Balanço: Lollapalooza Brasil 2013

texto por Marcelo Costa
fotos por Liliane Callegari

DIA 1 – SEXTA-FEIRA – 29/03

A cidade de São Paulo amanheceu na sexta-feira santa com uma garoazinha que não aparecia há muito tempo, perfeita para manter o epíteto de “Cidade da Garoa” diante de milhares de pessoas que chegaram à cidade para assistir a segunda edição do Lollapalooza Brasil, novamente no Jóquei Clube de São Paulo. Com um line-up repleto de boas atrações, preços elevados de ingressos, filas imensas e muita lama, o primeiro dia da edição 2013 do festival de Perry Farrel não trouxe nenhum show inesquecível, mas mostrou entretenimento de qualidade distribuído entre seus cinco palcos.

A organização do Lollapalooza Brasil, que na segunda-feira assumira a culpa pela confusão de filas da edição 2012, terá que repetir o gesto ingrato este ano. Muito mais caixas foram colocados à disposição do público, mas boa parte deles não funcionou durante o primeiro dia do evento, o que tornou a tarefa de comprar o Pilla, moeda oficial do evento, um desafio de paciência. Na entrada, quem se planejou para retirar os ingressos – pagos com injusta taxa de (in)conveniência – na última hora ou mesmo quis adquiri-los na porta, frustrou-se com as filas, alguns inclusive desistindo do evento e voltando para casa.

Lá dentro, enquanto todos se desviavam da lama (repetindo um gesto praticado em festivais como o Glastonbury, Rock Werchter, Isle of Wight e Woodstock, para citar alguns cuja lama é ingrediente essencial), os islandeses do Of Monsters and Men sorriam felizes com a recepção calorosa do público brasileiro. A vocalista guitarrista Nanna Bryndís Hilmarsdóttir é uma graça com seu nariz de esquimó, e o show da banda é muito bom se você ignorar a existência de Arcade Fire no mundo (e Mumford and Sons, que muita gente já ignora). O repertório foi calcado nas canções do álbum de estreia da banda, “My Head Is an Animal”, com nove canções do álbum (incluindo o hit “Little Talks”) e uma cover de “Skeleton”, do Yeah Yeah Yeahs.

Responsável por uma das apresentações mais esperadas do primeiro dia, o Cake decepcionou. Desleixado, com som prejudicado e com um set list montado na hora, o grupo comandado por John McCrea alternou grandes execuções com silêncios constrangedores e tentativas exageradas do vocalista em trazer o público para dentro do show com corinhos e frases de efeito. O público até tentou colaborar, mas a apresentação – que começou com o hit “Frank Sinatra” e ainda teve no trecho final uma versão capenga de “I Will Survive” mais boas execuções de “Never There”, “War Pigs” e “Short Skirt/Long Jacket” – foi aquém do esperado.

Enquanto muitos fãs do Killers já estavam prostrados em frente ao palco esperando a banda brega de Brandon Flowers, o Flaming Lips levava todos os presentes (quem queria e, principalmente, quem não queria) para uma longa jornada progressiva e psicodélica de poucas concessões. O público do primeiro grupo se divertiu com uma apresentação irretocável baseada em canções do disco que a banda lança na segunda-feira (01/04), ou seja, inéditas. Os do segundo grupo se sentiram torturados e traídos, como se o preço pago pelo ingresso (que não foi pouco) lhes desse o direito de dizer a Wayne Coyne o que ele pode ou não fazer.

Um dos caras mais legais (e chapados) do rock, Wayne Coyne promoveu uma experiência sonora. Fãs de rock certinho e calculado que compunham boa parte da pirâmide sonora do festival foram apresentados (muitos pela primeira vez) a um som difícil, mas com texturas ricas e psicodélicas que embalavam um teatrinho esquizofrênico: ninando uma boneca no colo (que de seu corpo soltava um painel de fios que iluminavam o palco), Coyne imaginava os aviões que faziam a rota de Congonhas caindo no Jóquei, e, num dos momentos bonitos do festival, fez boa parte do público dar tchauzinho para os passageiros. Um show para converter almas.

