"Thriller 25 Years", Michael Jackson
por
André Azenha Blog
25/02/2008
Qual o grande astro pop da música atual? Você caro leitor, conseguiria dizer algum artista, ou banda, que no momento gera frenesi entre pais e filhos em todo o mundo? Não? A garotada é fissurada em High School Musical. Os jovens dividem-se em tantas tribos que dificilmente algum artista consegue agradar a todos. Os adultos então...
Já aconteceram alguns poucos casos de artistas que arrebataram corações e mentes ao redor do globo. Elvis foi um. Sim, também teve a beatlemania... E depois disso, talvez apenas Michael Jackson tenha realizado o feito de aliar reconhecimento da crítica e números exorbitantes em vendagens, músicas nas paradas de sucesso e fazer a alegria de várias gerações ao mesmo tempo.
Ok, ok, podem falar do Nirvana, Backstreet Boys, etc, mas o
sucesso dessa gente não passou nem perto. O ano foi 1982, auge
do vinil, e o disco se chamava "Thriller". E é graças
aos 25 anos de lançamento do LP, completados em dezembro de
2007, que a Sony/BMG lançou em fevereiro uma edição comemorativa
em CD.
O disco de Michael Jackson sacudiu a indústria fonográfica durante dois anos, entre 82 e 84, como jamais havia acontecido. Alcançou recordes impressionantes, que duram até hoje: o álbum mais vendido da história (104 milhões de cópias), o que ficou mais tempo em primeiro lugar (132 semanas), o que teve mais singles de sucesso (7 faixas no top 10), o mais premiado (97 prêmios, incluindo 8 Grammys), o disco internacional mais vendido no Brasil e o clipe mais bem-sucedido (14 milhões de cópias do vídeo da faixa-título foram vendidas em VHS).
Mas "Thriller" merece ser celebrado não apenas por
seus números. Michael Jackson e o produtor Quincy Jones passaram
meses no estúdio burilando as canções, e deram à obra um acabamento
inigualável, colocando rock no R&B. É só contar as participações
especiais: Paul Mcartney canta em "The Girl Is Mine",
o guitarrista Eddie Van Halen eternizou o solo de "Beat
It" e até a banda Toto (que não é lá essas coisas, mas
estava em alta com QJ na época) participa em "Human Nature".
Como resultado, a obra também quebrou barreiras raciais. Em
março de 1983, a MTV veiculou o clipe de "Billie Jean"
e o passo "moonwalk" virou febre em todo o mundo, dançado por
adultos e crianças. Assim, MJ abriu espaço para artistas e música
negros, até então segregados da TV e da mídia pop.
Os videoclipes foram um frenesi a parte, revolucionários, substituiam
as colagens de imagens tão comuns até então para investirem
em enredos dignos de cinema como "Billie Jean", "Beat
It" e principalmente "Thriller", cujo clipe é
um curta-metragem de 14 minutos gravado em película, orçado
em US$ 600 mil, dirigido por John Landis, cineasta responsável
pelo clássico Um Lobisomem Americano em Londres.
Depois, Michael ainda fez o excelente "Bad". Na capa
do disco já dava para notar a mudança de fisionomia, o nariz
mais fino e a pele mais clara. Em pouco tempo ele mudaria totalmente
de cor e passaria a ser manchete mais por suas polêmicas do
que pelos lançamentos musicais.
"Thriller", entretanto, jamais perdeu seu lugar na
história. Sua influência ecoa até hoje, desde o pop de Justin
Timberlake ao funk eletrônico do duo Mitchel Brothers (apadrinhado
pelo queridinho da cena dançante inglesa Calvins Harris). Até
o roqueiro Chris Cornell costuma entoar uma versão lenta de
"Billie Jean" em seus shows.
A edição especial de aniversário, com capa holográfica, inclui
faixas-bônus como "Someone In The Dark", "Carousel",
o demo de "Billie Jean" e os bastidores da locução
de Vincent Price para a faixa-título, mais remixes (versões
bem inferiores às faixas originais) de Fergie, Akon, Will.I.Am
e Kanye West. Também aportam por aqui edições limitadas, que
além do CD têm um DVD com os clipes do período e encarte de
48 páginas.
O CD poderia ser a porta para o retorno do astro ao showbis.
Mas o próprio inimigo de Michael parece ser ele próprio. Convidado
para participar do último Grammy, ele fez uma série de exigências
absurdas e acabou fora da premiação. Para os fãs, fica a imagem
do antigo ídolo, um artista completo, compositor, cantor, dançarino
e inovador.
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