Uma Ajudinha Para Simon Reynolds

Sob o CEL – Número 1
por Carlos Eduardo Lima

Lendo a entrevista que André Barcinski fez com o crítico inglês Simon Reynolds me senti vingado (links para a entrevista no fim do texto). Conheço Reynolds de nome, tenho seu bom livro “Beijar O Céu”, que saiu aqui há alguns anos pela Editora Conrad. Concordo com um monte de coisas que ele diz. Também estou curioso para ler seu novo livro, “Retromania – Pop Culture’s Addiction to its Own Past” (em tradução livre de Barcinski, Retromania – a obsessão da cultura pop por seu próprio passado). Explico porque: meu interesse por música popular, incluídos aí nesse balaio todos os gêneros que a gente gosta, do rock ao reggae, do soul ao funk, passando pelo blues e jazz e eletrônicos diversos) passa necessariamente pela capacidade desses estilos sobreviverem no mundo. Essa sobrevivência passa, necessariamente, pela capacidade que essa música tem de chegar até nós e, a partir disso, ser propagada.

Se você ouve música com um pouco mais de senso crítico e histórico, sabe que essa suposta moleza digital de obter arquivos de mp3 via download, seja gratuito ou mesmo pago, é algo relativamente recente. No entanto, hoje em dia, é quase impensável compreender a música pop sem essa acessibilidade toda (pra não usar novamente “moleza”). O que Reynolds fala na entrevista a Barcinski passa por aí, por essa indústria musical falida que ainda não se reinventou e pela necessidade dos artistas continuarem vivendo de seu trabalho. Como dizem os seus amiguinhos das redes sociais, “comofaz”?

Antes de mapear qualquer tendência comportamental, é preciso entender que um processo histórico importante esteve em andamento ao longo da década de 1990, o último conjunto de dez anos que obedeceu a uma lógica “velha”, ainda que permeada de novas tendências. Reynolds também se refere a ela como um último momento em termos de música pop. O tal processo histórico a que me referi foi o estabelecimento de um inédito mundo unilateral, a partir do fim da experiência socialista da URSS e dos países da Europa Oriental de 1989, ano da queda do Muro de Berlin, em diante. Essa circunstância mudou absolutamente tudo no mundo. Subverteu orçamentos governamentais, turbinou bolsas de valores, gerou gente como Bush pai, Bush filho, mudou a maneira de se ir à guerra, promoveu a globalização,monetarizou definitivamente toda e qualquer produção artística, enfim, o mundo, como o conhecíamos, acabou. E nós ficamos aqui.

Pra isso, claro, precisamos nos adaptar e é o que temos feito. A arte, já dizia o sociólogo alemão Norbert Elias, é produto do tempo em que é concebida. Por isso não espanta que ela também tenha sido afetada, transformada e, por que não, adaptada à nossa realidade capitalista puro sangue que se instalou no mundo. Veja, não sou um socialista utópico, saudoso da bandeirona vermelha com a foice e o martelo, mas, por uma questão matemática, o mundo unilateral tem menos preocupações e mais dinheiro de sobra quando não precisa competir na corrida espacial, na corrida armamentista ou na guerra de propaganda ideológica que ficaram obsoletas da noite pro dia. Nessa mesma esteira vieram o politicamente correto, o pensamento único, a censura subliminar, a falsa liberdade da Internet, a verdadeira liberdade da Internet, as trocas de arquivo, tudo isso, claro, mudou a cara e a mente do ser humano. Velhos ficaram mais nostálgicos, jovens são cada vez mais obcecados pelo presente, ignorando futuro ou passado.

Para Reynolds, a música pop parece se repetir e não consegue fazer nada de realmente novo porque a música deixou de ter a importância que tinha até a década de 1990. E eu, humildemente, completo: porque não há mais produção cultural instigante sendo feita. A combinação desses dois fatores coloca em xeque o aparecimento de novos Clash, Nirvana, Michael Jackson, Prince, Hendrix, Dylan, enfim, gente que mude, transforme ou chegue para ficar. Pode parecer contraditório, uma vez que há novos artistas surgindo a cada dia, nenhum deles, no entanto, capaz de entrar para esse clube seleto. Se a música ficou mesmo menos interessante que games ou filmes de Harry Potter, não dá pra saber agora. Dá pra afirmar, no entanto, que o mainstream nunca esteve tão pobre, que o rock nunca esteve tão esvaziado, que a atitude nunca esteve tão longe e que a certeza de que quantidade é pior que qualidade nunca foi tão presente.

