamente). Para estes veículos estacionados no local haverá uma promoção: os carros que chegarem com mais de quatro pessoas irão ter o valor do tíquete do estacionamento reembolsado em Pillapalooza, a moeda do festival, para que o valor seja gasto em alimentação e bebida. Haverá ainda 11 bolsões de estacionamento (CENU, Shopping D&D, Rochavera, Bento Branco, Nova América Office Park, Transamerica Expo Center, Birman 9, Casa Burgos 1, Casa 1 Alicante, Ecoberrini e Landmark) com vans levando o público para o local.

Num primeiro momento, a sensação de que a produção do festival quer tornar do Lollapalooza Brasil o mais próximo possível da experiência do Lollapalooza Chicago é bem-vinda e merece votos de confiança. Mais do que jogar confete sobre si próprio, o festival dá o pontapé inicial para 2014 discutindo pontos delicados (não só do próprio Lolla Brasil, mas de diversos festivais que acontecem no país) como banheiros, alimentação, áreas de descanso, transporte e buscando soluções para evitar que o som de um palco vaze para o outro. A preocupação com serviço foi um bom ponto desta primeira coletiva.

Clique no mapa para ver a imagem em melhor definição

O cronograma do festival, que neste ano acontecerá novamente no Chile e, pela primeira vez, na Argentina, traz pela frente o anúncio das 80 atrações – divididas em dois lotes: 23/10 e 30/10 –, o valor do preço dos ingressos e a data em que eles começam a serem vendidos (em novembro). Não oficialmente, nomes como Nine Inch Nails, Depeche Mode, Muse, Mumford & Sons, Pixies e Arctic Monkeys são dados como prováveis no Lollapalooza Brasil, mas a produção optou por não confirmar nenhuma atração antecipadamente. Agora é esperar mais um pouco.

Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne

Leia mais
– Balanço: O melhor do Lollapalooza Brasil 2012, por Marcelo Costa (aqui)
– Balanço: O melhor do Lollapalooza Brasil 2012, por Marcelo Costa (aqui)
– Análise: Lollapalooza Brasil x Lollapalooza Chile, por Marcelo Costa (aqui)

11 thoughts on “Lollapalooza Brasil 2014 em Interlagos

  1. estou botando muita fé na nova administração do Lolla Brasil, espero não quebrar minha cara, de novo (Lolla 12)

    essas datas de divulgação, serão anunciadas umas bandas no dia 23 e outras no dia 30? é isso?

  2. Parte deste mesmo pressuposto, Igor: as ideias são boas e não tem como não apoiar. Mas tá tudo ai pra gente cobrar depois, e reclamar se não for feito, né.

    E quanto a divulgação do line-up, o que eles deram a entender foi exatamente isso: uma leva no dia 23 e a outra no dia 30.

  3. Estive lá em 1999 pra ver o Kiss e nunca entendi não usarem o espaço com música. Não sei se existia algum tipo de contrato ou qualquer coisa que dificultasse, mas Interlagos sempre pareceu o lugar certo pra se fazer festivais. Até agora o plano é bem animador. E esse Depeche Mode não é nada ruim, hein.

  4. eles podiam ter furado o Lolla Chile e divulgado pelo menos um dos Headliners hoje (tipo o NIN, já que o DM está encrencando) e algumas outras bandas, afinal, está com o line 90% contratado…

    espero muito que dê certo, a atenção aos detalhes dessa vez aparentam ter sido bem maior… o discurso “eu sou foda e vou engolir os outros” parece ter sumido, apesar de eles terem dado a alfinetada “Lollapalooza 2014: um festival de verdade”

    por toda essa questão de dividir a divulgação do line up em bloco que acredito que o Lolla Brasil esse ano fará a aposta de apresentar um line maior que os demais da América do Sul e tentar ser maior e melhor que o Lolla Chile, uma tarefa bem difícil, talvez a T4F esteja pensando no futuro (ficar com os três – Brasil, Argentina e Chile -, já que tem atuação nos três países, por exemplo)

    é importante lembrar que a T4F é uma empresa de capital aberto e disse em seu Fato Relevante à Bolsa que:

    “Esta parceria vem fortalecer o posicionamento estratégico da T4F como a maior empresa de entretenimento da América do Sul na medida em que adicionamos mais um conteúdo ao nosso portfólio, aumentando ainda mais a diversificação de nossas receitas e maior diluição de custos fixos. Além disso, aumentamos nossa exposição ao segmento de festivais que cada vez mais tem ocupado espaço no Brasil e no mundo.”

    o tempo é o senhor da razão, dia 07 de abril saberemos se a T4F veio pra dominar o Lollapalooza na América do Sul ou se será mais uma tentativa em vão de tentar produzir algo no Brasil que dá (muito) certo lá fora

  5. O maior problema para mim do Lolla foi o palco eletrônico extremamente perto de um dos palcos principais e com isso um interferia no som do outro. Só quero ver se, realmente, vão fazer com que nenhum show atrapalhe outro show, pois a meu ver por esse mapa, os palcos continuam pertos.

