A Rush of Blood In The Head, Coldplay
31/08/2002

"E me dê amor", canta Chris Martin na faixa que abre A Rush of Blood In The Head, segundo álbum do Coldplay. O estranho é que a faixa se chama Politik... mas, ok, eles são os mesmos e na prova do segundo disco A Rush passa raspando.

Tudo bem que os encontros do vocalista com Ian McCulloch ampliaram a influência dos Bunnymen no som do grupo. Mas os vocais... Chris chega a quase plagiar o vocal de Ian em God Put A Smile Upon Your Face (uma das melhores faixas), The Scientist e, principalmente, Clocks. O som é um Parachutes melhor produzido, mas não tão inspirado.

Se a grandiloquência marca presença com piano e sintetizador nas citadas Clocks/The Scientist - e ainda em Amsterdam, destacam-se a nudez da faixa título (outra boa canção), o arranjo voz/violão de Green Eyes (de letra piegas) e as guitarras psicodélicas da introdução de Daylight (de vocal em falsete chatinho).

O primeiro single, In My Place, porém, nos faz perguntar quem veio primeiro: Coldplay ou Travis? Ou Starsailor? A canção parece um hibrido de Sing e Side do The Invisible Band e vai confundir ouvintes desavisados.

As coisas ameaçam melhorar no desarranjo de A Whisper, mas para o final sobra a citada Amsterdam, uma baladinha insossa ao piano para celebrar isqueiros em estádios. "O tempo está do seu lado", canta Chris. Sei não, só se o tempo parou logo depois do The Bends e algumas pessoas ficaram para trás...

Por Marcelo Costa