Poema
em dó maior
de
Marcelo Silva Costa
Não sei onde deixei meu coração
um relâmpago iluminou teus
olhos
mas nem sinal do meu pobre fausto.
Deixo cair os braços sem atenção
e fico sonhando sozinho na escuridão
O dia nasce todo dia e a noite
nasce no final de toda tarde,
tudo morre, tudo é belo, o
amor é cego
e na sua boca eu bebi inconsciência
mas antes morrer de uisque do que
tédio
Não sei onde deixei meu coração
o silêncio engrandece a voz
do vento
mas a minha alma ainda sente o vazio.
Passo os dias sentado, abandonado
com os olhos nos olhos de um porta-retrato
Estarei sempre fazendo coisas inúteis
não posso correr, tropeço
em nuvens
vivo sonhando com você
se não podia, me desculpe
mas ainda há em algum lugar
alguém feliz
Não sei onde deixei meu coração
as vezes não me lembro onde
deixei meus sonhos...
faz uma eternidade que nós
não nos vemos
passaram-se dois anos ou dois segundos?
Resta uma dúvida: onde esteve
o amor nesse tempo todo?