Boteco: Três cervejas portuguesas

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por Marcelo Costa

Fundada em 1927, a União Cervejeira AS (Unicer) está situada nos arredores de Porto, e é a distribuidora portuguesa de marcas famosas como Carlsberg, Tuborg e Guinness. Porém, o grande sucesso da casa é a Super Bock, cerveja que liderou absoluta durante décadas o mercado cervejeiro português, mas, desde 2008, divide a honra com a Sagres. Desde 1995, a Super Bock batiza um dos principais festivais de verão portugueses, o Super Bock Super Rock, e a cerveja clássica da casa já ganhou 26 medalhas na competição belga Monde Selection.

Além da Clássica, a Super Bock pode ser encontrada nas versões Abadia (ruiva), Green (com limão), Tango (com groselha), Twin (sem álcool) e Stout. Está última exibe bela formação de creme, típica do estilo, de longa permanência. No aroma, o destaque não é o malte torrado, mas sim o malte de chocolate, com notas adocicadas e muita suavidade. O paladar segue o aroma, com notas leves de malte torrado, chocolate, café e pouco amargor. O final é seco e tostado enquanto o retrogosto traz algo de cappuccino. Uma stout leve e Interessante.

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A Sociedade Central de Cervejas (SCC) foi fundada em 1934 por quatro das mais antigas e prestigiadas cervejeiras portuguesas, e em 1940 surgia a Sagres, a cara da marca, que passou a dividir o mercado com a Super Bock (sempre atrás da concorrente). Apenas no bimestre de outubro e novembro de 2008, a Sagres superou a Super Bock pela primeira vez em 20 anos. Foi neste ano também que a SCC foi adquirida pelo Grupo Heineken. Além da Sagres tradicional, a SCC produz outros oito rótulos de Sagres, incluindo versões sem álcool e com limão.

Todas as características de uma cerveja mainstream batem ponto na Sagres, uma respeitável Standard American Lager que faz sucesso na terra de Cabral. Na taça, um liquido dourado e cristalino exibe uma boa formação de espuma, de média permanência. No aroma, o malte de cevada se destaca com mais facilidade, remetendo levemente a biscoito. No paladar, levíssima percepção de malte e lúpulo, tudo dentro do que se espera de uma Standard American Lager, cuja função principal é refrescar. O amargor moderado se destaca no final e no retrogosto.

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Já a cerveja Radler se apoia em uma receita que faz bastante sucesso em alguns países da Europa: a junção de cerveja com limão (mistura também conhecida como Shandy). Esqueça as tentativas brasileiras ou mesmo a versão mexicana com limão no bico da garrafa. Aqui, o sumo de limão natural praticamente transforma a cerveja em uma limonada com uma pitada de amargor, abaixando seu teor alcoólico (2% no caso desta versão da Sagres) e transformando a cerveja em um excelente acompanhante para pratos rápidos e/ou mesmo café da manhã.

Lançada em 2013 no mercado português, a Sagres Radler reúne água, malte de cevada, cereais não maltados (milho e cevada), lúpulo e um conjunto de sumos de frutas variadas, com maior quantidade de limão, mas também com laranja, lima e acerola. No aroma, as notas cítricas derivadas do limão tomam conta, não dando espaço para mais nada. No paladar, a junção de cerveja com limão resulta em uma bebida de altíssima refrescancia, sem nenhum amargor, e que é perfeita com pão na chapa, mamão e melão. Dúvida? Faça o teste em casa. Vale a pena.

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Super Bock Stout
– Produto: Stout
– Nacionalidade: Portugal
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,52/5

Sagres
– Produto: Standart American Lager
– Nacionalidade: Portugal
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,01/5

Sagres Radler
– Produto: Fruit Beer
– Nacionalidade: Portugal
– Graduação alcoólica: 2%
– Nota: 1,95/5

Leia também
– Top 1001 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Leia sobre outras cervejas (aqui)

Agradecimentos ao amigo Pedro Salgado, colaborador do Scream & Yell em Lisboa, que me mandou as três cervejas acima de presente

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