Ao Vivo, TNT (Orbeat)
Lançamento Nacional
27/11/2004


No começo, o TNT se dividia entre Charles Master e Flávio Basso, até que o último decidiu levar suas loucuras psíquicas para Os Cascavelletes (e, muito tempo depois, para o Júpiter Maçã). Basso saiu, mas deixou as melhores composições (todas em parceria com Charles) para o grupo, coisas como Ana Banana, Identidade Zero, Cachorro Louco, Entra Nessa, Desse Jeito e Estou Na Mão, faixas que brilharam no demente álbum de estréia do TNT, lançado 1987. Na seqüência, o grupo caiu para um pastiche de jovem guarda no segundo disco (Nº 2, 1988), e clonou Barão Vermelho no terceiro (Noite Vem, Noite Vai, 1991).

No meio do caminho a banda deu um descanso e o guitarrista Marcio Petracco se aventurou com o projeto Cowboys Espirituais (com Frank Jorge e Julio Reny) enquanto Charles Master saiu em carreira solo. Como nenhum dos projetos vingou, a banda se reuniu novamente e lança, agora, TNT ao Vivo (em CD e DVD), pálida tentativa de relembrar os melhores dias da banda. As guitarras soam comportadas demais, porém, o que mais compromete é o vocal de Charles, completamente tedioso. O vocalista canta sem nenhum tesão, parecendo estar apenas cumprindo um contrato.

O repertório resgata a maioria das pérolas do primeiro disco, mais alguns bons achados dos discos seguintes (como a jovem guarda de Irmã do Dr. Robert e Não Sei - que na versão original trazia a guitarra de Lulu Santos - além da boa balada rocker Quem Procura Acha) e canções gravadas pelo Cowboys Espirituais (O Mundo É Maior Que o Teu Quarto) e por Charles Master (A Cigana), além de inéditas (Tudo no Ar e Saiba Como Escolher Seus Amigos). Mesmo assim, TNT ao Vivo não empolga. Uma boa pedida é a coletânea Hot 20, essa sim, com alguns dos melhores momentos da banda.

Por Marcelo Costa