Apontada por muitos como a grande promessa da nova cena curitibana, o Sofia resgata o lirismo e as boas letras em seu álbum de estréia, homônimo. Numa primeira ouvida, o instrumental com base no folk e o vocal forte remetem a Legião Urbana, mas o cuidado com os temas e o tom das guitarras os aproximam mais dos belorizontinos do Último Número, cult banda mineira que lançou dois belos álbuns nos anos 80. A bela intrumental de abertura serve de apresentação, mas a banda acerta mesmo em canções como "Breviário", destacando uma levada folk smithiana de base simples que deve ser perfeita para se ouvir em tardes frias, a ótima "Três", de guitarra nervosa, e a bonita rock balada "Tarde", com teclado que lembra Skank na introdução. O encarte, caprichado, e a bonita capa, salientam ainda mais o tom profissional do projeto. Formado em 2001, o Sofia chega ao primeiro CD com bastante maturidade, qualidade e buscando encontrar seu próprio som. As influências ainda abrem margens para comparações, mas o álbum prova que a banda tem moral para seguir em frente. 

Marcelo Silva Costa