André Mendes, Rubinho Troll, Contin…

por Marcelo Costa

“Conveniências da Cidade”, Continental Combo (Voice Print)
Sandro Garcia é um herói do cenário independente paulistano. Desde os tempos do Charts – que lançou em 1996 o ótimo “Carbônicos”, passando pelo Momento 68, um projeto entre Sandro e Platô Divorak que se transformou num poderoso power trio – que o guitarrista exprime como poucos uma paixão sincera pelos anos 60. O Continental Combo surgiu em 2003 como sequencia dos trabalhos anteriores, e o rock regressivo do grupo segue namorando o mod, a psicodelia, o power pop e o folk em “Conveniências da Cidade”, terceiro disco do agora quarteto (com Carlos Rodrigues no baixo, Rogério Meni na bateria e Carlos Nishimiya na guitarra). “Assim caminha a civilização: sorrindo entre conflitos existenciais”, canta Sandro em “Jogos Metropolitanos”, que junto a “Um Dia Melhor”, “Oi! Goodbye!” (da frase “Se coloque em meu lugar pra perceber que o tempo vale ouro”) e aos dez minutos de “Eu e Meus Pensamentos” destacam um ótimo álbum urbano cujas canções tem como pano de fundo uma megalópole repleta de possibilidades.

Nota: 7
Preço: R$ 15 (já incluso despesas de correio no http://questionmark.zip.net/)

Leia também:
– “Retiro”, EP do Continental Combo: a beleza do cotidiano, por Marcelo Costa (aqui)
– “Nova Manhã”, do Continental Combo, por Marcelo Costa (aqui)
– “Tecnologia”, Momento 68: um dos grandes álbuns de 2002, por Marcelo Costa (aqui)

“Bem-Vindo a Navegação”, André Mendes (Independente)
Na segunda metade dos anos 90, à frente do trio Maria Bacana, o guitarrista e vocalista André Mendes colocou na praça via Rock It!, selo do legionário Dado Villa-Lobos (com produção do próprio ao lado de Tom Capone), um disco pungente que poderia ter catapultado a banda ao primeiro escalão do rock nacional, mas acabou se transformando em tesouro conhecido por poucos. O trio se separou e vários contratempos se seguiram até que André conseguisse registrar novamente suas boas canções. Muita coisa mudou de 1997 para 2011. Hoje, qualquer moleque pisa num pedal de distorção e acha que está fazendo rock. Só acha. André escolheu outro caminho. “Bem-Vindo a Navegação” é um disco repleto de músicas ensolaradas de amor que respiram a belíssima Baia de Todos os Santos. Ele abraça o pop rock suave e crava canções assobiáveis como “Ouro Sol Milho Sal”, “Vem Comigo Pro Cinema” e “Os Padrões São Feitos Só Pra Atrapalhar”, pequenas historietas de amor para um mundo que parece ter esquecido o sorriso.

Nota: 7
Download gratuito: baixe aqui http://www.andremendesmusica.com.br/

“Stinkin Like a Brazilian”, Rubinho Troll (Independente)
Rubinho Troll é o típico artista genial que está sempre um passo a frente do mundo. Junto com o Sexo Explicito na Belo Horizonte do final dos anos 80, Rubinho (escorado pelo parceiro John Ulhoa) cravou dois discos iluminados: o difícil “Combustível para o Fogo” (de 1989, que tem “A Obra”, canção que acabou virando nome de casa noturna na capital mineira) e o certeiro “O Disco dos Mistérios” (de 1990, que você deve ir atrás e baixar já). O Sexo Explícito acabou, John montou o Pato Fu e eventualmente Rubinho cravava uma música nos discos dos amigos (“Mamãe Ama O Meu Revolver”, “A Necrofilia da Arte”, “O Filho Predileto do Rajneesh”), mas eis que a dupla retorna com um disco em que Rubinho continua exercitando a verve afiada do pop esquizofrênico em pérolas como “Alma Turbinada”, “Peçonhas Ocultas”, “Gênio de 3 Corações” e “Repelente”, cover do Defalla. O tempo passou, mas não o alcançou, o que é cruel na música pop: você tem que estar na hora certa, no lugar certo. Rubinho ainda está à frente.

Nota: 7
Preço: R$ 20 (na loja do Pato Fu: http://www.lojapatofu.com.br)

6 thoughts on “André Mendes, Rubinho Troll, Contin…

  1. não vejo a hora de ter esse disco do Rubinho Troll. pra mim disparado um dos melhores letristas do rock brazuca em todos os tempos. tenho os dois do sexo explícito originais. sou fã desde essa época.

  2. Gostei do disco do André Mendes, bem diferente do Maria Bacana. Agora, esse álbum do Rubinho Troll é muito bom, só podia ter umas três faixas a menos, mas é um dos melhores nacionais de 2011.

  3. Comprei esses dias o segundo disco do Sexplícito num sebo aqui Marília por R$ 3,00… hehehe… Muito bom!

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