Desentitulada
17
de
Marcelo Silva Costa
Uma asa caiu do céu
Está chovendo anjos
Estão todos olhando
É a minha última palavra
E eu nem posso te tocar...
Juntei os cubos de gelo
Achei que fosse chorar
Ainda me perco
O inferno é assim mesmo
E eu estava tentando dançar...
A melancolia não me abandona,
é assim
Eu preferia morrer, não é
o fim
É só o meio do poema,
alguém diz
E eu tenho mais duas estrofes
Para tentar entender o amor...
Juntei os lençóis que
sujamos
Não consegui alcançar
o bilhete
Tudo isso é quase estranho
Os desencontros são assim
mesmo
E eu só estava tentando lembrar...
Uma asa caiu do hotel
Não sei o que quer dizer
Eu não sei se quero você
É o meu último suspiro
E eu nem posso te tocar...
E eu não entendi o amor...
14/11/00
São Paulo