Ringleader Of The Tormentors, Morrissey


Ringleader Of The Tormentors, Morrissey (Trama)
Preço em média: R$ 25

Lançado em abril na gringa, e caminhando para o seu terceiro single, “Ringleader Of The Tormentors” ganha finalmente edição nacional, via Trama. Jornais conceituados como o britânico Observer elegeram este oitavo disco solo de Morrissey como o melhor de toda a sua carreira, o que é apenas meia verdade. “Viva Hate” (1988) continua inalcançável como ponto sublime de sua carreira pós-Smiths, e “Your Arsenal” (1992), “Vauxhall And I” (1994) e “You Are The Quarry” (2004) formam uma tríade luxuosa de qualidade. “Ringleader Of The Tormentors” chega como um quarto elemento nesta lista, e em se tratando de Stephen Patrick Morrissey é algo para parar, ouvir com cuidado prestando atenção nas letras e reverenciar.

Aos 47 anos, e eleito pelo mais do que respeitado The Guardian como “o maior inglês vivo”, Morrissey lança um álbum que parece ser um banho de ironias. Em show recente, em Paris, ele dizia ao público: “Paris é a cidade dos amantes. Onde está o meu?”. Oras, este amante está (cuidado, crianças) com as pernas abertas na balada mais tocante de “Ringleader Of The Tormentors”, a afiada “Dear God, Please Help Me”, que termina com o bardo bradando que seu coração está livre. Sim, Morrissey parece ter encontrado o amor (ou está enganando a todos e se divertindo com sua própria tristeza) em Roma, local em que o disco foi gravado por Tony Visconti, parceiro de longa data de David Bowie.

No geral, “Ringleader Of The Tormentors” soa como tudo aquilo que Morrissey vem fazendo em seus discos desde que se separou de Johnny Marr. Alguns rocks pesados, com sotaque glam e pitadas de orientalismo (“I Will See You In Far Off Places”, que abre o álbum fala disfarçadamente sobre a morte e explicitamente sobre as bombas que os EUA podem jogar sobre todos nós), baladas bonitas e letras espertas e divertidíssimas, que ora citam entidades italianas nada religiosas (os diretores Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti e a atriz Anna Magnani em “You Have Kill Me”), ou trazem crianças cantando que “não há nada normal na vida” (“The Youngest Was the Most Loved”).

Em “To Me You Are A Work Of Art”, ele crava a maior carta de apresentação que já colocou em um disco: “Eu vivo a vida. Eu sinto a dor para cantar esta canção”, diz ele – tragicamente – na abertura, para concluir no refrão apaixonado/irônico: “Para mim, você é um trabalho de arte. Eu te daria o meu coração, se eu tivesse um”. Um dos discos do ano.

Leia mais:
Morrissey é um deus da música pop adulta, por Marcelo Costa

Download:
Baixe três músicas no My Space de Morrissey

5 thoughts on “Ringleader Of The Tormentors, Morrissey

  1. Como no Calmantes não tem espaço pra comentário, vai aqui mesmo.

    O site do Violins tá fora do ar desde o fim de semana, devido ao alto número de downloads. E, pelo que disseram lá na comunoidade da banda, fica inativo até o fim do mês.

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