DE
BICO, ZAGUEIRÃO!
É
gol! E que golaço!
por
Juliano Costa
Bem amigos
do Scream & Yell, já foi dito um milhão de
vezes por aí que ser fã do Oasis é como
torcer por um time de futebol -- seja nos bons ou nos maus momentos,
você o defende, venera e se exalta com uma intensidade
cômica/comovente, usando argumentos pífios, carregados
de paixão até o talo e nunca/sempre com razão.
Ostenta a camisa e dá a cara para bater. Tudo pela
causa. Algo como "sou Oasis
com muito orgulho, com muito amô - ô - ô".
Às
vezes, seu time te surpreende ("Definitelly
Maybe"); em outras, consegue uma vitória acachapante
e te conquista de vez ("What's the Story Morning Glory"); essa
vitória, porém, pode ser sofrida, com um 1 a 0
chorado, até meio safado ("Be Here Now"); uns empates
("The Masterplan") aqui e outros ali ("Fammiliar
to Millions") não chegam a ser uma derrota ("Standing
on The Shoulder of Giants"), mas, ainda sim, estão longe
de ser uma simples... vitória.
"Heathen
Chemistry" é exatamente isso: uma grande vitória.
Uma vitória conquistada com talento e garra, por um time
que mudou bastante mas nunca perdeu sua essência. Sim,
o Oasis troca de integrantes como o Murilo Benício troca
de namorada, mas a qualidade, nos dois casos, é sempre
mantida no alto.
Metáforas
infelizes à parte (Carolina Ferraz, Alessandra Negrini
e Giovanna Antonelli, por Deus, não podem estar de jeito
nenhum no mesmo parágrafo de Paul Arthurs, Tony McCarroll
e Paul "Bonehead" McGuigan), eu só queria dizer que os
dois Gallaghers, em seu novo disco, estão mais irônicos
e sarcásticos do que nunca (ouça "Force of Nature"
e você se sentirá, digamos, "supersônico").
O sentimento
do canastrão desprovido de qualquer tipo de pudor também
está lá ("Stop Crying Your Heart Out"), assim
como as canções deliciosamente despretensiosas
("Songbird") e melódicas ("She is Love").
E, claro,
os descarados covers dos Beatles também marcam presença
("Born on a Different Cloud" parece uma regravação
de alguma música inédita que tenha ficado de fora
do "Revolver". Só pode ser isso). Ou seja, é um
disco do Oasis, um discão.
Se este disco
não vai "fazer quem não curte o Oasis passar a
gostar da banda" (que balela. Quem inventou essa maldita frase?),
nenhum outro vai. "Heathen Chemistry" é Oasis em estado
puro, é Oasis no melhor de sua fase, é Oasis jogando
o fino, como o professor manda e a galera gosta de ver. É
a família Gallagher, amigo! E se você não
gostou, liga não -- ano que vem tem mais.
Juliano
Costa, 21 anos, é santista e seguindo as ordens do professor
pretende conseguir um bom resultado, já que o time está
entrosado e com a ajuda de Deus e o apoio da torcida, estará
quinzenalmente neste espaço ... Juliano@lancenet.com.br
Leia
a coluna anterior
#1-
Com ou sem Romário: por que a questão?
#2-
Bandidos Folclóricos Futebol Rock
#3
- "Só o futebol constrói"
Leia
outros textos de Juliano Costa
|