Discografia Comentada: Suede

por Eduardo Palandi
Texto publicado originalmente em 2002 / Atualizado em 2012

Inglaterra, 1989. A música pop da ilha estava passando por um período de transformação. Bem menos acentuado que o punk, por não ter tentáculos em outras esferas além da musical, mas sabia-se que ao menos o gosto musical dos habitantes da Inglaterra não seria mais o mesmo. Os Smiths tinham acabado, o Echo & the Bunnymen perdeu Ian McCulloch pra carreira-solo e Pete DeFreitas para a eternidade, o New Order fazia intervalos cada vez mais longos entre um disco e outro, e a estrela negra do indie-dance subia. Ian Brown e seu Stone Roses levavam os amantes da boa música à loucura; era a década de 90 começando antes, como alguém definiu.

Muitas bandas que conquistariam grandes êxitos nos anos 90 começaram nessa época. Ride (formado em 87), Blur (de 89), Charlatans (88). Todas seguindo a cartilha dos Stone Roses. Mas uma delas, além de beber na fonte dos macaquinhos de Manchester, carregava suas letras e instrumental de androginia, cinismo, sarcasmo e ambigüidade, com traços do glitter rock de David Bowie e das letras mais cáusticas do mestre Morrissey. Também tinha um nome curto: Suede.

O Suede surgiu da inquietação de dois moleques que, apesar de não terem lá uma grande amizade, viram que poderiam criar pequenas obras-primas juntos: Brett Anderson e Bernard Butler. Anderson escrevia letras com interpretações dúbias, e Butler tinha um estilo de tocar guitarra rasgante, com ecos de John Squire e Tom Verlaine. Pegaram o nome Suede de um single de Morrissey, “Suedehead”, e decidiram por apenas “suede” porque a palavra “suede” (camurça) era uma gíria londrina para “ambíguo”. Nada mais perfeito.

Era hora de procurar outros membros, e não demorou para acharem alguém pra assumir a vaga do contrabaixo: Justine Frischmann, amiga de Brett, juntou-se à banda tocando o instrumento, mas logo depois encontraram Mat Osman. Justine então foi deslocada para a segunda guitarra. Para a bateria, chamaram Mike Joyce, o baterista dos lendários Smiths, recém-demitido da banda de apoio de Morrissey.

Com essa formação gravaram uma canção para uma coletânea em cassete com várias bandas pequenas de Londres, “Wonderful Sometimes”. Os fãs de Suede hoje disputam essa fita a tapa no mercado de raridades britânico. Em seguida, Justine deixou a banda e começou a namorar Damon Albarn, vocalista do Seymour, que depois viraria Blur. É dessa época a rixa entre Damon e Brett, que namorou a garota e a viu debandar para os braços do rival.

O Suede então decidiu que apenas Butler seria responsável pelas guitarras, e gravou um single de 12 polegadas com as músicas “Art”, “Be My God” e novamente “Wonderful Sometimes”, mas o single nunca saiu. Algumas cópias chegaram a ser prensadas, e hoje valem uma grana violenta. Mike Joyce então deixou da banda, sendo substituído pelo baterista que permanece até hoje, Simon Gilbert.

Mesmo com o single abortado, a banda atraiu a atenção de Morrissey, que incluiu em vários de seus shows na turnê do disco “Kill Uncle”, entre 1991 e 1992, a canção “My Insatiable One”, de autoria de Anderson e Butler. Com uma projeção maior, o Suede assinou contrato com o pequeno selo Nude, e um contrato de distribuição com a Sony Music. Nascia, assim, a discografia que você acompanha abaixo:

Suede (1993)

Em maio de 1992, finalmente saía o primeiro single: “The Drowners”, com “My Insatiable One” e uma nova canção, “To The Birds”, acompanhando. Se não vendeu tanto, foi unanimidade de crítica e abriu o caminho para, ainda em 92, “Metal Mickey” aumentar a curiosidade. Em abril de 1993 saía o primeiro disco, “Suede”; com 11 faixas que fizeram do álbum o disco de estreia com venda mais rápida no Reino Unido desde “Welcome to the Pleasuredome”, de Frankie Goes to Hollywood, lançado em 1984 (o Suede sustentou o cinturão até 1999, quando o primeiro trabalho do Muse tomou seu posto) e é, até hoje, o álbum mais vendido do grupo nos Estados Unidos (alcançando o número 14 da Billboard). Custou 105 mil libras (cerca de R$ 340 mil) e rendeu ainda mais dois singles: “Animal Nitrate” e So Young – o primeiro atingiria a sétima posição nas paradas inglesas, sendo o primeiro Top 10 do grupo. “Suede”, o álbum, é fortemente influenciado pelo glam rock. Já começa dizendo “I’m so young, I’m so gone, let’s chase the dragon”, te mandando levantar e ir atrás do que quer. Tem baladas lindas, como “Pantomime Horse” e “Sleeping Pills”, e duas músicas para tocar air guitar no quarto (“Animal Nitrate” e “Metal Mickey”).