    Outro grande problema de sempre do Lolla: preço dos ingressos extremamente caros!
    O festival é ótimo, então quase que vale o preço que pagamos, mas se puderem baratear ao máximo seria muito melhor – mas duvido que isso aconteça!

    Quanto ao line-up, confio totalmente que será ótimo e que fará com que eu queira ir nos 2 dias.
    mas quase implorando por uma banda que nunca veio e já devia ter vindo faz tempo:

    EDITORS

  6. Moro a 130 metros da estação autódromo e uns 600 da entrada do local. Quando surgiu a notícia de que o Lolla viria pra cá foi uma chiadeira imensa e fui um dos raros que comemorou. Minha comemoração não era tanto em função de morar aqui mas sim por achar que:

    a) o espaço atendia um desejo do Farrel que dizia que não conseguia convencer os velhinhos do Jockey a liberar mais espaço para atrações

    b) embora seja aparentemente distante o acesso é rápido

    c) dá uma função para um espaço imenso e sub-aproveitado que é o autódromo (que é sustentado com nosso dinheiro e deveria ter seus portões abertos para eventos com frequência maior).

    A questão é que na época acabei virando um Relações Públicas de Interlagos no Twitter em polvorosa. Percebi que quando afirmava “mas gente, da Paulista até aqui são 40 minutos” todo mundo demonstrava surpresa. A linha 9 se conecta ao metrô em Santo Amaro e também Pinheiros. Lá na frente na Presidente Altino ela se conecta a outra linha de trem que vai pra Barra Funda e Julio Prestes. O segredo vai ser a CPTM escoar 70mil pessoas (coisa que o metrô da linha amarela nunca conseguiu). Na F1 funciona bem, mas ela acaba as 16:00 de modo que o tempo não joga muito contra.

    Quem fizer uma única baldeação não deve ter problema. Duas eu já não sei se vai dar tempo. Neste caso, deixar o carro num dos bolsões da Berrini deve ser uma boa.

    Sobre o local, minha preocupação é justamente a extensão da área. O autódromo é todo acidentado e as atrações estarão bem espaçadas. Aposto em dezenas de milhares de tornozelos moídos no segundo dia a noite. Quase desisti do terceiro dia no ultimo Lolla pois estava no bagaço. O bom é que o desnível do terreno pode jogar a favor privilegiando a visão dos mais baixos. Tenho 1.71m e mal vi o Pearl Jam no Jockey.

    Enfim, se alguém está pensando em não ir ao Lolla pelo local não desista. É tranquilo.

    Acho que o festival tem muito a ganhar com a mudança.

    Abraço,
    Vinimzo, o RP Indie do Autódromo

  7. Também estou dando um voto de confiança ao pessoal do Lolla. Parece que existe uma preocupação real com pontos fundamentais, como banheiros, alimentação, espaço entre palcos, etc. O fato do autódromo ter sido reformado nos últimos anos também ajuda a apagar a má impressão deixada em outras oportunidades, ao menos nos relatos dos que já foram em shows lá.

    Pelo lineup comentado até agora, mesmo com nomes de muita qualidade, não sei se eles vão conseguir atingir a meta de 70 mil por dia, é um número alto. Se bem que, nesse caso, o correto é esperar o anúncio definitivo para analisar com calma. E também tem a questão do valor do ingresso, que sempre volta a ser assunto. Se o pensamento é de uns 85% com meia, o ideal seria fazer algo para que a inteira ficasse “apenas no papel”, ou seja, faz algum tipo de promoção / ação social que os participantes poderiam comprar inteira pelo preço de meia, sei lá (acho que já existe isso em alguns lugares, aliás)…

    Também queria ver os nomes que o pessoal citou, como Editors, Wilco, Jack White, Radiohead. Já acrescentado Portugal The Man, Arcade Fire, Wombats, Whigs, Atoms for Peace, Subways, Green Day…

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