Seychelles, Seychelles
Independente
18/07/2004

Banda de abertura é, quase sempre, uma decepção. Você está ali, esperando a atração principal, e é obrigado a aturar minutos intermináveis de música não pedida. Pode parecer babaquice da minha parte (até deve ser mesmo), mas eu sempre me lembro da Syang em carreira solo desafinando antes do Echo & The Bunnymen, em 1999. A tortura parecia que não ia terminar. Porém, uma vez a cada mil, o inesperado acontece. E lá estava eu, com minha cerveja e meus amigos, aguardando o show do bardo sulista Wander Wildner no palco improvisado do bar do Hotel Cambridge quando a banda Seychelles entrou e arrasou em uma apresentação matadora, tocando material próprio e um medley bacana que misturava New Order (com certeza), Blur (acho) e mais algumas coisas que a bebedeira me impede de lembrar. O CD dos caras, de quatro faixas, pode ser baixado aqui e traz as excelentes La Muerte e Papel (a melhor), a psicodélica La Vie, além da arrastada A Vaidade. O som lembra muito a vanguarda paulista dos anos 80, mas com muito mais guitarras, foco e bom gosto. Ao vivo, cresce muito o som dos caras. Uma boa surpresa em uma noite rock and roll.

Marcelo Silva Costa