Momento decisivo: em “Breakdown”, Brett não deixa dúvidas sobre o que gosta, ao se perguntar “have I gone too far inside my mind?” e se responder, pouco depois, que “you can only go so far for womankind”.

Nota: 9,5


Dog Man Star (1994)

Depois de um single tão lindo quanto pretensioso (“Stay Together”) para o Dia dos Namorados de 1994, em julho daquele ano a banda entrou em estúdio para gravar seu segundo LP. Brett havia se trancado em um mosteiro e, tomando de tudo um pouco (ou um muito), escreveu as letras do disco. Depois de um mês de gravações, Butler pediu as contas e se desligou da banda. Como ele não havia gravado as guitarras para todas as músicas, a banda optou por arranjos mais sofisticados: algumas das faixas foram orquestradas e Brett arriscou uma guitarrinha (embora todos os créditos de guitarras do disco tenham ido para Butler, é o vocalista quem toca em “The Power”). Mas antes de sair, Bernard deixou para a posteridade trabalhos magníficos, como “Heroine”, “New Generation” e “We Are The Pigs”. “Dog Man Star” é uma obra-prima que, para alguns, pode ser difícil de digerir. “We Are The Pigs” é um chamado, “This Hollywood Life” é um rockão neurótico sob o efeito de todas as drogas possíveis. E ainda tem as líricas “The Power” e “Heroine”, o delírio psicodélico de “The Asphalt World”… fora o final. “Dog Man Star” não repetiu o desempenho de vendas do primeiro álbum no Reino Unido (parou na terceira posição), mas vendeu bastante e teve boa recepção da crítica, que cansou de tratá-lo como “épico”.

Momento decisivo: aos três minutos cravados da orquestrada “Still Life”, que fecha o disco, Brett Anderson canta com toda a força que tem: “This still life is all I ever do / but it’s still, still life”. O desespero da dona-de-casa personagem da letra se mistura ao dele próprio, vendo a banda desmoronar ao redor de uma obra-prima que poderia ser o fim. No primeiro verso, “Still Life” tem seu significado comum, “natureza morta”, como nas pinturas; no segundo, vira “ainda é vida”, ainda não é o fim. É de chorar.

Nota: 10

Coming Up (1996)
Com Bernanrd Butler fora, começaram os testes para recrutar um novo guitarrista. Centenas de candidatos apareceram até que um garoto de 17 anos surgisse no estúdio e os encantasse com seu jeito de tocar. Richard Oakes sabia todas as músicas da banda e era quase dez anos mais novo que os três membros restantes. Ao invés de mandar uma fita com versões das músicas de Butler, gravou guitarras e teclados como se fossem demos de novas músicas. Depois de autorizado pelos pais a largar a escola, juntou-se ao grupo para a turnê de “Dog Man Star”, registrada no vídeo “Introducing the Band”. Ironicamente, as primeiras composições da banda com Oakes foram “Together” e “Bentswood Boys”, lados B do single de… “New Generation”. Uma grande expectativa cercava as gravações do terceiro disco. Como seriam as músicas com o novo guitarrista? Perderiam para os riffs rasgantes de Butler? A verdade é que Oakes tinha um estilo diferente, com mais uso de distorção e efeitos, e muitos fãs antigos ficaram ainda mais desconfiados quando a banda anunciou que gravaria o disco todo com o tecladista convidado Neil Codling. No final das sessões de gravação, Codling foi efetivado na banda, que virava um quinteto, e então surgiu “Coming Up”, uma obra-prima injustiçada.

