EDITORIAL
Dezembro 2001

25 de dezembro de 1996 – estou em meu quarto ouvindo Morrissey listar as coisas que o matam quando João Marcelo Gonçalves entra com uma proposta maluca: 

- Vamos fazer um fanzine?

Passamos a tarde toda meio que decidindo tudo que poderíamos fazer e falar. Ali, naquele momento, decide que eu queria falar sobre o Pixies (responsável pelos meus 13,5% a menos de audição hoje em dia), que um amigo nosso falaria do Kiss, que teria espaço para bandas novas e tal. Na verdade, a única coisa que escrevemos naquela tarde foi o editorial, meio que um pacto de sangue. E o editorial dizia, no final: 

"Aqui começa mais um fanzine de jovens sonhadores".

Corte rápido. 

Novembro de 2000. O S&Y deixa mais de 9 mil impressos (divididos em seis edições e três informativos) e chega a web. Os méritos totais são de Hugo Lopes Tavares (concepção, realização e diagramação) que fez todo trabalho na maior brodagem possível. 

No mês seguinte, o primeiro editorial on-line explicava o motivo principal de perdermos tempo editando esse e-zine: paixão

Dezembro de 2001. Quase 300 mil page views depois e com dois prêmios bacanas no bolso (Destaque do HPG e Melhor E-Zine Independente de 2001), acho que podemos resumir todo esse trabalho (sim, trabalho) como positivo. 

A vontade é de continuar aqui por mais trinta anos, mas sabe-se lá se esses trinta anos vão durar até 2031 ou até o fim do mês que vem. 

O fato é que, inevitavelmente, essa revista pop já não é só minha. Ela é um pouquinho de cada uma das mais de cinqüenta pessoas que colaboraram com textos aqui. Um pouquinho de cada leitor que passa um tempo precioso na frente do computador lendo as coisas que escrevemos. Um pouquinho dos amigos que, assim, como nós, fazem e-zines pelo simples prazer de falar das coisas que gosta. 

Com certeza, desde aquele dia em que eu e João Marcelo passamos a tarde inteira no chão do meu quarto, ainda em Taubaté, muita coisa aconteceu, e é isso que, agora, viemos agradecer, aos amigos, aos inimigos, e a Deus. 

Já não dá para se dizer que somos tão jovens, mas continuamos os mesmos sonhadores. Defeito grave que cultivamos com... paixão.

Feliz Natal e um 2002 tão especial para você que esta lendo, quanto 2001 foi para nós.

Marcelo Costa
Editor


Especial dia 25 
Se os indies fossem papai noel... 
por Eduardo Palandi

CLÁUDIO BULL (DIVINE) - Se Cláudio Bull fosse Papai Noel, não iria dar presente pro Tupanzine, porque são maus meninos. Pensando bem, desde 1997 ele estaria pegando os presentes dos brasilienses e dando pros cariocas (os presentes).

ANDRÉ CZARNÓBAI (COL) - Teria um pretexto para seu dileto barbão. Talvez chamasse o pessoal da Fameco para serem os duendes, e a Clarah Averbuck seria a Mamãe Noel.

GUILHERME BARRELLA - Faria um natal à moda dos Tindersticks, ou seja, com muita depressão porque o peru está morto, o ano se vai e coisas do tipo. 

RODRIGO LARIÚ - O dono da midsummer madness daria uma cópia do disco novo da Pelvs para cada um dos seis bilhões de habitantes, "pra desovar estoque"

CARLINHOS (BIDÊ OU BALDE) - Dono do físico mais adequado, cobriria a atividade de entrega de presentes com uma firma de fachada, a Império da Lã Presentes S/A, buscando capitalizar em cima da imagem. Apresentaria no fim do ano um balanço com ativos no vermelho, obviamente forjado, e diria que não daria porra nenhuma de presente "porque não tenho dinheiro, oras"

LUCIANO VIANNA - Também existe a possibilidade do Papai Noel indie ser o organizador da North Pole Burning, a empresa que quer mais é que a camada de ozônio se foda, assim o pólo norte queima. No começo Luciano despistaria todos, dizendo que "Papai Noel é o Frank Black, bicho" e depois, auxiliado pelos duendes de Blemish e 28/8/2, sairia em seu trenó distribuindo cd-rs amigos.

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR - Ele também tem que aparecer, mesmo que o Pólo Norte não seja em San Francisco. Álvaro faria um pronunciamento no Fantástico dizendo que os brasileiros não entendem nada de Natal e que bom mesmo é o dos gringos.

FÁBIO BIANCHINI - Usando uma peruca de Robert Smith por baixo daquele gorro vermelho, Fábio Bianchini, revoltado com a actual situação do soccer catarinense, faria os 12 jogadores do Figueirense que chegaram a disputar 4 minutos juntos uma partida como renas. Os fãs de pós-rock ficariam insatisfeitos com seus novos presentes, cds de powerpop. Motivo? "pós-rock a gente deixa pós-Natal", diverte-se o maroto catarinense Noel.

MARCELO COSTA & ALEXANDRE PETILLO - Os malacos editores desse webzine, se fossem Papais Noéis, comprariam todos os presentes em 3 vezes no cartão de terceiros, e só cobririam as despesas faltando 20 minutos pra dívida ser executada. E o cara do Lo-Fi Zine não ganharia presente dos dois.

Pala, odeia natal