Entrevista: Tereza

por Marcos Paulino

Os cariocas Mateus Sanches (guitarra e teclado), João Volpi (baixo), Sávio Azambuja (guitarra e teclado), Rodrigo Martins (bateria) e Vinícius Louzada (vocal) são amigos desde a mais tenra infância. Acostumados a tirar um som juntos, não suportaram ficar muito tempo separados quando os caminhos das faculdades os distanciaram. Formaram então a banda Tereza, que os distanciou dos estudos, mas os levou a conhecer muitos lugares do Brasil.

Se nasceu apenas como uma reunião de amigos, a banda, que mistura de tudo em suas composições com letras bem-humoradas, virou coisa séria. Tanto que já lhes deu um prêmio de revelação do Multishow e o título de “Novo Nome” pela MTV. Agora, a Tereza, nome emprestado de uma colega de escola que marcou a memória do quinteto pela beleza, lança seu disco de estreia, “Vem Ser Artista Aqui Fora” (disponibilizado para download gratuito no site da bdna: http://www.atereza.com). Confira o papo com PLUG, parceiro do Scream & Yell, com Mateus Sanches.

Vocês acabaram de receber o Prêmio Multishow na categoria “Experimente”. Como estão vivendo este momento da banda?
É o momento mais legal desde que formamos a banda. E também o mais importante, porque esse prêmio foi um grande reconhecimento pelo nosso trabalho. É um incentivo muito grande, que faz toda a diferença pra uma banda que está começando.

Como essa história começou? E quem é a garota que mereceu a honra de batizar a banda?
Começamos em 2009. Temos em média 23 anos, e alguns da banda se conhecem há 20. Crescemos juntos, e no momento da faculdade, cada um foi pra um lado. Aí surgiu a vontade de continuar se vendo, e resolvemos fazer a banda. O no-me foi uma coisa nostálgica, que lembra nosso tempo de escola.

Valeu a pena ter trancado matrícula pra se dedicar integralmente à banda?
Por enquanto, tem sido uma experiência muito boa. Temos tido a chance de viajar bastante, de tocar em vários lugares do Brasil, e alguns a gente nunca teria conhecido se estivesse na faculdade. Sem dúvida, foi uma decisão certa.

Vocês citam como uma das influências da banda o pop brasileiro dos anos 90. O que mais entra no caldeirão sonoro da Tereza?
Bastante coisa. Estamos no começo e, pra este CD, tentamos encontrar nosso som, uma identidade forte. Quisemos dar um ar nostálgico pro disco, uma coisa light, de fácil digestão. Resgatamos algumas influências antigas que cabiam neste contexto. Então tem a coisa mais ensolarada do Men At Work e tem o eletrônico do Pet Shop Boys. Tem também Skank, funk carioca, essas coisas que fazem nos lembrar nossa época de criança.

Vocês se preocuparam em soar comerciais nesta estreia em CD?
Procuramos achar o equilíbrio entre o pop e o alternativo. Em algumas músicas, chegamos num equilíbrio bem legal. Gostamos de utilizar muito o contraste, uma voz rasgada com uma música leve.

Qual vai ser a estratégia de vocês pra chegar ao grande público?
A gente tem focado em fazer clipes. Tem o da “Vamos Sair Pra Jantar” e agora estamos fazendo da “Sandau”. O primeiro lugar que você vai pra ouvir música é o YouTube. Sabemos dessa importância, então estamos trabalhando pra fazer nosso diferencial com os vídeos. Assim vamos tentando atrair mais mídias.

Vocês disponibilizaram o CD todo pra download gratuito. Por quê?
Posso dizer que foi uma estratégia de divulgação. Precisamos chegar ao público e essa é uma maneira boa de fazer com que a molecada coloque a música no iPod e vá ouvindo pra escola, ou coloque no carro e vá ouvindo pra academia. É o que nós, da banda, gostamos de fazer também.

Como está sendo o feed-back do trabalho de vocês, principalmente fora do Rio?
Antes do prêmio e do CD, tínhamos uma demo, e rodamos muito pelo país tocando essas músicas. Tocamos no Mato Grosso, Ro-raima, São Paulo, Minas, fizemos o Sul inteiro. Nestes dois anos, temos recebido esse feedback, que só aumentou com o disco e o prêmio. É sempre bom voltar nesses lugares pra manter o público quente.

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Marcos Paulino é jornalista e editor do caderno Plug, do jornal Gazeta de Limeira

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