Injustiçada, veja bem, porque se “Dog Man Star” era a transcrição épica de alguém em frangalhos, “Coming Up” era exatamente seu negativo, quase como um Best Of captado pelo duelo entre a guitarra de Richard Oakes, que chega chutando o pau da barraca, e os outros instrumentos. “Trash” exibe mais daquele frescor juvenil hedonista e é possivelmente a melhor música da banda, que ainda ataca com o convite ao ócio e à luxúria em “Lazy” e “Picnic by the Motorway”, tem a balada neurótica de “By the Sea” (alguém mudando de vida, deixando tudo para trás e tendo a tensão de dar certo), o hit “Beautiful Ones” e a subestimada “Starcrazy”. É um disco tratado como inferior muito por ter saido após uma obra-prima, “Dog Man Star”, o que merece uma ponderação: entre um clássico da tristeza e outro da felicidade, qual é o melhor? Pessoalmente, acho muito mais difícil fazer um disco feliz sem ser idiota do que um álbum transformando depressão em arte – e por isso, num hipotético desempate, “Coming Up” seria o escolhido. Foi o disco de maior vendagem nos EUA, mas parte dos fãs puritanos torceu o nariz. Alheios aos comentários, os cinco rapazes do Suede encararam uma grande turnê que se estendeu até outubro de 97, quando ainda lançaram uma compilação dupla com 27 lados B de seus singles, intitulada “Sci-fi Lullabies”.

Momento decisivo: aos 2’21 de “Trash”, depois de Brett Anderson dizer tudo aquilo que ele e a banda são, entra o solo de guitarra. Se a letra já era, por si, um clássico da arrogância, essa passagem instrumental empina o nariz a um nível jamais sonhado. Não é um solo, é uma declaração de princípios.

Nota: 10


Head Music (1999)

Brett Anderson disse em 1996 que em um ano o sucessor de “Coming Up” ganharia as ruas, mas só em fevereiro de 1999 foi que “Head Music” viu a luz do sol. Os fãs de começo de carreira da banda que restaram depois de “Coming Up” foram quase todos embora com este disco, que teve suas letras criticadas como “simples demais”, além de terem sido percebidos sinais de cansaço e estranheza na parte musical, mas a produção trabalhou bem o cansaço do Suede. O conturbado quarto disco surgiu em meio pouca inspiração e muita droga (a campanha de lançamento trazia uma letra do nome do álbum por dia em diversos jornais do Reino Unido, e, ao final do segundo dia, muito fãs apostavam que o álbum se chamaria “Heroin”). Sem o produtor Ed Buller, que acompanhava a banda desde o início, o Suede recorreu a Steve Osborne, que havia produzido “Without You I’m Nothing”, do Placebo. As letras oscilam entre o simples e o pervertido, as texturas eletrônicas marcam presença como nunca antes, e em meio a tudo isso ainda surgem algumas grandes canções: “Everything Will Flow”, “She’s in Fashion”, “Asbestos”, “He’s Gone”. É o primeiro disco “mundano” do Suede, mas ainda superior a 90% do que era produzido então. Alcançou novamente o topo da parada britânica e bateu no número 25 da Billboard. O sucesso foi coroado com a banda no posto de headliner dos festivais de Roskilde e do V Festival.

Momento decisivo: aos 2’01 de “She’s in Fashion”, Brett decreta: “e quando ela te diz que dois é um, então dois é um, meu amor”. Ele está no comando, e não à toa a música seguinte é “Asbestos”, um ambient com a libido lá em cima.

Nota: 9

A New Morning (2002)

Em 2002, de volta ao estúdio, o Suede gravou com o produtor Tony Hoffer, que havia conquistado fama com o norte-americano Beck. Não deu certo, e a banda tentou Dave Eringa, do Manic Street Preachers, antes de deixar “A New Morning”, seu quinto disco, nas mãos de Stephen Street (Smiths, Blur). E mais mudanças radicais ocorreram: Brett abandonou os efeitos de estúdio em seu vocal pela primeira vez, as guitarras surgiram acompanhadas por violões, já que a parte eletrônica perdia destaque. As letras pararam de falar de glamour e da vida noturna da cidade grande, os personagens saudavam a felicidade de se estar vivo, começando de novo. Culpa, provavelmente, do fim do vício em crack que acompanhara Brett Anderson, agora com vontade de acordar cedo e ser uma pessoa saudável. Ao mesmo tempo, o britpop em que o Suede foi criado já estava morto, com a crítica interessada no que vinha de Nova Iorque. “A New Morning” foi o único disco da banda a não estar no top 3 britânico (nem no top 20 entrou) e a fria recepção levou ao lento fim do Suede (no dia 6 de novembro de 2003). Despida dos efeitos eletrônicos, a banda fez seu disco mais injustiçado, tanto pelas vendas miseráveis quanto pelas críticas destruidoras. Azar o deles: “Astrogirl” tem um arranjo lindo, “Obsessions” é uma bela justificativa dos excessos de outrora, “When the Rain Falls” é aquilo que Brett quer para a vida dele daqui para a frente: sentar ao lado da amada e ver as crianças correndo para casa quando a chuva cair. Mas chamar a melhor música do disco de “Untitled” é vacilar demais, né?

