EDITORIAL
Junho 2002
Recuperando
a auto-confiança
04/06/2003
Tem várias
coisas que, por algum motivo, deixamos de fazer e que quando voltamos nos
perguntamos porque deixamos de fazer aquilo. A resposta, claro, irá
necessitar de justificativas, mas pouca coisa justificará o fato
de se deixar de fazer aquilo que a gente gosta. Também fica claro
que olhando do lado de fora, tudo sempre fica mais fácil. Porém,
como diria outro, cada um sabe onde é que o sapato aperta mais...
O primeiro parágrafo
todo é uma alusão ao tempo em que o S&Y deixou de ser
atualizado. Fruto de um sonho pessoal que encontrou em muita gente razão
de existência, o S&Y se viu em um beco sem saída ao tentar
relacionar "mundo real" com "desejos pessoais". Sim, porque qualquer coisa
que você faça pelo simples prazer de se estar fazendo algo,
mais gastando dinheiro que ganhando, mais ocupando tempo que descansando,
precisa de um certo "apadrinhamento" financeiro. Ou então, muita
boa vontade e paciência para saber a hora de parar (e, principalmente,
ter coragem para voltar). Ficamos com a segunda opção. Melhor
baixar a bola, sentar na arquibancada e ficar olhando o jogo por alguns
minutos. Foi o que aconteceu.
Voltando aos
poucos, o S&Y conseguiu restabelecer no mês de maio sua auto-confiança.
E a gente fala disso mais abaixo, porque, mais do que estar com a moral
em alta, precisamos (e muito) começar a discutir o momento que vivemos:
o da derrocada do jornalismo impresso.
Seja picuinhas
entre grandes tubarões e o governo federal, seja uma crise que têm
no alto custo do papel seu maior vilão, dois dos maiores jornais
brasileiros (e da América Latina) anunciaram violentos cortes (Folha
e Estadão) e o cenário começa a brilhar nessa telinha
que você está olhando agora: a internet.
Mais: muitos
profissionais da área de cultura, tanto em palestras quanto em conversas
de bar, assumem: se você quer informação, procure um
e-zine. Eu estou falando sério!!! Editores de cadernos de cultura
da imprensa escrita já assumem que o espaço que eles têm
para falar sobre determinado assunto não consegue abrigar toda gama
de informações e que em um e-zine o leitor terá muito
mais espaço, variedade e (por que não?) honestidade.
Espaço
porque quem vem em um site como o S&Y ler uma matéria, já
vem sabendo que encontrará um texto de quatro a dez páginas
de Word diferenciado da mídia tradicional. E, pior, se tiver que
cortar página, pode se preparar que é o caderno de cultura
que vai perder pautas em um jornal.
Variedade porque
a quantidade de bons sites de cultura é tão grande que lendo
o melhor de cada um, o leitor estará melhor informado sobre música,
cinema e literatura do que se assinasse qualquer revista nacional por um
ano.
E honestidade
porque um e-zine está a serviço do sonho de seus realizadores,
tanto editores quando colaboradores. Um e-zine não precisa ficar
fazendo média com políticos, não precisa se preocupar
no quanto a crítica feita vai influenciar no relacionamento com
a indústria (indústria? tá) muito menos posar de sabe-tudo.
A história aqui é escrever sobre coisas que gostamos para
pessoas que gostam dessas coisas, lerem. Simples assim.
Muita gente
teima em afirmar que a descentralização da informação
via web é a lápide do jornalismo impresso. Discordo, em termos.
E tudo que penso sobre o assunto não cabe em um pequeno editorial
mensal, mas basta dizer que a mídia impressa precisa adaptar-se
aos novos tempos, buscar novas formas de atrair o leitor, o que inclui
boas pautas e bons textos (o que vai contra essa 'limpeza' nas redações,
afinal, como um jornalista vai se ater a fazer bons textos trabalhando
por quatro, cinco outros). Estão deixando a qualidade de lado e
essa sim será a lápide no juízo final. (sic).
Para o S&Y
isto tudo é novo, novo demais. E, mais por insegurança que
umbiguismo, preferimos ficar quietinhos no nosso canto, escrevendo e sonhando.
E despreocupados se a luz que surge é a do fim do túnel
ou do amanhecer. A sensação é a mesma. Como diria
Ben Fong-Torres: "Crazy!!!!!!"
Quer saber,
é fudidamente bom estar de volta e dividir essas divagações,
impressões de um novo mundo que cada vez mais tenta se ajeitar na
roupa que não mais lhe cabe. E é fudidamente legal ter uma
acolhida como esta que mostramos abaixo. Volto a apertar a tecla do mundo
real: o S&Y é um projeto sonhador de pessoas sonhadoras. Sabe
lá quanto tempo vamos poder continuar dormindo. Mas enquanto o relógio
não desperta, bons sonhos.
A vida segue.
E nós
também.
Marcelo Costa
Editor
Estatísticas
S&Y
Quando o S&Y deixou de ser atualizado,
em outubro de 2002, havia atingido o patamar de 93 mil page views para
23 mil usuários únicos. Durante o período de 'férias'
o site continuo sendo visitado por mais ou menos 9.000 usuários
alcançando médias mensais de 15.000 a 20.000 page views.
Abaixo, as estatísticas do site no endereço screamyell.com.br,
de abril e maio. Interessante notar que se o número de usuários
aumentou praticamente 25%, o de page views bateu a casa dos 45% de crescimento
de um mês para o outro. E, detalhe, já em abril o site dava
sinais que voltaria a ser atualizado, com pequenas alterações
nas capas.
Os números finais, acrescidos
os valores sempre incorretos das estatísticas do endereço
no HPG (para você ter uma idéia, estamos no dia 04 e a estatística
está parada no dia 23 com vários dias em branco). Mesmo assim,
valores finais:
Visitantes Únicos
screamyell.com.br - 15.216
screamyell.hpg.com.br - 2.428
TOTAL - 17.634
Paginas Vistas
screamyell.com.br - 50.554
screamyell.hpg.com.br - 6.540
TOTAL - 57.094
:-) |