Três CDs: Kurt Cobain, Ian Curtis e Joe Strummer

por Marcelo Costa

“About a Son”, trilha do filme de AJ Schnack (Barsuk)
25 horas de entrevistas com Kurt Cobain são a base para este filme que retrata a trajetória do líder do Nirvana. A trilha não traz nada da banda, mas faz um ótimo apanhado das influências e gostos de Kurt que vão de Leadbelly (“The Bourgeois Blues”) e Creedence (“Up Around The Bend”), passam por Iggy Pop (“The Passenger”), Bowie (“The Man Who Sold The World”) e Vaselines (“Son of a Gun”) até chegar a Melvins (“Eye Flys”), Mark Lanegan (“Museum”) e Mudhoney. (“Touch Me I m Sick”). E tem R.E.M.. 🙂

Nota: 9

“Control”, trilha do filme de Anton Corbijn (Warner)
O badalado fotógrafo reconta a história de um dos mártires do pós-punk inglês: Ian Curtis, vocalista do Joy Division, que se suicidou em 1980. A trilha junta influências (Velvet, Iggy Pop, Roxy Music, Bowie e Kraftwerk); pares (Buzzcocks, Sex Pistols); clássicos próprios (“Love Will Tear Us Apart”, “Atmosphere”); o elenco mastigando “Transmission”; o Killers tocando “Shadowplay” (inferior a original, mas boa); e o New Order com três faixas instrumentais. Ian pode dormir em paz ouvindo esse CD.

Nota: 9

“The Future Is Unwritten”, trilha do filme de Julian Temple (Sony)
Após radiografar os Sex Pistols em “The Great Rock ‘n’ Roll Swindle” (1980) e “O Lixo e a Fúria” (2000), Julian Temple vira sua câmera para o outro lado do punk e flagra Joe Strummer, cérebro político do Clash. A trilha é irrepreensível e traz Eddie Cochran, Woody Guthrie, Bob Dylan, Nina Simone, MC5, The 101’ers (primeira banda de Strummer), dubs, incendiárias versões demo de “White Riot” e “I’m So Bored With the U.S.A.” além de “(In The) Pouring Rain” ao vivo com o Clash II. Punk’s not dead.

Nota: 9

14 thoughts on “Três CDs: Kurt Cobain, Ian Curtis e Joe Strummer

  1. Esses fimes tem previsão de serem lançados em cinemas por aqui?Li uma materia falando que o filme sobre o Ian Curtis é sensacional.Gostaria muito de assistir a esses filmes…

  2. Tô correndo atrás do 24 Hour Party People,todo mundo fala muito bem desse filme e eu não assisti,agora o Last Days eu tenho mas achei fraco,criei expectativa mas me decepcionou,esse filme tinha tudo pra ser ótimo…

  3. Tres filmes que tem que se correr atras pela internet…a trilha de “Control” é muita boa mesmo…
    Abs,

  4. Espero que Control seja melhor que 24 Hours Party People. É difícil retratar alguém tão misterioso e genial como Curtis sem soar minimalista ou exagerado. Espero que filme entre em cartaz logo aqui em Ctba.

  5. Aliás, “Heart Of Gold”, do mestre Neil Young, é também uma ótima pedida. É sensacional!

    E já vazou mais um disco memorável do mestre…”Chrome Dreams 2″…

    Vou tentar assistir estes filmes, apesar de conhecer pouca coisa de New Order e Joy Division, um erro de minha parte.

    abraço

  6. Achei ótimo não ouvir uma única música do Nirvana no About a Son; parece q ficou mais fácil focar no Kurt – suas influências músico-sentimentais – e assim vê-lo (digo, ouví-lo, no caso, já q ele não aparece na película) mais humano e menos mítico, tals.

    No caso do Control, me surpreendi com aspectos da intimidade do Ian Curtis os quais não tinha idéia,,, outro filme q pra mim também contribuiu em destronar o mito e deixá-lo,,, nu.