Momento decisivo: em Obsessions, entre uma gaita e outra, a frase que marca o disco: “obsessions it’s like sex, it’s simple and complex”.

Nota: 9

B-Sides, demos e raridades

Assim como a banda voltou aos palcos, toda a discografia do Suede retornou às lojas em completistas edições triplas em 2010 (dois CDs e um DVD com abolutamente tudo que o Suede colocou no mercado e mais raridades de demos). O primeiro álbum, “Suede”, surgiu acrescido de 21 faixas extras e um DVD com clipes, aparições no Brit Awards, dois shows da época gravados de forma tosca (Sheffield e Brixton Academy) e uma entrevista com Brett e Butler falando do álbum… em 2011. “Dog Man Star” traz 19 faixas extras e o mesmo esquema do DVD do primeiro álbum: clipes, dois shows da época e comentários de Brett e Butler. “Coming Up” é preenchido com 27 faixas a mais e o DVD traz um show no Roundhouse, em Londres, e outro em Paris (além de entrevistas atuais com Brett, Oakes e Codding). “Head Music” traz 23 faixas a mais e apenas um show no DVD (mas todos os clipes e algumas curiosidades). “A New Morning” limpa o baú somando mais 29 faixas extras ao álbum além de um show em Singapura e um set na FNAC de Madri, em 2002. Para quem não se dispuser a ir atrás destas cinco belezinhas completistas (na Amazon UK cada uma das reedições sai por volta de 12 libras mais frete – aproximadamente R$ 50), vale ficar procurar com carinho “Sci-fi Lullabies”, coletânea dupla com quase todos os lados B até 1997.

O primeiro disco de “Sci-fi Lullabies”, se não fosse compilado, seria um forte concorrente para álbum da década, e o segundo tem quase tanto brilho quanto. Parece exagero, mas é absurdo constatar que tanta música boa não entrou nos álbuns de carreira do Suede. Em “To the Birds”, Bernard Butler ocupa sozinho na guitarra todo o espaço que a orquestra toma em “A Day in The Life”, dos Beatles; “Young Men” é um glam rock e tanto sobre os moleques ingleses; “This Time”, uma das melhores baladas do Suede, enquanto “Europe is our Playground” não é uma música, é puro amor, sem contar a metáfora do acrobata para os viciados em heroína de “The Living Dead”: “Se eu fosse a esposa de um acrobata / será que eu pareceria uma morta-viva, garoto? / você está na corda e não pode voltar (…) podíamos ter tido um carro, podíamos ter tido tudo / podíamos ter andado no céu mas paramos no muro”.

O Suede ainda gravou alguns raros covers como para “Poor Little Rich Girl”, do dramaturgo Nöel Coward (1899-1973), de um disco-tributo ao autor, chamado “Twentieth Century Blues” – lançada originalmente em 1925 (que outras bandas foram tão longe na história?), a canção ganhou uma versão eletrônica em que Brett Anderson solta seus versos com toda a luxúria que eles merecem (“in lives of leisure / the craze for pleasure / steadily grows / cocktails and laughter / but what comes after / nobody knows”) – “Shipbuilding”, de Elvis Costello, para a coletânea intitulada “Help!”, e “Rent”, dos Pet Shop Boys, gravada ao vivo com Neil Tennant participando da música. Duas coletâneas mapeiam a história da banda: a primeira, “Singles”, foi lançada em 2003 e traz 21 hinos do grupo (uma versão especial trazia o set de Singapura que foi realocado na reedição de “A New Morning”). Perfeita para neófitos é a coletânea dupla “Best Of Suede”, lançada em 2010 com 35 canções do grupo. No quesito DVDs, a maioria dos registros ao vivo foram excertadas nas reedições, mas “Lost on TV” (2001) ainda vale o investimento assim como o recente DVD duplo “Live Royal Albert Hall 2010”.

