"Buzzcocks" - Buzzcocks (Trama)
Lançamento Nacional
18/07/2003

Mais diluído que gasolina em posto brasileiro, o punk rock volta à ordem do dia com "Buzzcocks", álbum homônimo da instituição punk inglesa. Só que a parada aqui é diferente: "Buzzcocks" é, desde já, um dos melhores trabalhos da banda, indo na cola do som 77 que marcou seu inicio de carreira e tão inspirado quanto. É só ouvir "Jerk", a primeiria música, e perceber que o genial Bad Religion deve as calças, as camisas, as cuecas, os sapatos e tudo ao Buzzcocks. Ao contrário de muita gente nova que tem apostado na tosqueira na produção, o baixista produtor Tony Barber limpou tudo e o som que sai das caixas é furiosamente nítido, empolgante e cristalino. Um show de riffs de guitarra na cara da molecada que passou todos os últimos anos achando que "punk pop" e "punk rock" fossem a mesma coisa. Duas canções chamam a atenção sem você ter sequer colocado o CD para ouvir: "Stars" e "Lester Sands" são parcerias de Pete Shelley com Howard Devoto, recriando o núcleo inicial do Buzzcocks. Enquanto a primeira tem uma estrutura mais quebrada com a guitarra zoando tudo por cima, a segunda pinta ser o grande momento do álbum: um guitarra altíssima abre a música no canal esquerdo até a entrada da bateria demolidora. O vocal é pura ironia punk enquanto o refrão se jogar cervejas pro alto em festas rock and roll. Das 12 faixas, 11 não passam dos 3h20s. Quem viu os shows que a banda fez no Brasil em julho de 2001 não deve estar surpreso. Então, os velhinhos mandaram bem de novo. 

Marcelo Silva Costa