A antepenúltima
poesia
de
Marcelo SIlva Costa
Façamos silêncio para
ouvir o som do vento.
Você foi embora mas a casa
continua em ordem
Está do mesmo jeito de quando
você veio
Mas agora são longas as tardes
de duras lembranças
Em que da janela do quarto eu admiro
o horizonte
"Vamos velejar nas estrelas está
noite
vamos caminhar as sete cores do arco-íris
tomar a mesma chuva, assumir juntos
a culpa
vamos viajar de mãos dadas
no mesmo vício
vamos beber o sangue um do outro
como vampiros"
Façamos silêncio para
ouvir a voz dos deuses.
Só depois de acordar eu descobri
que havia dormido
Que havia sonhado, que havia voltado
ao passado,
Dormindo na janela eu acordei no
meio das trevas
Onde o horizonte escondia a sua boca
da minha língua
"Voltei para casa em um trem da meia
noite fantasma
tentando apagar uma luz que não
se apaga
e trazendo em palavras o anúncio
do fim do mundo...
absurdos... tenho andado louco em
um oceano de procuras
inventando dificieis vitórias
e imaginando belas histórias"
Façamos silêncio para
ouvir o som de um beijo.
Em uma redoma de vidro deixei o amor
que sinto
Que está do mesmo jeito de
quando você partiu
Mas agora são longas as tardes
de puras lembranças
Em que da janela do meu quarto eu
viajo na saudade.
"Quem matou a poesia não devia
acreditar em ressurreição"