– Eduardo Palandi, 30, gosta de saber que algumas pessoas conheceram o Suede (e gostaram muito) através da primeira versão desse texto, publicada neste mesmo site em 2002.

Leia também:
– Discografia comentada: Alanis Morissette, por Renata Arruda (aqui)
– Discografia comentada: Pato Fu, por Tiago Agostini (aqui)
– Discografia comentada: Mogwai, por Elson Barbosa (aqui)
– Discografia comentada: Wander Wildner, por Marcelo Costa (aqui)
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– Discografia comentada: Morrissey, por Marcelo Costa (aqui)
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– Discografia comentada: Paul McCartney, por Wilson Farina (aqui)
– Discografia comentada: Elvis Costello, por Marco Antonio Bart (aqui)
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– Discografia comentada: The Cure, por Samuel Martins (aqui)
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21 thoughts on “Discografia Comentada: Suede

  1. Belíssima atualização daquela matéria de 2002! Aliás, eu sou um dos que “conheceram o Suede (e gostaram muito) através da primeira versão desse texto”, rs. E concordo com a elevação da nota de Dog Man Star de 8 para 10, afinal é um disco que resistiu ao teste do tempo e continua soando sublime.
    Também gostei do argumento para Coming Up ser tão bom: “acho muito mais difícil fazer um disco feliz sem ser idiota do que um álbum transformando depressão em arte”.

  2. Massa! Conheci o Suede nos anos 90 mesmo, por uma reportagem da Ilustrada, quando tava pra sair o Coming Up. Semana passada mesmo arranjei as edições especiais dos meus dois discos preferidos deles, o Dog Man Star e o Coming Up, concordo com as notas 10 que ganharam.

  3. Parabéns pelo texto, cara. Digo que demorei anos pra ver beleza no Dog Man Star, mas quando identifiquei, se tornou meu preferido com folga. É brilhante demais, das letras à guitarra alienígena; ainda mais sabendo de sua gravação conturbada. De chorar mesmo!

  4. Estava no melhor da minha adolescência quando o Suede apareceu. Na época, fora a imprensa inglesa – que parecia mesmo acreditar estar diante do novo Smiths – ninguém deu muita bola para eles. O que era de fato a atitude mais lógica a ser tomada. Havia inúmeras bandas muito melhores que o Suede. E logo os ingleses também perceberam isso. Foi só o Oasis, Blur, Pulp, Radiohed, Verve lançarem seus primeiros discos para o Suede virar segundo escalão até na Inglaterra. Hoje, com a decadência generalizada, parece que eles conquistaram novos admiradores e são até adorados, cultuados… Mas isto, salvo algum equívoco, são os fatos.

    Pessoalmente, a única coisa que penso da banda é que aquele vocalista tem uma das vozes mais irritantes de todos os tempos.

  5. Boa materia, conheci o Suede tambem em 2003 aqui com aquela outra materia.

    Concordo com quase tudo, menos com o A New Morning que não merece 9 nem a pau, fanatismo tem limites, o disco é chato, ali eles se transformaram em adult alternative. Head Music tambem não merece um 9, seria 8 no maximo.

    E o Dog Man Star é sensacional mesmo, apesar de ainda preferir o debut.

  6. Cara, o suede não é de todo ruim, não… Mas dar nota 9 para o head music (fraco) e a new morning (um verdadeiro pé no saco, como bem disse o VictorB, adult alternative de pau mole) é realmente coisa de vacilão fanzoca boboca (desculpem a rima tosca, tão tosca quanto a frase “decisiva” do new morning destacada pelo Palandi: “obsessions it’s like sex, it’s simple and complex”, que pra mim só é marcante como letrinha ruiiiimmmm). Tenho o head music em casa e quem quiser é so dar o endereço e pagar o selo que mando direito pra sua casa KKKKKKKKK. Desse jeito, vamos ter que começar a ranquear os discos de 0 a 100, já que qualquer coisa meia boca ganha 9. Mas, sei lá, acho que isso é típico desse Palandi, um dos mais deslumbrados “críticos” que já vi nessas terras internéticas.

  7. Concordo com o VictorB e o Paulo Diógenes; talvez as notas para A New Morning e Head Music foram muito altas. Eu daria 7 para ANM e 7,5 para HD.
    E que bom que o show do Suede foi confirmado no Planeta Terra! Comprei meu ingresso assim que eles deram o anúncio oficial, hoje de manhã. Mal posso esperar para ver uma das minhas bandas britânicas favoritas. =)

  8. Antes se deslumbrar com os discos do Suede que com uma crítica/resenha não é Palandi, este pessoal nunca aprende a separar a pessoa da obra, enfim.
    Grande texto meu amigo, tenho todas as edições especiais e os DVDs, ainda mais especiais, grande banda.