    [e o ator q faz brilhantemente o Ian Cutis já tem meu voto pra fazer um possível ‘(des)Control’ sobre a vida do Pete Doherty,,, mórbido eu?, é ruim, ein!,,, agora então q eu soube q o ex-Libertino vai dividir estúdio com a Amy Winehouse!!!! o q será isso, dueto musical ou pacto suicida? q medo]

    Sobre o Radiohead (sei q estou no post errado, Mac, más é rápido,, hehe =), queria registrar q o In Rainbows é um discaço-aço-aço e q ao ouví-lo a primeira vez me chamou aos ouvidos o – pra mim – igualmente genial Think Tank do Blur,,,, mas o primeiro ainda ganha no q tange à qualidade musical, sem falar na (possível) revolução mercadológica. =) eniuei,,, antes q me desse vontade de ouvir Postal Service eu voltei à banda do Thom Yorke. hehe

    É mermo o disco do ano por tudo q envolve seu lançamento.

    Grande texto o teu, Mac? novidade,,, =)

    PS: Ó, o novo do Hives tbm até q tá bacana, sabia? Rocanrol basicão, pá, mas ainda divertido de se ouvir,,, e me pareceu na primeira orelhada q eles andaram ouvindo muito Devo tbm,,, e devo dizer q isso sempre faz bem. =)

    abraaaaaaaço

  7. cara, ainda lembro quando o selo stilleto (ou seria stiletto) lançou closer por aqui, em 1987 ou 88… eu tinha 18 anos e a obra pegou pesado comigo, bem como nick cave, que também estava no pacote de lançamentos… bons tempos! não havia disponível nem 1/1000000 da informação pop de hoje em dia… abraços do sul, mac!

  8. Mac, concordo contigo sobre o ‘in utero’ e principalmente sobre toda a aura formada à época em torno do kurt (não à toa, o próprio pai da francis bean teve ‘cojones’ e lucidez suficientes pra – no auge da febre nevermind – decretar q 90% dos seus fãs eram idiotas,,, isso é para poucos! hehe).

    permita-me contar aqui uma breve história minha num certo “roliúdi róqui” q rolou,,

    1993, eu lá com meus 14 anos, camiseta nova do mudhoney branquinha, esperando ver ‘O’ cara versar “just because you’re paranoid don’t mean they’re not after you” de Territorial Pissings, o q já seria minha Apoteose completa.

    “every good boy deserves fudge”,,,

    vejo sim (depois do ótimo concerto das L7 – pena q a única q não mostrou a bunda branca foi exatamente a q se salvava, a loirinha gata do baixo) um trio sujismundo desconstruindo (literalmente) o conceito de show de arena q eu tinha na cabeça até então – aliás, foi o meu primeiro do tipo tbm.

    e eu lá, junto a 50 mil, e paranóico à vera q alguém no empurra-empurra infernal sujasse minha camiseta branca do mudhoney, me deparo com uma cena q ajudaria a moldar minha personalidade: o flea do rhcp tocando toscamente trumpete em ‘smells,,,’,,, e depois vieram as famosas cenas da cusparada e a quase exibição do órgão reprodutor de kurt pras câmeras da grobo – a própria plin-plin resolveu cortar a transmissão depois dessa, né – e finalmente entra territorial pissings pra quebrar tudo de vez! pra sempre!

    e me sinto, por fim, ‘sashtishfeito’. hehe.

    mais ainda: logo após ao cataclisma grunge, percebo tbm uma constelação de gotas vermelhas – q até hj não sei se de sangue ou quetichupe – manchando enfim a minha até então imaculada – e agora menstruada – camiseta branca do mudhoney.

    “just because you’re paranoid,,,”

    olho pra trás e vejo uma guria grunge mais velha (uns 22, o q hj seria uma ninfeta pra mim,, hehe), ela me puxa pela camiseta suja do mudhoney e grita bem na minha cara com hálito de cerveja: “touch me, I’m sick!!!”, depois me empurra de volta e sai pulando torta e girando os braços como se fora um helicóptero ou perto disso,,, hahahaha seriozão!

    fui desvirginado ali. hahahaha grunge days q não voltam mais,,, =)

    Mac, voltando ao disco do hives, a terceira “you got it all” leva o meu undertônico troféu Teenage Kicks de melhor punk rock do ano fáááácil!!! dá um confere só – depois q o radiohead te der um tempo, claro,,, hehe

    abraaaaaaço!!!

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