Personalidade, Nervoso Independente 23/07/2004 Em sua estréia solo, o ex-Matanza, Autoramas, Beach Lizards e Acabou La Tequila (em processo de renascimento) prova por A + B a importância de Bloco do Eu Sozinho, dos Los Hermanos, para a música pop nacional atual. Fortemente influenciado pelo Bloco, Nervoso faz um disquinho danado de bom. Primeiro porque ele parte da musicalidade aberta pelos conterrâneos usando temas que evitam apelar para o chororo piegas que marca algumas – belas – composições dos Hermanos. Segundo porque crava, de cara, três grandes composições, dignas de estar entre as melhores desta "retomada do rock nacional", abandonado no final da década passada. A Visita tem clima samba canção e cairia bem na voz de Nelson Gonçalves, além de trazer um "paaaaaparapapa" que simplesmente gruda na mente. Clube da Luta (parceria de Nervoso com Simone que conta com a participação de Gabriel Thomaz, ambos do Autoramas) é deliciosamente sixtie e define tudo em seu refrão simples e direto: "Eu luto para não ficar pior". Já O Bom Veneno foi gravada pelos Autoramas em Nada Pode Parar o Autoramas, mas a versão de Nervoso consegue soar melhor pois a cadência lenta destaca a boa letra suicida ("O bom veneno é um drink / Se faz um brinde / Se comemora"). A boa sacada da capa (projeto de Flavio Flock) e o encarte informativo completam uma excelente estréia. Marcelo Silva Costa |