  9. Olá…vou comentar as minhas fases “suedisticas”… dá um livro…
    Eu conheci o suede durante a década de 90 pela MTV e não dava muita bola… Em 2000 um amigo de faculdade me emprestou o primeiro cd e o coming up , depois de eu ver uma reportagem sobre 10 cds essenciais do britpop escrita pela revista showbizz… … simplesmente o coming up virou o # 1 , a paixão da minha vida… como musicas belissimas como saturday night (com o seu clip na versão americana do cd), by the sea passam despercebidas?
    Well logo depois ouvi aquele cd, o tal a New Morning e achei uma porcaria pro padrão deles mas acima da media do que eu ouvia na época… Na minha opinião o que salva o cd é a faixa obssessions, uma das melhores musicas de todos os discos lançados pela banda.Devia ser lançada em single… e só… A banda naufragou em seguida…e eu só curtia o Brett pelas comunidades do Orkut durante anos huahuahuahauhuahauh
    Em 2008 por acaso vi o site do scream e yell e falava do Sci-fi lullabies e me deu curiosidade de ir atrás…Não me arrependi… fantástico, que espetáculo, que show de bola… Alguem pode me explicar de que planeta saíram musicas como Killing of a flash boy, together ( o inicio da musica virou durante anos do meu celular!!!!)… the big time (uma baladas mais bonitas de todos os tempos), to the birds, e afins? Eu tenho a opinião que o suede é uma banda que se dá muito melhor lançando singles, do que escolhendo faixas para cds… Se o sci fi lulabies não fosse um trabalho de lados b, passaria pra mim como álbum de estúdio fácinho fácinho
    Ultimamente to curtindo o ultimo cd deles o bloodsports… tá bacanudo…
    Pra terminar uma historinha… lembra do coming up que falei logo de inicio? Eu fiquei cerca de 6 anos atrás do cd da versão americana original com os vídeos.. Fui achar numa loja de meia portinha na galeria do rock aqui em sp, no dia do meu aniversario…rolou uma lagrima de felicidade saindo da loja… huhauauauauha

  10. Admito que o “Dog Man Star” é um álbum acima da média, embora o considere um tantinho modorrento até hoje. O Oasis é que, diversas vezes, tem se mostrado superestimado pela crítica especializada. Tem uns discos bem pé-no-saco. O mesmo acontece com o Verve em certos momentos. Dessas bandas de britpop me apetecem mais o Blur e o Suede. São bem mais azeitadas qua as demais.

  11. Eu sei que músicas não tem idade, uma vez que podem ser eternas na alma do homem que for tocado por alguma delas. Mas sendo o britpop uma vertente das duas últimas gerações devo falar o quanto a minha insiste em negar bandas como Suede.
    Sou da geração milênio, uma geração na qual as poucas pessoas que você conhece e que gostam do rock e tudo o que surgiu com ele, ficam nas teclas Iron Maiden, Nirvana, Blur (insira aqui o Gorillaz para depois eu não ter que citar mais um dos 19752 grupos que Albarn foi incluído) e The Strokes em um lopping obsessivo. Como se houvesse APENAS essas bandas. Como se uma banda tão legal como Suede nunca tivesse “seu pedaço de camurça” conquistado no mundo. Como se fossem relapsos (não espera, são relapsos mesmos rs)
    Enfim, conheci a banda há cerca de 1 ano e fiquei encantada por essa atmosfera intensa, sensual e por vezes despretensiosa que ela tem. Obtive informações básicas sobre os integrantes, álbuns lançados, momentos musicais do auge e da pausa sofrível para qualquer admirador. Agora, ler uma resenha como essa? Onde há o sentimento de um fã, as mensagens de um CD atrás do outro, com observações detalhadas (quando eu iria imaginar que a antipatia do Lorde Brett Anderson para com o Sr. Damon Albarn vem de uma guria em comum?) além de avaliações? Foi a primeira vez com Suede. E eu adorei!
    Marcelo, você já ouviu o Night Thoughts? Como desbravadora dessa “nova antiga banda” peço: por favor atualiza este post e acrescenta uma resenha desse CD!

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