Com a responsabilidade de fechar a primeira noite do Lolla Brasil, o Killers caprichou em um set list de canções bem divididas entre seus quatro discos e não decepcionou. Abriu com uma grande versão de “Mr. Brightside”, emendou “Spaceman”, e até o meio do show já tinha tocado “Smile Like You Mean It”, “Human” e “Somebody Told Me”. Brega que só ele, com a voz bem acima dos demais instrumentos e encaixando frases como “no coração do Brasil”, em português mesmo, numa letra, Brandon Flowers se entregou ao público em um show correto e divertido, que agradou aos fãs e cumpriu a expectativa.

O festival fechou a conta do primeiro dia com 52 mil pessoas de público e continua neste sábado com roda gigante, churros, cerveja e, esperamos, sem grandes filas, além de shows de Graforréia Xilarmônica, Ludov, Toro y Moi, Tomahawk, Gary Clark Jr., Two Door Cinema Club, Queens of The Stone Age, Criolo, A Perfect Circle e The Black Keys, entre outros. E a grande dúvida do dia: quem o público irá escolher? Franz Ferdinand tocando músicas novas ou os festejados Alabama Shakes tocando as músicas de seu grande álbum de estreia, “Boys and Girls”? Amanhã a gente conversa.

DIA 2 – SÁBADO – 30/03

Assim como no ano passado, para felicidade geral da nação (e da produção), os infortúnios do primeiro dia do Lollapalooza Brasil diminuíram no segundo dia do evento (enquanto o público aumentava: 55 mil pessoas segundo a produção). As grandes filas para retirar ingressos e comprar o Pillapalooza diminuíram naturalmente, o sol marcou presença e se não venceu a lama, tornou a caminhada entre palcos mais fácil (e mais quente) e os shows foram muito, mas muito melhores do que no dia anterior. Em mais de 10 horas de música, o segundo dia do Lollapalooza Brasil 2013 tornou-se um dos grandes dias de festival já realizado no Brasil (comparável ao excelente Claro Que é Rock, de 2005).

A festa começou com gaúchos levantando camisetas do Internacional ao ar para saudar a Graforréia Xilarmônica em formato quarteto: Frank Jorge (baixo), Carlo Pianta (guitarra), Alexandre Birck (bateria) e Marcelo Birck (guitarra) fizeram no festival um de seus melhores shows da carreira. O som impecável que saia das caixas trazia ao sol pepitas de ouro como “Patê”, “Empregada”, “Benga Minueto”, “Twist”, “Minha Picardia”, “Eu Digo 7”, “Você Foi Embora”, “Bagaceiro Chinelão”, “Rancho” e os hinos “Eu”, “Nunca Diga” e “Amigo Punk”, cantados em coro e com paixão por um público pequeno (cerca de 500 pessoas), mas devoto.

Na sequencia, Chazwick Bradley Bundick (aka Toro y Moi) fez uma pequena festa dançante para a molecada debaixo de um sol de queimar peles tratadas com cremes e pomadinhas. Assim como o Two Door Cinema Club, que entrou às 16h30 e fez um grande show dançante e inofensivo para uma enorme audiência juvenil, o indie pop rock do Toro y Moi funcionaria muito bem na madrugada, mas dai as crianças já estariam dormindo. Por isso, o público majoritariamente adolescente pulou e se entregou às duas bandas como se após as 18h45 todos fossem virar abóboras. Bonito demais ver a alegria inocente. Festival também é isso.

Antes disso, porém, o guerreiro da música absurda Mike Patton mostrava outra de suas mil e uma personas ao público brasileiro. Falando um excelente português sem sotaque, o eterno Faith No More surgiu em cena acompanhado de Duane Denison (The Jesus Lizard), John Stanier (Helmet e Battles) e Trevor Dunn (Mr. Bungle, Fantômas), e o quarteto montou um set list de 12 canções bem balanceado com números de seus quatro álbuns (incluindo três faixas de “Oddfellows”, lançado em janeiro, cuja arte do disco, com vários bichinhos, decorava o palco) e uma poderosa cover de “How Low Can a Punk Get”, do Bad Brains.

