DE BICO,
ZAGUEIRÃO!
Dois Enviados
do Céu
por
Juliano Costa
+
Diego
- Robinho
Se você tem entre 2,5 e 25 anos
e fica puto quando algum tiozinho fala "você não sabe o que
é futebol, porque não viu Pelé, Garrincha, Tostão,
Zizinho, Didi", anime-se.
Não, Dr. Albiéri não
existe, era só ficção.
Mas, na Baixada Santista, há
dois herdeiros -- talvez os últimos -- de algo que um dia existiu
de verdade e que, hoje, nós só vemos em livros e em programas
de TV altamente cool como o Grandes Momentos do Esporte, da TV Cultura.
Trata-se de um esporte um pouco diferente desse praticado atualmente, mas
que ainda rende alegrias ao povo brasileiro (odeio falar "povo brasileiro".
Pareço o Caetano ou coisa assim. Éca.). Estou falando do
futebol-arte, do futebol-moleque.
Robinho e Diego não são
"craques" -- eles são mais do que isso (a palavra "craque" foi banalizada.
Basta lembrar que, quando Fábio Jr. surgiu no Cruzeiro, muitos o
consideravam um novo Ronaldo, um...craque). Robinho e Diego, de 18 e 17
anos, respectivamente, são gênios, precoces, mas já
prontos. Parecem, aliás, já
terem nascido geniais -- me recuso a acreditar que, em tão pouco
tempo de carreira, os dois já tenham tanta intimidade com la pelota.
Sim, amigos, esses dois meninos do
Santos FC são como dois personagens de crônica esportiva de
Nelson Rodrigues -- se você não os conhece, pensa que são
ficcionais. Duvida. Contesta. Nega.
Mas se bem que, é verdade,
eles têm uma aura, um certo "quê" de irreais ("Como pode alguém
ser tão habilidoso com uma bola nos pés?"; "Como eles conseguem
fazer aquilo com os zagueiros?!"; "Devem estar recebendo ajuda extraterrena,
talvez do Sobrenatural de Almeida, quem sabe"). Simplificando, Robinho
e Diego são fantásticos.
Robinho é, seguramente, o jogador
mais habilidoso que já surgiu nos últimos trinta anos. Desde
Jonas Eduardo Américo, o Edu, revelado com apenas 16 anos no maior
berço de craques de todos os tempos, a Vila Belmiro, o mundo não
vê tamanha destreza com a bola. Robinho dribla três, quatro
zagueiros ao mesmo tempo. E não passa por eles simplesmente na velocidade
-- faz questão de lhes "oferecer" a bola para, então, "retirá-la",
deixando-os no chão e "na vontade". Robinho é uma espécie
de SuperDener, de Denílson ultramelhorado (pelo menos ele sabe onde
fica o gol, coisa que nosso pentacampeão ainda não sabe).
Já Diego é um cérebro,
um armador nato. Suspeito, inclusive, que em seu RG, entre o nome e o sobrenome,
está escrito "camisa 10". Sim, amigos, ele não se chama "Diego
Ribas Cunha", mas "Diego Camisa 10 Ribas Cunha". Quem sou eu para duvidar
da fidelidade de sua digníssima mãe por seu respeitadíssimo
pai, mas se tão nobre senhora passou alguns dias no Rio de Janeiro
há cerca de 18 anos atrás, Zico que se cuide -- podem lhe
exigir um exame de DNA.
Se você ainda não os
viu em ação, trate de correr. Logo, eles estarão se
exibindo na Europa. Mas veja-os de perto, no estádio. E leve uma
máquina fotográfica. Tire bastante fotos. Colha, se possível,
depoimentos de outras testemunhas. Grave-os, inclusive. Um dia, tudo isso
poderá lhe ser útil, como quando você já tiver
seus 70 e poucos anos e quiser provar para seus netinhos adolescentes/aborrescentes
que, sim, um dia foi novo e viveu, ah, como viveu.
Obs.: O conteúdo do texto desta
coluna é altamente suspeito. O colunista, além de ser um
apaixonado pelo Santos FC (era ateu até ver, lá pela metade
dos anos 90, um meia paraense, esguio e com passadas largas, que assombrou
o Brasil com sua elegância. Desde então, assumiu-se como "Testemunha
de Giovanni"), já teve a absolutamente indescritível oportunidade
de ter jogado bola com Robinho (!!!). Isso aconteceu há sete, oito
anos atrás, quando o nosso menino-craque tinha 11 e o colunista,
14. Ambos estudaram no mesmo colégio em São Vicente durante
dois anos. E, Deus, como nosso amigo Juliano Costa levou "cana" de Robinho...
Hoje em dia, nosso colunista pode
ser visto se apresentando, quase que babando, da seguinte maneira: "Prazer,
meu nome é Juliano, já fui humilhado pelo mágico Robinho
e me orgulho disso".
Juliano Costa,
21 anos, é santista e seguindo as ordens do professor pretende conseguir
um bom resultado, já que o time está entrosado e com a ajuda
de Deus e o apoio da torcida, estará quinzenalmente neste espaço
... Juliano@lancenet.com.br
Leia a coluna anterior
#1- Com ou
sem Romário: por que a questão?
#2- Bandidos
Folclóricos Futebol Rock
#3
- "Só o futebol constrói"
#4
- É gol!! E que golaço!!!!
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