Recolhimento
de
Marcelo Silva Costa
Lembrar é quase promessa
quase promessa e o sol
não apareceu...
me espantei com teus medos
e não entendi o adeus...
Não entendi a chuva que choveu
dentro do meu quarto
no entardecer do seu sonho...
tentei correr, fiquei sentado
e depois da ventânia, novo
dilúvio...
Fiquei preso em seu tempo
exercitando o recolhimento
e aperfeicoando a imperfeição...
o nome da menina é rosa
e à insônia eu sonho
com tuas mãos...
Não entendi o seu querer
e nem sei se você entendeu
o meu
e os anjos...
é tudo mentira e eu não
sei
explicar o silêncio do outono...
Lembrar é quase promessa
quase promessa e a lua
está perdida entre as estrelas...
me espantei com a tua tristeza
e não entendi a distância...