No mesmo horário em que Mike Patton gritava “Porra Caralho” no palco Butantã, Gary Clark Jr. mostrava elegância para uma ótima audiência no palco alternativo. Da mesma forma, as 17h30, o público teve que se escolher entre assistir aos queridinhos do Franz Ferdinand, que apresentaram músicas inéditas e faziam um dos shows mais concorridos do palco Butantã, e os novatos do Alabama Shakes, que arrebataram um bom número de público no palco Alternativo, com a guitarrista, cantora de alma soul e jeitão de professora Brittany Howard mostrando que o sucesso da banda não é por acaso.

Abrindo com duas pedradas do álbum “Boys and Girls”, um dos grandes discos do ano passado, “Hang Loose” e “Hold On” em sequencia pareciam mostrar que a trupe de Brittany havia gastado seus dois maiores hits no começo do show, mas o que se viu desse ponto em diante foi uma apresentação sem disfarces, make-up e inventismos. Apoiados no vocal cativante e no carisma de Brittany, o trio instrumental passeou com desenvoltura e delicadeza por um repertório de 16 canções que contou com três faixas inéditas e o novo single, “Always Alright”. Ao final do show, 99% do público parecia estar apaixonado por Brittany. Com razão.

No palco principal, e estreando baterista novo, o Queens of The Stone Age fez um show impecável. Segurando a bronca de sentar no banquinho que já foi de Dave Grohl, o batuqueiro Joe Theodore (ex-Mars Volta) mostrou uma pegada insana que casa a perfeição com o som barulhento e cheio de breaks do Queens. Josh Homme centrou foco no repertório de “Songs For The Deaf”, Top 5 fácil da década passada, alternando as canções do álbuns com hits como “The Lost Art of Keeping a Secret”, “Sick, Sick, Sick”, “Make It Wit Chu” e “Little Sister”, além de uma música nova, “My God Is the Sun”. Um dos prováveis shows do ano em terras brasileiras (e eles nem tocaram “Feel Good Hit of the Summer”).

Próxima caminhada: de um lado, o “supergrupo” A Perfect Circle com direito a James Iha, ex-Smashing Pumpkins, nos teclados e guitarra, e integrantes do 30 Seconds to Mars e do Devo no palco Butantã fazendo John Lennon se revirar no túmulo (o que é aquela versão de “Imagine”, senhor?); do outro, Criolo dando aulas de messianismo no palco Alternativo. Um bom público se dividia entre os dois palcos, mas já não existe mais paciência em SP, e a pequena fila do hambúrguer estava muito mais agradável. Para arrematar o momento de alimentação, mini-churros, um dos grandes hits do Lollapalooza Brasil 2013.

Encarregados de encerrar a segunda noite do festival, o Black Keys manteve no Jóquei muito mais público do que o Killers na noite anterior, mas o som, oscilante em várias áreas, incomodou. Ainda assim, o vocalista e baita guitarrista Dan Auerbach e o baterista Patrick Carney fizeram um grande show, que se não arranhou o status de irretocável do QOTSA, agradou com a profusão de hits dos álbuns “Brothers” (2010) e “El Camino” (2011), e conquistou até quem não conhecia a banda (muita gente). Mesmo com os problemas no som, não há como não ser feliz com “Howlin’ for You”, “Run Right Back”, “Dead and Gone”, “Little Black Submarines”, “Everlasting Light”, “Tighten Up” e “Lonely Boy”. Um grande dia de música.

DIA 3 – DOMINGO – 31/03

O terceiro dia do Lollapalooza foi o que recebeu o maior público dos três dias do festival nesta edição de 2013 (segundo a produção e o olhometro dos presentes): 60 mil pagantes mais vá lá saber quantos convidados superlotaram o Jóquei, principalmente no finalzinho da tarde, já que a escalação que abria o dia trazia boas bandas do novo cenário nacional, mas que ainda não tem um grande público formado, e artistas estrangeiros sem muitos atrativos. Banheiros em estado caótico e vendedores ambulantes do festival vendendo por R$ 5 os Pillas que custavam R$ 4 nos caixas oficiais abarrotados de filas voltaram à ordem do dia.

Meio show de Lirinha & Eddie no palco Cidade Jardim foi muito melhor do que o show inteiro que o Foals fez no palco Butantã. Bandinha do quinto escalão do cenário indie atual (o que deve coloca-la no nonagésimo sexto escalão do rock da última década e a bilhões de anos luz da história da música mundial), o Foals vinha de uma apresentação elogiada em um Planeta Terra, mas alguma coisa está errada quando a banda entra no palco às 15h15 e o show parece ter começado apenas às 16h. Tortura pouca é bobagem, mas ainda tínhamos que sofrer com o Puscifer, que maltratou ouvidos sem nenhuma dó.