Como mudar isso? Sugestões são aceitas aqui ou no blogdocel@gmail.com.

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CEL é Carlos Eduardo Lima, historiador, jornalista e fã de música. Conhece Marcelo Costa por carta desde o fim dos anos 90, quando o Scream & Yell era um fanzine escrito por ele e amigos, lá em sua natal Taubaté. Já escreveu no S&Y por um bom tempo, em idas e vindas. Hoje tem certeza de que o mundo como o conhecíamos acabou lá por volta de 1994/95 mas não está conformado com isso.

Leia também:
– Entrevista de André Barcinski com Simon Reynolds na Folha de São Paulo: Parte 1 / Parte 2
– Total recall: why retromania is all the rage, por Simon Reynolds em inglês no Guardian (aqui)
– Conheça a coluna anterior de Carlos Eduardo Lima na versão 1.0 do Scream & Yell (aqui)

35 thoughts on “Uma Ajudinha Para Simon Reynolds

  1. Ótimo texto Carlos Eduardo.

    Antes de tudo penso que não só na música, mais socialmente vivemos uma conjuntura bastante diferente do fim dos anos 90 pra cá. Percebo que hoje estamos como Reynolds: Ansiosos e Perplexos, pois, não sabemos o que vem pela frente.

    O mundo digital que se difundiu no final dos anos 90 e inicio dos anos 2000 modificou completamente a nossa forma de apreciação com a música. Concordo com muita coisa que Reynolds diz e pensa, mas também não vejo um cenário tão apocalípitico para a música.

    Na minha visão há excelentes discos sendo feitos porém a forma com que a nossa sociedade percebe a música passa por um momento de transição que se iniciou á 10 ou 12 anos atrás.

    Vivemos o dilema por não saber como nos comportar frente a essa mudança que é consumir música de graça e digital. Esse dilema afeta também os artistas que produzem música. Acredito que com o passar dos anos passaremos por uma ” re-educação”, aprenderemos a dar valor a um disco digital tanto quanto um disco físico. Se esse cenário positivo realmente se consolidar, começando por quem consome, certamente modificará a forma de comportamento de quem produz.

  2. Otávio, concordo com você, mas, veja, esse cenário afeta a produção musical de maneira decisiva. Se Reynolds está certo e a música perdeu mesmo espaço para outras manifestações artísticas – ou não – que ainda não se estabeleceram completamente na função de definição de gostos, caráteres e impressões do mundo, artistas e suas obras serão, necessariamente, mais efêmeros e tal “made to last” de antes não será mais possível. Por que as pessoas vão lembrar sempre de War ou Achtung Baby e tenderão a esquecer No Line On The Horizon, todos discos do U2, de 1983, 1991 e 2008, respectivamente? Minha preocupação – acho que Reynolds não tem esse grilo – é que haja música relevante e transformadora sendo feita. Senão, todo mundo ainda vai ser transformado por coisas dos anos 60 e 70 para sempre, num loop eterno. É mais ou menos isso. Obrigado, abraço.

  3. “não há mais produção cultural instigante sendo feita” – dá pra ser mais retrô que isso???

    I close my case.

  4. Legal o texto,só não entendi ou concordei com essa parte “por uma questão matemática, o mundo unilateral tem menos preocupações e mais dinheiro de sobra quando não precisa competir na corrida espacial, na corrida armamentista ou na guerra de propaganda ideológica que ficaram obsoletas da noite pro dia. Nessa mesma esteira vieram o politicamente correto, o pensamento único, a censura subliminar, a falsa liberdade da Internet, a verdadeira liberdade da Internet, as trocas de arquivo, tudo isso, claro, mudou a cara e a mente do ser humano. Velhos ficaram mais nostálgicos, jovens são cada vez mais obcecados pelo presente, ignorando futuro ou passado.”

