"Reflections
on the Past" - Twenty Sixty Six and Then
por
Wagner Xavier
Wagner2505@yahoo.com.br
26/11/2004
A banda alemã Twenty Sixty Six and Then conseguiu a proeza de
lançar, num único disco, um conjunto de canções onde a qualidade,
criatividade e capacidade foram a tônica do álbum, famoso e
raríssimo para os colecionadores, Reflections.
Lançado em 1972, Reflections traz grandes canções (tanto na qualidade quanto na duração), onde os teclados esbanjam vitalidade e criatividade.
Lamentavelmente, este álbum teve suas fitas originais perdidas após seu lançamento, fazendo com que apenas alguns felizardos conseguissem sua cópia em vinil. Finalmente na década de 90, o projeto de relançamento do álbum foi criado, utilizando gravações anteriores às originais, além de 2 novas faixas extras. Reflections.
O projeto, chamado de Reflections on the Past foi lançado pela excelente Second Battle, com capa original em digipack, fotos em preto e branco e um ótimo acabamento gráfico, que nos brinda com o álbum na integra, em uma competente remasterização que faz brilhar ainda o potencial desta excelente banda.
A primeira faixa é At My Home (7:57), um hard rock com excelente condução dos teclados, flauta ao fundo, tocada pelo convidado Wolfang Schonbrot, e uma guitarra também bem legal. O vocal rouco de Geff Harrison, que apesar de não ter uma excelente voz, acaba não comprometendo. A guitarra lembra bastante Blackmore nos 3 primeiros álbuns do Deep Purple.
Na segunda, chamada Autumn (9:06), o vocal se encaixa
bem mais com o andamento lento da música. Novamente o destaque
é o teclado, com algumas passagens francamente progressivas.
Um ótimo som!!!
A próxima é Butterking (7:17), que começa um pouco estranha, com vocal apenas falado e acompanhamento de uma vigorosa bateria. Na seqüência entra o teclado no melhor estilo Jon Lord. Torna-se um das melhores do disco, inclusive lembrando o grande Frank Zappa nos melhores momentos de Joe's Garage, com aqueles bate papos musicais durante o andamento nada previsível da musica.
A quarta música é a faixa tema - Reflections on the Future (15:48). Apenas pelo tempo pode-se perceber o que vem pela frente: belas passagens, solos de guitarra de extremo bom gosto, enfim, a canção mais complexa do disco.
Na seqüência temos The Way That I Feel Today (11:11), canção também de rara beleza. Também de longo alcance, a faixa traz um andamento mais jazzístico, onde o piano e o baixo se destacam. É a canção mais sofisticada do álbum. A bateria com levada bem quebrada e, em algumas vezes, a flauta a la Ian Anderson nos brinda com um som pra lá de interessante. O vocal carregado de emoção acaba se encaixando perfeitamente na música. A letra colabora com um certo romantismo, principalmente em frases como "How would you feel after she's gone"... Linda canção...
O álbum original se encerra com Today (13:02). Totalmente instrumental, também lembra passagens do Purple do início, na fase de Mandrake Root ou Wring that Neck, com muitas variações em seu andamento e sempre com muito bom gosto. Novamente o destaque são os teclados, super datados da época - uma delícia...
As duas ultimas faixas são os bônus incluídos nesta edição e que também não fazem por menos. A primeira é I Wanna Stay (3:59) é um hard rock bem interessante, com andamento mais cadenciado. Para finalizar, Time Can't Take Away (4:30), que encerra o disco em alto astral, pois se trata de uma bela balada, com um backing vocal de fazer inveja a qualquer um, além de um refrão de arrepiar. Realmente um grand finale para uma obra prima.
Sem dúvida, apesar da curtíssima carreira, o Twenty Sixty Six and Then conseguiu pegar a onda do momento e gravaram um dos melhores álbuns do excelente rock alemão em todos os tempos.
Formação:
Geff Harrison - Vocal
Gagey Mrozeck - Guitarra
Veit Marvos - Teclados
Dieter Bauer - Baixo
Steve Robinson - Teclados
Konstantin Bommarius - Bateria
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