O festival ameaçou engrenar com o Kaiser Chiefs, mas apesar de hits chicletes como “Na Na Na Na Na”, “Everyday I Love You Less and Less”, “Modern Way”, “Ruby” e “I Predict a Riot” tocados com vontade, o grande burburinho no meio da galera era: o que o vocalista Ricky Wilson fez para perder uns 40 quilos em cinco anos? Quem viu a banda no Planeta Terra 2008 deve se lembrar de Ricky pagando cofrinho enquanto abraçava o público e era segurado pela calça por um segurança, tudo isso transmitido em close pelo telão. No Lolla não foi diferente, porém, Ricky esturricou, e isso chamou mais a atenção do que o show de sua banda.

Enquanto a galera do #lollanosofá elogiava o show do Vanguart, que havia se apresentado no palco Alternativo na mesma hora do Kaiser Chiefs, e praguejava contra o veto do Pearl Jam à transmissão do show, os suecos do Hives mostravam com poucos acordes e muita adrenalina porque são considerados uma banda incendiária sobre um palco. Difícil se manter parado diante do carisma de Pelle Almqvist e seus companheiros. As músicas básicas também ajudam, mas foram os hits “Main Offender”, “Hate to Say I Told You So” e “Tick Tick Boom” que fizeram o público levantar poeira em um dos grandes shows de rock do Lollapalooza 2013.

Na sequencia, o fumacê subiu no palco Butantã com o Planet Hemp dividindo o set entre seus discos. Foi didático observar as fases da banda: das influências de Beastie Boys ao hardcore até a pegada Rage Against The Machine. Comandados por Marcelo D2 e B Negão, o grupo acendeu a tocha com um quinteto de canções do álbum “Usuário”, de 1995 (“Dig Dig Dig”, “Legalize Já” e “Fazendo Sua Cabeça”), seguiu com um set de canções de “Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Para” (incluindo uma citação de “The Ocean”, do Led Zeppelin) até chegar às canções do álbum “Invasão do Sagaz Homem Fumaça” (2000). No bis, “A culpa é de quem?”, “Samba Makossa” (de Chico Science) e “Mantenha o Respeito” mostraram que o Brasil pode ter bandas na posição de headliners.

Com a missão de encerrar a maratona musical do fim de semana, o Pearl Jam jogou para o público e não dificultou enfileirando um caminhão de hits em um set list óbvio, mas saudado com gritos e urros pelos fãs. Sonoramente, a execução perfeita do grupo de Seattle merece ser destacada, com o mérito de melhorar ainda mais canções massificadas como “Jeremy”, “Alive”, “Even Flow”, “Daugther” e “Black” ao mesmo tempo em que recria e toma para si canções de outras bandas como Ramones (“I Believe in Miracles”), The Who (“Baba O’Riley”) e Pink Floyd (“Interstellar Overdrive”). Pérolas como “Corduroy” e “Wishlist” também marcaram presença em um grande show, perfeito para encerrar um grande festival.

Finado o Lollapalooza 2013, e reconhecido o sucesso do evento (que teve 167 mil ingressos vendidos, muita gente feliz e um grande número de shows excelentes), as datas confirmadas de 2014 tomaram as redes sociais assim como a voz de quem se sentiu lesado pela desorganização do festival. Há relatos de pessoas que, mesmo tendo comprados os tickets e pago a extorsiva taxa de (in)conveniência, não encontraram seus ingressos no posto de distribuição, e tiveram que voltar para casa de mãos abanando mesmo tendo pago pelo festival. Outros, que deixaram para comprar na hora, tiveram que desistir tamanho a bagunça nos guichês, o que mostra o quanto estamos atrás no quesito “serviço ao público” em comparação com festivais internacionais.

