Cinema: “Constantine”, de Francis Lawrence

por Andye Iore

A estreia de “Constantine” coloca os filmes adaptados de histórias em quadrinhos em uma nova fase. Agora não são só os super-heróis que estão nas telonas. Chegou a vez dos anti-heróis.

John Constantine foi criado pelo gênio Alan Moore (de “Watchmen”), como coadjuvante do Monstro do Pântano, na metade da década de 70. Ganhou revista própria em 1988 e se destacou na mini-série “Os Livros da Magia”, em 1990, pegando carona na onda de Sandman, do selo DC/Vertigo.

Nas revistas “Hellblazer”, Constantine é capaz de enganar demônios ao prometer entregar a alma para se livrar de problemas. Tal promessa feita a diferentes demônios pelo mesmo favor, sem que um saiba do outro. A partir daí, ele é caçado e sofre com câncer, alcoolismo e solidão. Mas sempre encara tudo com muito cinismo, arrogância e humor negro em histórias bem barra-pesada.

No filme, porém, o personagem ganhou um banho de loja na pele do astro Keanu Reeves. A curiosidade é que o personagem foi inspirado no visual do cantor Sting (ex-The Police) e vive na Inglaterra. E este foi um dos principais motivos que fizeram com que muitos fãs criticassem a adaptação, já que Keanu Reeves é moreno e a história se passa em solo americano.

O enredo da história também não agradou muita gente que já conhecia a HQ. No filme, Constantine é um exorcista que vai lutar para evitar que o filho do Diabo reine na Terra, acabando com o equilíbrio entre Céu e Inferno. O roteiro foi baseado na mini-série “Hábitos Perigosos”.

O diretor de videoclipes Francis Lawrence estreou em Hollywood pegando leve ao optar por usar a água como meio de passagem da Terra para o Inferno, deixando de lado os rituais que dariam boas cenas tensas.

Apesar do filme ainda não ter se pago – custou U$ 100 milhões e arrecadou U$ 61 milhões em duas semanas de exibição nos EUA – foi um destaque interessante em se tratando de um personagem cult e nada popular. E deixa a expectativa de que outros estúdios possam explorar também o filão quadrinhos adultos, além dos mascarados e de roupas colantes.

Resta agora esperar por “Constantine 2”, “Preacher” e o anunciado filme sobre “Sandman” que não saiu do papel.

– Andye Iore (@andyeiore) é jornalista em Maringá e Cianorte (PR), fã de Cramps desde 1986 quando ouviu “Surfin’ Dead” no filme “A Volta dos Mortos Vivos”. Apresenta o Cinema na Música na rádio Música FM de Cianorte (89,9 FM) e o Zombilly no Rádio na UEM FM (106,9) e na Alma Londrina (www.almalondrina.com.br) além de ser responsável pelo site Zombilly.

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