Blog do Editor: Eu uso óculos e perco chaves

por Mac

Não, eu não uso óculos. Ainda. Passei esta manhã fazendo exames periódicos sob recomendação do iG, o que me fez parar um boooom tempo para ler na sala de espera do consultório (Veja, Caras e a Folha de hoje), passar na audiometria (minha audição está ok, acreditem) e tropeçar na oftalmologia. Segundo o doutor, estou com dificuldades para ler a longa distância. Ainda acho que eu estava sonado de tanta espera. Mesmo assim ele insistiu para que eu fizesse um exame cuidadoso em outro oftalmo. Se as meninas do Leblon pararem de olhar pra mim, você já sabe…

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Isso você também já sabe: existe um mundo paralelo, um buraco negro, um universo para todas as canetas, guarda-chuvas, clipes e grampos perdidos vão parar. Perder uma caneta ou um guarda-chuva é tão normal quanto pegar um ônibus. Eu, porém, tenho uma especialidade: chaves. Não lembro quando adquiri diploma nessa categoria, mas nos últimos anos isso tem acontecido com bastante freqüência. Vejamos. Hoje perdi a chaves. Acho que pode ter sido no taxi na ida, em algum dos exames do consultório ou provavelmente no ônibus na volta. Cheguei em frente ao prédio, bati a mão no bolso, era uma vez.

A última vez tinha sido alguns meses atrás. Eu e Lili tínhamos ido ver um show no Sesc Vila Mariana. Coloquei chaves e documentos em um bolso interno da jaqueta. Chegando lá, sentindo o provável calor da caminhada, tirei e coloquei o jaquetão embaixo do banco. O show terminou, peguei o capote, vimos de taxi e quando chegamos em casa… era uma vez. A vantagem de perder a chave de dia é que o serviço para abri-la é 50% mais barato. Pagamos R$ 80 da outra vez. Hoje foi R$ 40. Teve uma vez que foi R$ 50, era um domingão, mas já faz uns três anos. Passei o dia inteiro com a afilhada no Playcenter, deixei ela e a comadre na rodoviária, cheguei em casa (ainda na Maria Antonia) numa garoa e… era uma vez.

Se você é meu amigo, tome cuidado. Eu também perco chaves de amigos. Em Londres, no ano passado, perdi a chave da casa do Daniel, mas dei sorte, pois eu também tinha perdido o passaporte. Foi na porta da Rough Trade, e me levaram o passaporte na mesa em que eu e a Luciana estávamos tomando café. A chave… era uma vez. A outra foi em Curitiba. Eu estava na casa do Dary, do Terminal Guadalupe, para o Curitiba Rock Festival. Cheguei, ele me deu às chaves, chamamos um taxi e fui beber com uns amigos no centro da cidade. Não foi nem uma hora e eu perdi a chave. Mas dei sorte de novo. Lembrei que havia pedido o taxi em uma central. Liguei lá, eles tinha o número do taxista, entraram em contato, e ele deixou a chave conosco horas depois. Ufa.

Em Buenos Aires também aconteceu, mas foi por um motivo extra. Quatro caras me cercaram em La Boca, eu resisti ao assalto e depois de alguns segundos eternos eles me derrubaram no chão e só me deixaram quando pegaram a carteira e a mochila. Dei sorte de novo, pois o prejuízo foi muito menor do que poderia ter sido. Perdemos a mochila, o guia de viagem, algumas frutas e uns 200 pesos, mas eu permaneci consegui segurar a nossa máquina digital e proteger todo o dinheiro da viagem, que estava comigo (nunca saia com todo o dinheiro, nunca). Conto em detalhes aqui, mas o fato é que na briga acabei perdendo a chave do apartamento em que estávamos em San Telmo. Tudo bem, nada que 5 pesos não pudessem resolver. Agora estou pensamento seriamente em acorrentar a chave na carteira. Ou algo assim. Estou me cansando de mandar chaves para o universo paralelo das chaves perdidas. Será que vai demorar para os prédios de classe média terem identificação por meio da digital?

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