"Stereo/Mono" - Paul Westerberg
(Sum)
Admirado por gente como Jeff Tweedy
(Wilco), Cameron Crowe (cineasta
- Quase Famosos), Mark Lindquist (escritor
- Nirvana Nunca Mais)
e Kurt Cobain (suicida), o Professional Songwriter Paul Westerberg é
praticamente desconhecido no Brasil. Ex-lider do Replacements, banda que,
ao lado do Husker Dü (ambas
'rivais' em Minneapolis, EUA) e do R.E.M.,
praticamente definiu o rock independente dos anos 80 em álbuns como
Let It Be (1984) e Pleased To Meet Me (1987). Após o fim da banda,
em 1990, Westerberg encarou um auto-exílio que rendeu o sublime
14 Songs em 1993. A década de 90 só veria mais dois álbuns
do músico que, desiludido com o "lado negro" do sucesso (indústria,
fama, drogas), trancou-se em sua própria casa e começou a
registrar várias canções, resultando em Stereo e Mono,
dois álbuns bastante diferentes em sonoridade, mas excelentes em
inspiração, lançados pelo selo indie Vagrant. Stereo
é focado em baladas confessionais/emocionais, lembrando em muito
os dois últimos álbuns de sua ex-banda. Já Mono, lançado
sob o codinome Grandpaboy, é rock and roll básico, que valida
o adjetivo "filho bastardo dos Rolling Stones e do Big
Star" atribuida ao Replacements (não à toa, o Dü
de Bob Mould caiu para o lado dos Beatles e do Byrds).
Com ajuda dos velhos amigos do Replacements, o baterista Chris Mars e o
baixista Tommy Stinson, sob codinome, já que Stinson acompanha Axl
Rose na nova formação do Guns'n'Roses (o próprio Axl
faz backings em várias faixas), Stereo/Mono ganha versão
nacional via Sum Records com preço de álbum simples. Alias,
para gravar as 24 faixas que compõe o lançamento, Westerberg
gastou pouco mais de U$$ 1000. Uma aula de independência de um músico
que se preocupa apenas com... música.
Marcelo Silva Costa |