  5. Grande CEL, que bom ter de volta com seus textos por aqui.
    Concordo com muita coisa do texto, mas não vejo as coisas por um prisma tão pessimista. Não acho que “não há mais produção cultural instigante sendo feita.” Existe sim muita coisa boa sendo feita hoje, mas infelizmente também muita coisa ruim, que ou não tinha como ser lançado anteriormente, ou não chegava tão fácil para o ouvinte. Isso deixa a balança um pouco desiquilibrada.
    Além do mais, como o próprio texto reflete, o consumo mudou e talvez fazendo parte desse momento não sejamos capazes de analisar devidamente o impacto que os discos dos últimos 10 anos terão na formação de gostos e influências.
    É claro que não surgirão novos U2, Dylan,etc., mas isso não é de hoje. Quem foi o último grande nome da música mundial? Nirvana? Radiohead? Porém isso não implica que não teremos nomes relevantes (como Wilco, Arcade Fire e outros tantos).

    P.S: CEL, o “No Line On The Horizon” vai ser esquecido porque é uma bomba sem tamanho, essa é a principal razão. :))

  6. Tem muita coisa ótima surgindo e é muito mais fácil de adquirir estas obras. O que muda muito é que antigamente era muito mais difícil conseguir algo e gerava uma certa ansiedade e consequentemente “aumentava” o valor desta obra para nós. Com a troca fácil de arquivos é tão fácil ouvir algo novo que nem damos muito valor a estes arquivos.

    Isto sem entrar no mérito que antigamente ouviamos música com uma qualidade bem maior do que hoje. O mp3 é bom mas nem se compara com o som original que sai de um Cd, fita cassete ou vinyl.

    E discordo completamente quanto a relevância após a década de 90, na minha opinião foi a melhor década de lançamentos musicais mas, depois disso saiu o Kid A, muita coisa relevante da Elephant 6 e etc. Sempre seremos saudosistas com tudo e tudo vai parecer melhor antigamente que agora, fato.

  7. Eu acho q faltou perspectiva histórica ao autor e fiquei até surpresa quando li, no final, q o autor é historiador.

    Ora, queridos, qd em 1980, a gente ficava bebendo e ouvindo bandas locais de rock no famigerado Western, no humaitá (RJ) a gente não achava q aquilo ia virar o que virou. Mesmo em 1982…com circo voador e tudo, a gente ainda não sabia q aquelas bandinhas iam fazer o sucesso q fizeram. Nem q seriam considerados clássicos…A gente tava vivendo o momento e na hora é difícil perceber o q está acontecendo.

    Eu acho q as dificuldades dos músicos hoje são muitas, o mundo mudou e a tecnologia mudou a forma de fazer/distribuir/vender música, mas acho q tem gente fazendo coisa muito boa. E não acharei estranho q este momento torne-se, no futuro, um grande momento. Daqui a 10 anos a gente vai saber…agora, só dá mesmo pra curtir o novo e ficar com saudade dos clássicos!

  8. Dica: não procure no mainstream. Enquanto milhares de supostos fãs de música estão xingando no twitter o disco novo do Strokes, o Kevin Drumm faz um show espetacular em São Paulo. Com 40 pessoas na plateia.

  9. Ótimo texto. O livro do Reynolds é muito bom e faz uma análise coerente e consciente para mostrar como a produção musical hoje é fraca, e põe fraca nisso. É uma pena os mais novos sentirem-se ofendidos por terem crescido em um mundo sem novas linguagens, aquelas que subvertem e quebram paradigmas, e afirmarem que esse é um conceito retro. Nada mais infantil.

  10. Gente, obrigado pelos comentários e opiniões. Eu não sei se todos aqui tiveram a oportunidade de ler na revista que o disco do seu artista favorito iria ser lançado no mês que vem. Aí, você ficava sem qualquer notícia até o próximo número da revista e ia fuçar nas lojas de disco para ver se a tal bolacha já havia saído. O que eu quero dizer com essa alegoria é que talvez o cenário de “dificuldade” em obter a música concedia a esta um “valor” maior do que hoje. E não me refiro apenas ao aspecto de pagar para ter, mas, sim, conceder a isso uma importância que não há mais hoje. E isso afeta tudo, da produção ao consumo, do artista ao autor. Daí a impressão de que falta ineditismo. Eu me pergunto: por que não haverá mais Dylan? Por que não haverá mais Clash? Será que perdemos a capacidade de nos manifestarmos em forma de música pop? Claro que não, as manifestações estão aí, todos os artistas – do mais independente ao mais mainstream – são absolutamente “retrôs”, para usar um termo aí em cima, descrevendo minha forma de ver a coisa. É justamente o contrário, o texto clama pelo futuro de verdade, não por esse futuro do pretérito que está aí, que neguinho compra porque quer socializar e parecer descolado. É isso.

