Desentitulada
número 18
por
Marcelo Silva Costa
A respiração nunca foi
tão difícil
talvez seja a poluição
talvez seja a indefinição
vejo as pegadas que estou deixando
e penso no quando acordarei desse
sonho
Vou juntando perguntas
que as estrelas não respondem
vou adiando o nunca
até a próxima estrofe
pode ser que amanhã tudo mude
É triste não conseguir
sorrir
é triste caminhar sem destino
bebo mais um gole de vinho
o gosto que desce é solidão
bebo outro gole e lavo as mãos
Vou ouvindo músicas
que nunca dizem nada
vou achando que o nunca
é a próxima parada
pode ser que o amanhã não
chegue
Respirar nunca foi tão doloroso
sonhar nunca foi tão impossível
talvez seja o fim de tudo
vejo as pegadas que estou deixando
e penso que ando pensando demais
fim de inverno 2001