Amor
perfeito
de
Marcelo Silva Costa
O abandono enlaçou as mãos
do anjo
frio de chuva invadia o sonho proibido
não havia quem muito menos
quando
o anjo sorria seu sorriso mais dolorido
nada na madrugada o salva da solidão
O amor condenou a morte um coração
lágrimas de desesperança
escorrrem pelo tempo
os ponteiros do relógio navegam
redemoinhos
o anjo acreditava em um sonho proibido
nada no amanhecer o salva da desilusão
Tentamos fugir assustados com a entrega
somos inocentes demais para a inocência
o tempo não perdoa quem não
sabe acreditar
O tempo não perdoa a palavra
não dita
somos sonhadores demais para a nostalgia
tentamos fugir mas sempre esquecemos
de andar
A desistência vence mais uma
vez a memória
lágrimas afogam estrelas que
caem acesas
os ponteiros do relógio enfrentam
a mentira
o anjo sonhava com a possibilidade
do eterno
nada no mais belo sonho o salva do
efêmero
O demônio trouxe rosas amarelas
para o amor
as paredes do quarto aguardam o último
beijo
tomada por saudade a alma sonha com
venenos
os desencontros acontecem do mesmo
jeito
nada que o anjo conheça permite
o amor perfeito
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