  11. Olá, Cel, está alegoria que você fez apenas reforça a sensação de que o você questiona é muito mais psicólogico do que real.

  12. Bem, eu não sei se o questionamento é psicológico ou não. Há fatos contidos no texto que são inegáveis e o uso de uma alegoria baseada numa experiência vivenciada deve conter um viés “psicológico”, creio eu. O texto promove o debate de idéias sobre o assunto. As pessoas podem discordar ou concordar. Esse é o objetivo da coisa.

  13. Eu concordo basicamente com a Raquel.
    O que mudou é que no mainstream não há mais espaço para a qualidade, mas ela existe em abundância como em TODAS as épocas.
    Acho que a música brasileira, por exemplo, vive um grande momento.
    Agora, esses artistas relevantes e bons(Lucas Santtana, Céu, Criolo, Guizado, Yamandu Costa…) não vão estar nas capas de revistas nem nos programas de auditório.

    PS: Cel, com relação ao seu primeiro parágrafo de seu comentário acima. Eu, por exemplo, estou super ansioso pelo novo disco da Nação Zumbi. Só que ao invés de procurar nas lojas se ele já saiu eu fico fuçando no twitter dos caras.
    Enfim, tudo muda pra ficar na mesma. rsrsr

    Ahh, por que matou o blog?
    Bala ou facada?

    Abraço

  14. Também acho que música boa sempre vai existir. Hoje é fácil montar banda, comprar bons instrumentos e gravar. Mas dá para separar quem é artista de quem é ondinha. Só que hoje a coisa está mais diluída. Não serão 5 ou 6 ou 10 bandas que farão a cabeça da molecada e de quem gosta de música, e sim, centenas. Ao mesmo tempo. A oferta é muito grande. Em vez te termos poucos mega shows, teremos centenas e milhares de pequenos e médios shows. Todos os artistas que hoje enchem estádios são antigões. E acredito que cada vez menos teremos artistas com essa abrangência. Mas não por incapacidade ou incompetência, mas por estar dividindo sua audiência com outros muitos. E acho que o mainstream não oferece nada instigante porque o modelo dessas grandes gravadores é conservador demais. Em vez de terem 100 artistas que vendam juntos, sei lá, 200 mil cópias, ainda procuram UM só que venda 5x isso.

  15. Concordo com muita coisa que está no texto. De fato, há inúmeros elementos no cenário atual que são desanimadores. Porém, acho que em alguns momentos há um excesso de saudosismo, de achar que antigamente era bom e hoje, ruim. Parece que temos uma grande tendência de acreditar que todos os grandes nomes da arte estão no passado, e que o momento cultural em que vivemos é pobre. Tenho certeza de que a maioria das pessoas que escrevem e comentam aqui já viram “Meia noite em Paris”, que fala exatamente disso.

  16. Parabéns pela reflexão! É um tema inquietante.
    Ok, a música “alternativa” vai muito bem. O destaque do disco do Criolo é um bom exemplo.
    Mas concordo que “o mainstream nunca esteve tão pobre”…
    Estive pensando sobre isso essa semana, após ver o filme “Filhos de João”, sobre os Novos Baianos. Tem uma parte do filme em que relatam que, na época, pesquisadores da Alemanha, interessados em música brasileira, ao traduzirem as letras dos Novos Baianos, ficaram encantados: “É isso que é a letra de música popular no Brasil?”, questionavam.
    No filme o Tom Zé fala que passamos por um período de refluxo, de pobreza, embora por traz de tanta pobreza estética (a mundo da mesmice e da repetição – vide o “sertanejo universitário”, que parece que todas as músicas são do mesmo compositor) exista um universo muito criativo.
    Sem querer ter um “saudosismo do que não vivi”… fico pensando isso, imaginando o contexto da década de 70, mesmo com repressão e tal, nas rádios tinham um Raul Seixas, os Novos Baianos e até o Odair José (em conflito com a “patrulha moralista”, como pontua Paulo César de Araújo no livro “Eu não sou cachorro não”).
    Nos anos 80, nas rádios, bandas como Ultrage e Legião tinham presença marcante.
    E hoje?
    Um caso emblemático é o das bandas de “forró de plástico” do Norte (termo usado pelo Chico César), que são empreendimentos de políticos… Realmente, é estranho ver gente com carisma e pele de pobre, de trabalhador, aparecer numa estrutura do Pink Floyd. O que tem por tráz desse mercado?
    Vivemos um dos períodos mais férteis, mas no qual tal riqueza não chega à maioria, que não pode ficar garimpando som na net e se orienta pelo Faustão ou pelo top 10 da FM.