No Brasil, quem gera serviço para shows parece acreditar que o fato de trazer um artista para o país já é grande mérito, e que o público precisa aceitar as condições de negócio e ficar em silêncio. Errado. O público está pagando, e caro, para ter um mínimo que seja de respeito. Isso não tem nada a ver com a lama, um ingrediente presente em qualquer grande festival do mundo feito para mais de 50 mil pessoas a céu aberto e refém das circunstâncias do tempo, mas sim com alimentação satisfatória para quem irá passar mais de 10 horas no ambiente do festival, e condições mínimas para que as pessoas consigam ter acesso aos alimentos e banheiros.

Filas existem em qualquer festival do mundo, mas nunca são tão extensas quanto no Brasil. A expectativa de mais caixas (que evitariam tumulto) foi frustrada com vários locais (montados para venda de tickets) desativados e funcionários ambulantes credenciados vendendo por R$ 5 (ou mais) os Pillas individuais que custavam R$ 4. Culpa da organização ou do brasileiro nato que quer ganhar dinheiro com a necessidade alheia? Como mudar a mentalidade de um povo? Como lidar quando se pede para um policial militar fora da área do festival ajudar uma pessoa machucada, e o pedido aos ouvidos do mesmo soa como um desacato?

No mundo capitalista que vivemos, a venda de um objeto de arte e entretenimento se resolve pela troca da moeda pelo serviço, porém, intrínseco, está o respeito. Se alguém compra o ingresso de um show (independente do valor) é inaceitável que esse ingresso não chegue a suas mãos, é inaceitável que o som esteja ruim, é inaceitável que ele passe mais tempo em uma fila do que na frente de um palco. Isso tudo soa uma incompetência generalizada, e precisamos cobrar não apenas de quem produz, mas também de quem não cobra mudanças. Aceitar é ser cumplice de um cenário nada agradável, e que não vai mudar se as pessoas não levantarem a voz.

Não entenda errado: isso não quer dizer que queremos acabar com shows e/ou festivais. Queremos apenas ser tratados com dignidade em um ambiente amigo. Queremos que o Lollapalooza Brasil e os outros demais festivais tornem-se os melhores do mundo no quesito atendimento ao público. E isso também gera dinheiro. O bom atendimento é marketing positivo. O bom serviço rende mais. Quantas pessoas deixaram de comprar ingressos por que os guichês não estavam funcionando? Quantas pessoas deixaram de beber uma cerveja ou comprar um sanduiche por que as filas iriam lhe custar um show? Quanto dinheiro deixou de ser ganho por falta de planejamento?

Festivais nos Estados Unidos e em boa parte da Europa parecem uma mistura de shopping-centers com parques de diversão, ambientes de sonho que protegem o individuo da crueldade do mundo externo enquanto os oferece entretenimento, cultura e descanso. É tanto um exemplo máximo da força do capitalismo (que tudo compra e tudo vende) quanto um ambiente disseminador de ideias que coloca no mesmo lugar pessoas de cor, credo, sexo e pensamentos diferentes atrás de um momento de realização interior. Como diria um velho ditado, uma andorinha só não faz verão, mas 60 mil…

Fica aqui a torcida para que o Lollapalooza Brasil mantenha os acertos desta segunda edição e corrija os erros para 2014. Com um line-up bacana, preços aceitáveis (pesquisa rápida no Twitter @screamyell verificou que a maioria das pessoas acredita que um preço final e justo de um ingresso de festival por dia seria entre R$ 150 e R$ 200 – sem meia-entrada, lei que deveria ser revista urgentemente pelo Estado) e serviço adequado. Para que a memória após três dias de festival seja um momento inesquecível de um show, e não o trauma de ter que enfrentar as maiores dificuldades apenas para ver uma banda que a gente ama. Estamos nessa não só por um festival melhor, mas principalmente por um Brasil melhor. Pode ser uma frase brega e piegas pra caralho para encerrar uma cobertura de festival de música, mas é a mais pura verdade. Queremos mais shows. Queremos mais festivais. E queremos respeito.

A gente se esbarra por aí.

– Marcelo Costa (siga @screamyell) é editor do Scream & Yell e assina o blog Calmantes com Champagne. Todas as fotos por Liliane Callegari (veja mais aqui) com exceção das foto do Killers e do Pearl Jam por Cambria Harkey/Lollapalooza BR.

Leia mais
Balanço: O melhor do Lollapalooza Brasil 2012, por Marcelo Costa (aqui)

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