  17. Ah,bem,não sei o que dizer.Concordo com a entrevista para o Barcinski,concordo com esse texto agora,que achei muito bom e ilustra bem,mas não acho que tenha que ser derrotista quanto a isso.Acho esse cenário “armageddon” muito demodê demais e parece que isso me insere naqueles filmes a lá futuristas dos anos 80,rsrs.Dizer que não tem produção cultural sendo bem feita é de uma afirmação osteoporoica,que se racha.Temos muitos aristas,sobretudo e mais do que nunca no Brasil que fazem coisas bem diferentes,além dos retrô(que sempre tiveram,temos que pensar nisso)que estão juntos.O mainstream tá muito xarope,um pouco por culpa do mercado e por culpa de quem julga,ouve,estão muito xaropes.Acho que é o politicamente correto,dentre outras coisas que atrapalham.Fiquei pensando na época que tive aquele famigerado fotolog(uma invenção desses tempos malucos).Nessa época a maioria dos usuários era mulher,na faixa dos quinze anos e amante de banda emo e de sua proprio narcisismo.Pelo menos é o que ficou marcado esse tempo pra mim,nesse ponto.Também percebi que toda menina,ou mulher mesmo nessa faixa era cabeça-oca ao extremo,e isso me incomodava muito.Acabei por acabar com o fotolog que tinha porque ficou sem graça,como se fosse terra árida mesmo.Mas,enfim,eu encaixo nesse parênteses sobre o mp3 e as trocas de arquivo,que emburreceram muita gente e deve ter deformado muita gente por ai.Arte tem que ser valorizada e o que se viu não foi a derrocada da industria,por mais fraca que pareça,mas a derrocada da valorização das coisas.Tudo que é de graça e desvalorizado e banal,e ficou assim com a musica também,com o cinema.A parte mais deprimente que se vê é alguém que baixa uma faixa de alguém e depois a substitui por outra,e deleta aquele arquivo.Quer coisa mais triste?Tem a ver com o ponto dos jovens,e eu sou um deles,de desvalorizar passado.Os fotologgers eram desse jeito,isso posso afirmar.São alguns dos culpados por essa derrocada musical.Se fosse com as musicas ruins,mas se ouve muito mais musica ruim,primeiro porque é mais fácil e segundo porque as pessoas burras se juntaram a internet.Tem a ver com o proprio windows,que é bem mais anterior,de facilitar a vida das pessoas.Tudo que vem fácil,vai fácil.E é um absurdo,nesse ponto.

    Não sei se está muito explicito,ou muito confuso mas é assim que vejo e que funciona ao menos esse sistema.

  18. “É estranho ver gente com carisma e pele de pobre, de trabalhador, aparecer numa estrutura Pink Floyd”
    Até porque se o grosso da grana fosse pra eles, né Diego, os caras melhorariam a carcaça/indumentária, como as duplas sertanejas milionárias.
    Sendo um pouco menos(boa, man!) politicamente incorreto que o Diego eu digo que Caetano, Gil e Chico tb eram para uma minoria – basicamente a classe média A e B.
    O acesso as coisas boas(culturalmente tb) sempre foi restrito a elite.
    O que mudou nitidamente, pelo menos aqui no Brasil, é que quem dá as cartas hoje em dia é a classe C. E essa classe C, ajudada pelo Aiatolá chamado mídia, influência tb a classe A e B.
    Nessa sopa de letrinhas a escolaridade aumenta de mãos dadas com a ignorância.

    PS: Não acho que os grandes shows vão desaparecer. Ta aí o Luan Santana pra não me deixar mentir. Agora, serão desse nível artisto.

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